segunda-feira, 31 de março de 2008

Teimosias verdes

Retomamos a história do Vidrão, retirado da Rua Capitão João de Almeida, ao Calvário.
Ao contrário do que seria de prever as (AdC) Águas da Covilhã, passado um mês, ainda não colocaram o bom do Vidrão no sítio a que pertence; tal atitude leva-nos a concluir que esta gente não suporta a discórdia, o saudável exercício da liberdade de intervir e contraditar. A ideia evidente que não enxergam um palmo à frente do nariz, diz muito sobre esta espécie de pequenos poderes candongueiros da urbe, atolados em décadas de arrogância. Para estes arautos dos ecopontos, o paisano deve estar sossegado a observar a circulação, nem que seja com um vidrão no meio da estrada, a por em perigo transeuntes e automobilistas. Quando a mediocridade atinge o seu esplendor, só pode produzir tais mazelas.
A verdade é que a paciência começa a esgotar-se, pelo que, brevemente, divulgaremos uma petição pelos moradores para que o vidrão regresse ao lugar a que pertence.

domingo, 30 de março de 2008

sábado, 29 de março de 2008

Clones autárquicos

Há quem ache graça e até curioso, que a marca Mercedes Benz esteja associada ao exercício do poder autárquico com ligações aos construtores civis. Por acaso, aqui pela nossa favela ainda não demos conta da ocorrência.
O certo é que qualquer presidente de Câmara que se preze tem uma viatura desta marca. Não é pois, uma mania ou um estado de alma, e muito menos será uma questão de estatuto; até porque a moda dos Mercedes começou a popularizar-se de tal forma pelo condomínio, que até os badanecos presidentes de Junta exibem graciosamente o brinquedo à plebe. Por vezes chegam a reproduzir-se como clones com a mesma cor e tudo. É verdade.
Bom, Parece-nos um assunto demasiado sério e complexo para ficar reduzido a meia-dúzia de clichés mal intencionados. Deus nos livre. O tema que nos trouxe aqui hoje, aparenta uma natureza mais científica que politica, e coloca-nos perante dois tipos de representação do poder geneticamente idênticos com duplicação da mesma alma. Quer isto apenas dizer, que o bacano presidente de Junta é cada vez mais um clone, semelhante à sua matriz, o excelso presidente de Câmara, sem alma própria e com uma vida pejada de betão, influências e interacções bovinas que só a ele dizem respeito.
A este propósito leia-se, em jeito de aviso, uma breve citação bíblica na palavra do SENHOR: ”só serão honrrados aqueles que tiverem a minha imagem e semelhança e procriem coforme a lei natural do ser humano…” Esta parte do procriar ficava bem por dizer, mas prontos, é o SENHOR que diz. Antes isso que “foder”.
Ora o presidente de junta é cada vez mais um ser copiado e gerado dentro do estabelecido pelo Criador, que tanto pode ser O Senhor, como o chefe da autarquia. Uma coisa é certa, ele é portador da mesma vida sexo/espiritual do presidente de Câmara, e porquê ?
Pois essa é uma resposta que Marx e Freud ainda não deram.


sexta-feira, 28 de março de 2008

Paternidade?

Caros leitores, estamos em condições de vos garantir que não foi nunhum de nós.

Os anúncios do senhor pinto

A câmara da Covilhã, através do arguto senhor Pinto, mais em corpo que espírito, anda prenhe em ideias novas. Chega a ser quase patológica, tanta prosápia para inverter o declínio de uma década, e o crescente afastamento dos padrões de qualidade da vizinhança.
Esta semana d’entre as bafientas promessas pró futuro da paróquia, saiu-se com a sua mais sólida e virtuosa revelação. Então não é que este espantoso devoto da pureza da vida ao ar livre, anunciou a construção de mais um centro comercial. Pois é, e logo ali no campo das festas. Tudo em prol do povo basbaque, que têm sempre uma servidão curiosa para com os inteligentes, e os antros de consumo.
Também é verdade que a candura viçosa com que o senhor pinto nos brinda hoje em promessas, amanhã não passam de puro equívoco.
Ele são tantas as fantasias, que lhe vamos poupar a si, caro leitor, o fastio das nomear.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Da ausência cultural

Hoje comemora-se o Dia Mundial do Teatro. No entanto, a cidade neve dormita no costumeiro estado de bovinidade. Tirando o atelier "objecto mágico" promovido pala Quarta Parede na Casa do Tempo, dão-se alvíssaras a quem tope por aí uma iniciativa que comemore a efeméride. Para que servirá esta coisa chamada de:

A verdade é que a Covilhã continua a primar pela ausência de equipamentos públicos de fruição cultural, e de uma programação constante, participativa e não selectiva, de modo a atingir níveis de adesão mais igualitários. Nada disto acontece no condomínio covilhanense. Mas pior que isso: há por aí uma trupe de incultos, que submetem os bens culturais e o que quer que seja à cruzada ideológica em favor do mercantilismo balofo. Não se auguram melhores dias.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Qual a sua preferência?

"A clínica espanhola San Rafael, em Cádis, retirou o prémio de produtividade a algumas enfermeiras, por não usarem saia curta que faz parte do uniforme obrigatório, escreve o diário espanhol “El País” na sua edição online."

Faça o caro leitor um breve exercicio de inteligência, pondo de lado a questão sexista, e imagine-se paciente da dita clinica. Qual das duas preferia para um mero afago ?


Atolamentos na Estrela

As festividades de Inverno proporcionam as costumeiras visitas massificadas de indígenas lusos à neve. E como se não bastasse a chafurdice dos plásticos e outros despojos que contaminam e conspurcam a serra à sua passagem, o negligente tuga precipita-se para o maciço central por sua conta e risco, onde fica atolado com a prole no manto branco: enche a viatura com neve convencido que chega intacta à santa terrinha. Depois é só mobilizar as equipas de salvamento para o resgate dos cromos desmiolados.
Foi o que aconteceu no Sábado de Aleluia.

Esta criatura, visitante ocasional, é uma sequela do famigerado turista de garrafão, só que agora chega com novas roupagens: faz-se transportar em carros de gama alta; traz plásticos, esquis e tobogans, e no fim do mês pede ajuda ao Banco Alimentar. Não constitui qualquer mais-valia para a região, nem faz cá falta nenhuma. Para sujar e mutilar a paisagem já bastam os donos da serra.
A verdade é que tudo isto tem custos, quase sempre suportados pela plebe rústica e esfaimada. Por isso, faria todo o sentido, que perante o descuido deliberado, as despesas das operações de socorro ficassem a cargo destes parolos imprudentes, ou então da Turistrela que também ganha com o desvario.

terça-feira, 25 de março de 2008

Mimados

Há quem diga que a casa é basilar em relação aos nossos principais compromissos. Salvo casos raros, em determinados estratos sociais, a sociedade neo liberal, facilitista e descartável, vai aos poucos, reduzindo os incentivos ao abandono da casa paterna, até porque ela fornece conforto e privacidade q.b. a todos os que dela queiram usufruir. Também oferece gratuitamente: electricidade, água, gás, frigorífico e despensa recheados, serviços domésticos, refeições prontas a horas ou prontas a esperar pela hora mais conveniente, sem que os cromos mimados, tenham que dispersar a mente com pormenores supérfluos que, eventualmente, prejudicaria as elevadas doses de concentração necessárias para o estudo ou para a vida profissional, com todos os afagos para o ego daí resultantes.
Tendo em conta a crescente liberalização de costumes, não há agora qualquer impedimento às saídas: noitadas, fins-de-semana, férias com destinos de luxo, que se podem permitir, apesar da existência de rendimentos ou não, porque estas mordomias, encontram-se asseguradas naturalmente por outrém.
Num tal cenário, são mínimas as possibilidades de desavenças e discussões, mas com egos transbordantes nunca se sabe - se for caso disso, vai cada um para seu lado, sem ter de aguentar o incómodo de reflectir, pedir perdão e/ou perdoar, porque certos aspectos mais pragmáticos da vida em comum raras vezes se compadecem com estados de alma.
Ora, sem outros ideais para além do prazer imediato que as coisas e/ou as pessoas lhe podem proporcionar, porque é que os mimados vão querer sair de casa? Quem está mal é que se muda.

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segunda-feira, 24 de março de 2008

Covilhã, 8 graus centígrados

Covilhã, 8 graus centígrados. Dia da ressurreição de JC (Jesus Cristo) Podia ser outro dia qualquer, porque não é de JC que vamos hoje aqui falar.

O turista acidental passeia-se pelo centro da urbe à procura da incomensurável beleza patrimonial da Covilhã. Aqui e ali, capta na objectiva elementos estéticos redentores, por entre a decadência sublime do centro histórico, na sua pobreza e miséria humana. Mas também não é disso que nos apetece falar.

O que nos traz aqui hoje são aquelas cadeiras acorrentadas nos arcos do edifício camarário.
Repare caro leitor, que qualquer interpretação psicanalítica nos podia conduzir à imagem de marca desta câmara municipal: o exercício do poder autoritário, mas não vamos por aí, porque não temos tempo.
Afinal, estas cadeiras acorrentadas, são o pousio preferido dos indígenas reformados, onde passam os dias a dar comida aos pombos. Só isso.

sábado, 22 de março de 2008

À espera do vidrão

Em 3 de Março alertamos aqui para o deficiente posicionamento d’um vidrão, na Rua Capitão João de Almeida, ali ao calvário.
A resposta foi lesta e pareceu-nos inteligente por parte das (AdC) Águas da Covilhã, que o removeu no dia seguinte. Contudo, e passado este tempo, o bom do vidrão ainda não regressou ao local. Seguramente as (AdC) estão a elaborar o estudo de impacto ambiental, coisas que levam sempre o seu tempo. Vamos aguardar, na certeza de que o bom senso vai trazer o vidrão de volta. Até já.


sexta-feira, 21 de março de 2008

Covilhã em pleno emprego

Para quem julgava que o condomínio permanecia em estado calamitoso ou em difuso mal estar, enganou-se redondamente.
Depois de um período de míngua, em que o único acontecimento relevante da paróquia foi a abertura d’um Shopping, eis que d’uma só penada e como um toque de mágica, a CMC debita empregos à fartazana prá canalha.
É verdade, o patrono, em jeito de celebração pascal, temperou o burgo com postos de trabalho para todo o gosto. Tudo em prol dos condóminos, pois claro; sem manhas nem chico espertices, porque estas coisas do negócio devem ser tratadas em silêncio e no manto diáfano da transparência. Melhor ainda, é preciso apanhar desprevenidos os opostos que andam para aí entretidos nas manifs e em minudências domésticas.

Tomai lá tiros de fantasia e tromba calada:

Ele são call centers, pousadas, mercados, superfícies comerciais, escolas internacionais, pontes pedonais, empresas virtuais, e até um elevador que vai ter o nome de Santo André, com um custo de 309 590 €, mas que ninguém sabe para o que serve. É um fartote.
P’lo andar da carruagem, no ano de eleições autárquicas a Covilhã passa a gozar do estatuto de pleno emprego. É tanta farturinha que o indígena nem desconfia. Parece que já estamos a ouvir o rinchar dos gentios bajuladores na mira duma oportunidadezita.

Há muito tempo que não nos ríamos com tanta dificuldade.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Vira o disco...

Este disco dos putativos candidatos, mais parece a roda dos alimentos, mas não é.

Cá pra nós, não passa de uma tentação para arranjar soluções óbvias, dentro do circulo estabelecido que conduzem quase sempre a equívocos. A ver vamos.
O problema é que um terço destes cromos já andam a destruir condomínios à bué, quais esbanjadores do erário doméstico; outros estão dispostos, por ignorância e despeito, a mutilá-los de igual modo.
Também há aqueles que fizeram parte de oposições pífias, para não dizer colaborantes, sem vocação prá empreitada.
No fundo, no fundo, todos eles acabam por revelar a nossa própria caricatura de condóminos basbaques.
Puta de vida!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Memórias do antigo pelourinho


No tempo em que a Covilhã tinha um centro histórico:





Fotos retiradas do CD da ILFOTO

(The Bridge of call center)

Depois d’uma aturada investigação conseguimos descobrir num gabinete de arquitectura dos States o projecto da próxima ponte que a CMC tem mantido no segredo dos deuses. Soubemos também, que o anuncio de 250 empregos, que fez sorrir os gentios e embevecer os bacorinhos da paróquia, veio alterar o sitio para onde estava inicialmente prevista, a localização da putativa ponte pedonal, mais precisamente, numa entrada da residência feminina da UBI e outro sitio qualquer, por onde fosse possível sair sem ser visto.
Agora, o monumento fará a ligação entre o centro de emprego da Covilhã e o call center, tal a quantidade de alminhas que farão diariamente a travessia.
Os indígenas agradecem tão meritória acção caritativa, em prol da quixotesca apologia do emprego precário: 3 horas por dia em regime de rotatividade.
Há Calls fantásticas.

terça-feira, 18 de março de 2008

Viriato era da Covilhã e foi traído II

O povo proto-covilhanense vivia em constante sobressalto, quer pela turbulência intestinal do seu chefe Viriato, quer pela anarquia da sua legislação interna, com uma classe dirigente em permanente rendimento mínimo cerebral, e o agravo de ser corneada a torto e a direito pela fauna préhistórica circundante.
Foi precisamente neste dia 18 de Março do seculo II dC que, enquanto os lusos se manifestavam contra a interrupção involuntária do coito, a corja romana atacava barbaramente pelos flancos, infligindo um número de baixas tão significativo, que haveria de por em perigo a segurança social vindoura.
Mas a grande habilidade, do nosso pastor governante, soube quase sempre estabelecer as escassas diferenças entre o pastoreio de cabras e a visão estratégica dos combatentes lusos na luta abnegada contra Roma, com grande êxito, até ao ponto dos romanos acabarem por pedir desesperadamente a paz.

Viriato, magnânime como só um covilhanense pode sê-lo, enviou a seus três lugar-tenentes, Audax, Ditalco e Minuro, a negociar com o cônsul romano Cipião. A surpresa que produzem ao estimado leitor, e a nós próprios, estes nomes tão genuinamente covilhanenses, não pode ocultar o facto, de que estes três canalhas, venderam Viriato por um punhado de euro-sestércios, e estiveram na origem anos mais tarde duma coisa designada de PsP, cujas práticas consistiam em visitar sindicatos e escolas públicas a fim de saberem coisas sobre as manifestações.
De maneira que, Audax, Ditalco e Minuro traíram Viriato na sua tenda por muito menos do que se tarda em memorizar os seus nomes.
Depois voltaram à barraca do cônsul romano a cobrar a sua recompensa. Mas Cipião atirou-lhes com uma dessas frases que ficam para a história:
Roma não paga a traidores. Ora toma.



segunda-feira, 17 de março de 2008

Lloret del Mar

Todos os anos por esta altura, as crias finalistas das escolas da Covilhã e um pouco por toda a lusa pátria emigram aos bandos para lloret del mar (vá lá saber-se porquê), no intuito de comemorarem a despedida do penoso secundário.
Há quem diga que a viagem tem uma vocação pró cultural de sex and drugs, álcool e El Corte Inglês, o que se compreende, tendo em conta os verdes ânus da canalha. Maibom!
O ano passado, a coisa parece ter corrido mal, porque os chickens finalistas da Covilhã, imbuídos num misto de cultura avícola/grunha, e habituados há night do Oriental de São Martinho, resolveram conspurcar com ovos o hotel onde pernoitavam, na esperança de que alguém os chocaria durante a noite. Foi um gesto simples e simbólico dos criativos covilhanenses, certamente, mal interpretado pelas autoridades autónomas da Catalunha, que vislumbraram no ingénuo acto pueril uma atitude de vandalismo. São uns chauvinistas exagerados estes catalães. E para a festança findar em beleza, os ingratos seguranças do hotel, acordaram os pitos e pitas da cidade neve durante a madrugada, dando por terminada a visita recreativa dos galináceos.
Adios niños. Não se fazia.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Os pastéis de bacalhau é que não

" O PS entregou hoje no Parlamento um projecto de lei que regula o funcionamento dos estabelecimentos que fazem tatuagens e aplicam “piercings”, passando a ser proibida a sua aplicação na língua. Para os menores de 18 anos, o projecto estabelece a total proibição da aplicação de “piercings”, tatuagens e de maquilhagem permanente. "

Proibam tudo: os piercings na língua, nos testículos, no pénis, mas por favor, os pastéis de bacalhau é que não.

Viriato era da Covilhã - 1

Os lusitanos, quer dizer, os covilhanenses da encosta virada a sul, martirizaram durante uns quantos anos o Senado romano, sobre a égide de um grande líder, um cromo chamado Viriato, dotado de todas as virtudes humanas que qualquer covilhanense da época devia possuir: inteligência, humanismo e um nível cultural semelhante ao do actual presidente da Câmara, que lhe permitisse avaliar as ténues diferenças entre um galo de capoeira e um frango do campo.
Viriato era pastor e guardava cabras, nasceu na serra da Estrela, mais exactamente nos Montes Herminios, aos 700 metros d'altitude, o que acrescenta a tese da sua naturalidade ficar associada à Covilhã, tornando-a no verdadeiro berço da pátria lusa, (Séculos mais tarde criou-se o mito da nacionalidade, mas a verdade é que Guimarães chegou muito tempo depois, com um gajo que andou por aí a bater na mãe e a conquistar montes insignificantes com 150 metros d’altitude)
Ainda hoje são visíveis marcas da presença do chefe luso, por terras da estrela; a mais recente descoberta situa-se na pedra do urso e no sanatório, onde podem ser observados vestígios fósseis da sua placa dentária, resultado das inúmeras investidas contra a legião romana que insistia em ficar com os melhores calhaus da região. Foram também detectados, junto do Jardim do Lago, resíduos da defecação de Viriato e da sua prole, que tinham por hábito sodomizar em série os soldados romanos feitos prisioneiros, e conspurcar as linhas de água como celebração da vitória sobre as tropas de Cipião, Pensa-se que o facto de a Covilhã carecer de eco pontos, tem a sua origem na ausência de princípios ecológicos e higiénicos desta tralha lanzuda.

quinta-feira, 13 de março de 2008

A ponte é uma passagem...

Os tempos parecem agitados pela choldra: não caiu a ministra da educação, mas caiu o Camacho, e o Paulo Bento vai a caminho.
Por cá, no condomínio do senhor pinto, onde a vizinhança mais indizível e abrutalhada é investida com aura de luminária, as coisas também não parecem correr de feição, pois o patrono acumulou nas últimas semanas, duas derrotas em tribunal; Uma com Chicken, outra com Cipriano. É verdade, quem diria.

E como o condomínio é fértil em laivos imaginativos, e em produzir resmas de pensamentos imbecis; reapareceu, mais uma vez, a ideia esgalhada de construir uma ponte pedonal sobre a ribeira da Carpinteira, que não vai servir para rien. É mais um disparate a somar a tantos outros que tem mutilado a estética urbana da Covilhã.
Do outro lado da ponte, está uma oposição, mais preocupada em sobreviver ou à espera de um fim indolor, do que em identificar os intoleráveis devaneios, dissipadores do erário indígena.
Tem sido assim, a vidinha cá pelo burgo: os blagues autárquicos vão florescendo alegremente, a bem dos condóminos.

quarta-feira, 12 de março de 2008

As meninas ou las niñas ?

Sempre nos intrigou o nome deste quadro de Velásquez: As Meninas (palavra portuguesa)
Do ponto de vista realista, observamos um mero retrato de grupo numa sala, que tanto pode ser o atelier do pintor, como um espaço num palácio, Suspeitamos que é realizado com os recursos da época, e com um grande domínio da técnica pictórica. Pouco mais poderá dizer um leigo acerca do quadro.
Porém, os hermeneutas da arte, dirão que a mão do artista capta o instante da vida familiar, a sensação de movimento.
Quer dizer que, de modo simultâneo, vêem a obra fixa e ao mesmo tempo com toda a complexidade da acção. Tudo isto se deduz das atitudes e olhares dos personagens pintadas no quadro. Também é possível verificar um grupo de gente a fazer algo que é “interrompido ou visto” por alguém que está no lado de fora dos limites da pintura

Bom, Cá para nós que somos uns ignorantes da arte de pintar, o que sempre nos escapou, foi a razão pela qual o Mestre apelidou o quadro de: As meninas e não de, las niñas

A leitora Ana Candeias dá uma explicação:

"Respondendo à sua questão, penso que quem apelidou o quadro nem foi Velasquez , já que este lhe chamou de A Família, mas sim alguém depois dele uma vez que "menina", uma palavra portuguesa, era usada na corte espanhola com o sentido de "dama de companhia". E o que vemos no quadro são duas damas de companhia "as meninas" a tentarem convencer a Infanta a pousar para o pintor. Por isso é que lá atrás vemos no espelho o quadro reflectido onde já estão pintados o rei e a rainha.
Esse quadro da família real nunca viria a ser pintado já que a Infanta de tanta teimosia nunca pousou.
Penso que esta é a mais simples das explicações. "

terça-feira, 11 de março de 2008

Contratempos

Caros leitores,

Fomos aconselhados por quem de Direito, a não publicar o post d’hoje com o título, "Audax e a manifestação exterior de riqueza."
O assunto tratava da compra de alguns veículos de tracção animal, com 250 cavalos de origem germânica, utilizados por Audax e respectiva trupe nas deslocações pela covallana.

Embora tratando-se duma distância temporal de quase 3mil anos, a putativa analogia com a marca Mercedes Benz, impede-nos de dar continuidade à prosa.
Lamentável. Mas prontos.


segunda-feira, 10 de março de 2008

O milho de Audax

imagem da Covilhã, 3 mil anos aC.

Retomamos a prosa neolítica, com essa criatura incontornável do mainstream da cova, oriunda da encosta virada a sul, lugar dos covallanos.
Por esta altura, o estimado leitor, já deve ter adivinhado de quem estamos a falar. É de Audax, sim senhor, esse Lugar-Tenente que traiu o grande chefe Viriato, na mira de herdar os calhaus e os azulejos da covallana
Ora, em primeiro lugar, convém saber de que matéria orgânica era constituído este indígena, e com todo o rigor podemos informar o leitor, que o cromo tinha uma alimentação rica em vitaminas, carbo-hidratos e sais minerais, que é como quem diz em milho de grande porte. Esta informação aparentemente fútil, veio revelar-se de primordial importância, já que, o milho, inicialmente para os pardais, passou a ser comido ex equo pelos galos.
Esta substância contém um gene associado à agressividade e indiferença, que haveria de determinar o perfil comportamental do nosso homem: Não foi por acaso que, Audax sempre lidou mal com a critica, e não raras vezes, atirava com a iuris prudentia pró caixote das inutilidades.
Estranho também, ou talvez não, foi o relacionamento que manteve durante algum tempo com Braca Parca, prima de Somaca Augusta, prostituta nortenha com ramificações de alterne praticamente por todo o território. (vocábulos que numa fase posterior, e por evolução semântica originaram os nomes: Braga parques e somague).
Insatisfeito com o marasmo e o pousio do poder deixado por Viriato, Audax pôs-se a escarafunchar no subsolo da encosta com o fito de encontrar o precioso material sonante, (é aqui que surge o envolvimento com a dita Braca, contudo, razões de ordem moral, impedem-nos de veicular considerações de natureza íntima) mas apenas encontrou milho em forma de calhaus de betão; um produto que anos mais tarde, serviu de arma de arremesso contra todos os que ousassem fazer-lhe frente, quer fossem romanos ou lusitanos. Também serviu para construir placas com seu nome gravado, aquando das inaugurações graníticas que disseminou por todos os cantos da encosta virada a sul.
Haverá com certeza, outras versões do exercício do poder levado a efeito por Audax, que o leitor pode encontrar na Wikipedia, porém, limitações documentais mais rigorosas, ou em segredo de justiça desde o século II dC, não nos permitem explanar mais que estes breves considerandos.
Recomendamos também, alguma prudência na interpretação deste texto, pois não tem o propósito de transformar o milho em metáfora de gosto duvidoso, ou reduzido á condição retórica de uma qualquer investigação da IGAT.


sábado, 8 de março de 2008

Elas


Deixamos hoje aqui, de maneira muito particular, uma saudação extensiva a todas aquelas Mulheres, que de algum modo, nos influeciaram e nos conduziram por maus caminhos, e já agora: também nos fizeram chorar.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Correcção

Da leitora A. recebemos um e-mail, referindo que o texto intitulado Domingo de manhã, “já é a segunda ou terceira vez que é publicado, não tem piada alguma, para além de conter expressões grosseiras”.

Concedemos no que respeita às “expressões grosseiras”.
Assim, onde se lê, arrotar deve ler-se: jactar
Onde se lê, peidar-se, leia-se: expelir ventosidades, com estrépito, pelo ânus

Bom fim-de-semana

Domingo de manhã

Há uma espécie de Covilhanense, fácil de identificar em qualquer dia da semana, mas que adquire maior visibilidade ao Domingo de manhã no complexo desportivo para onde se precipita em fato-de-treino: ali está ele, em aturados alongamentos longitudinais, com as mangas arregaçadas junto à sua viatura, pois claro, de portas abertas a arejar o cheiro bafiento das humidades e a lustrar o cromado das jantes, que a vida não está para lavagens automáticas. A madame aproveita o momento de distracção reflexiva do marido, e põe-se a andar às voltas na pista de Tartan até sentir as primeiras sensações de enjoo, por vezes chega a vomitar, mas não desiste, porque andar às voltas no complexo desportivo é cool, quebra o tédio e esvazia a flatulência acumulada.
Pela hora do almoço regressam a casa, quais sôfregos comensais e papam o regenerador e típico Arroz à Valenciana. Depois de arrotar e peidar-se qb, o autóctone cola-se na bicha prá serra, carrega o carro com bocados de neve e regressa à Covilhã com a satisfação do dever cumprido.

Também há alguns covilhanenses que, no Domingo de manhã, substituem o treino físico no CD e a liturgia dominical, pelo exercício compulsivo do pecado; são casos raros, que carecem de confirmação.

quarta-feira, 5 de março de 2008

segunda-feira, 3 de março de 2008

Há vidrões fantásticos não há

A semana passada esta rua tinha dois sentidos, esta semana também, mas com um obstáculo:
um Vidrão com suporte avançado de betão até ao eixo da via.
No princípio deu vontade de rir. Agora tornou-se um perigo para os automobilistas que circulam no sentido ascendente. É o desleixo no seu melhor, ali ao calvário.

sábado, 1 de março de 2008

Covilhã: "No pasa nada"

Há uns tempos, um grupo de pessoas bem intencionadas, resolveu clamar pelo espírito cívico da paróquia, achavam que a intervenção democrática não se esgotava nos partidos. Pois, pois. (Era outra conversa, mas não temos tempo).
Bom, a verdade é que a Covilhã atravessa um momento onde não se cultivam modos de reflexão politica ou civica, que venham despertar a letargia reinante; a ausência de participação dos indígenas continua a fazer parte do quotidiano mórbido duma cidade em que o pensamento anda arredio e a dar sinais de definhamento.
Mesmo aqueles que teriam obrigações éticas para o fazer, abstêm-se de discutir o que quer que seja, não só pelo conforto do alheamento que isso lhes proporciona, mas acima de tudo, pela gritante incapacidade de construírem raciocínios produtivos que provoquem a discussão pública. Por aqui, “no pasa nada”. Ou melhor, a única novidade da comarca, reside no facto de haver por aí um presidente que tem a mania que é um frango.

Haverá sempre quem se escude na herança salazarista, para justificar a inércia. É um facto. Mas também é certo que cada vez há mais néscios a engrossar a fileira da ignorância: uma horda de incompetentes, treinados bem na lógica dos ensinamentos do patrono, no deserto de ideias que é a Covilhã.
A alguns, falta-lhes preparação de base, e na maior parte dos casos oferecem resistência a tudo o que não conseguem entender, limitam-se a reproduzir inanidades em colunas de pasquins regionais. Mas também há os outros; refugiados na sua Torre de Marfim, entediados com os seus dramas, a quem falta humildade suficiente para partilhar experiências. Uns e outros são uma espécie de rebanho a pastar na indiferença dos dias; os grandes contribuintes do atavismo público covilhanense. Depois admiram-se que haja prá aí uma trupe de figurões que domina a seu bel-prazer a paróquia.
A propósito, que é feito do movimento de cidadania?