segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Príncipe que vendia aviões, 1ª ed.


Sinopse,

Nos entrefolhos de uma serra altaneira, havia um homem que tinha o sonho de criar uma grande fábrica de aviões e um grande Aeroporto; era um desejo que o acompanhava desde criança; este homem nunca tinha dúvidas em relação às coisas mais simples da vida. Por isso construía histórias grandiosas, fantasias com detalhes minuciosos, onde não faltavam viagens ao estranho mundo dos gambuzinos.
Um dia conheceu um Principe(zinho) vendedor de aviões, chegado d’outras paragens, onde tinha tentado, sem êxito, vender ilusões. Com ele travou amizade…
Depois veio o coelhinho…

Memórias de um Jardim

Covilhã, na primeira metade do Século XX

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Contagem decrescente para a abertura da piscina-praia

Apesar das costumeiras promessas que procriam com notável abundância, aqui pela paróquia do sô pinto na Covilhã, acreditamos na abertura da piscina-praia em 27 de Julho deste ano. Desta vez não haverá a risota alarve dos basbaques, e vamos todos dar banho aos chispes. Faltam 30 dias.


Incubar é o que está dar

Sempre nos fez alguma confusão o termo Incubadora, quando dirigido a fins outros, que não fossem o de criar condições naturais para o desenvolvimento de um embrião até este partir o ovo, ou então como portador de um agente patológico cujos efeitos ainda não se tenham manifestado (definição comum a qualquer dicionário cientifico que se preze).
A verdade é que a Incubadora anda por aí nas bocas do mundo e traz associado um léxico, cujo valor semântico parece afastado irremediavelmente da matriz. Se não, como é possível falar-se em áreas de incubação de mais de cinco mil metros quadrados e, já com candidatos dispostos a incubar. Bom, não vamos desenvolver mais o tema porque carecemos de substância para o fecundar.
Uma coisa é certa, muita gente, por ingenuidade ou convicção, julga que a Incubadora do século XXI é uma coisa mais ou menos assim:

Pedimos desculpa aos leitores pela fastidiosa repetição desta imagem, mas não conseguimos encontrar melhor.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Nota breve

Nós aqui pelo Carpinteira, sentimos como todos os indígenas, necessidade de pertencer a alguém, a uma terra, a alguma coisa, a isso chamamos sentimento de pertença, (se quiserem chamem-lhe bairrismo) que nos une de modo umbilical ao canto pátrio que nos viu parir. Digamos que não estamos na Covilhã de passagem.
Este blogue também pertence a todos os que o queiram partilhar connosco. Contudo, advertimos alguns leitores, que seremos sempre nós a decidir o que deve ser publicado.

Memória de um centro histórico

A segunda metade do Século XX foi a época de destruição em massa do "centro histórico" da Covilhã, tudo feito em troca de uma modernidade balofa: nunca tão poucos destruíram em tão pouco tempo.
Acreditamos que um dia haverá uma Câmara com coragem para fazer implodir o mono.


Antes

Depois



quarta-feira, 25 de junho de 2008

Mais uma vez a Covilhã foi subalternizada

“Antiga aspiração de passagem a Divisão não se concretiza.
Das 10 secções existentes no País, sete passaram a Divisão com a nova orgânica da Polícia de Segurança Pública. A da Covilhã ficou de fora, a par de Lamego e Elvas, apesar da cidade ter mais população que cinco das promovidas” in Diário XXI

Comparem-se os números, e veja-se o dislate e a falta de respeito que esta trupe nutre pela Covilhã:

Despromovida,
Covilhã – 36.700 habitantes (53.501 no concelho)

Promovidas,
Tomar – 15.800 habitantes (42.983 no concelho)
Chaves – 17.500 habitantes (44.186 no concelho)
Caldas da Rainha – 29.000 habitantes (51.403 no concelho)
Espinho – 31.700 habitantes no concelho
Portimão - 36.200 habitantes (47.189 no concelho)

Premente, premente é o aeroporto no Tarlamonte

O governo do senhor Engenheiro anunciou um rol de obras públicas, que é como quem diz, um regabofe de metal sonante para o arraial eleitoral que se avizinha. Manuela Ferreira Leite e a estirpe cooperante (na imagem) não gostaram do alvitre, e revelaram agora, sentidas preocupações com a classe média da pátria tuga, que ninguém sabe muito bem o que é ou o que representa, mas há fortes suspeitas de que vive em total indigência. No fundo, acabaram por reeditar a famosa tese de Barroso: “…enquanto houver uma criança numa fila de hospital, não teremos novo aeroporto...” Está bem visto sim senhor. Portanto, diz o PPD PSD, que neste momento de crise, há razões suficientes para que o governo abdique de alguns investimentos públicos, afectando esses recursos aos casos mais prementes e de emergência social. Embora não especifiquem quais, nós acreditamos que estejam a pensar no Aeroporto do Sô Pinto (ausente no quadro) no Tarlamonte, ou na Barragem das Penhas, e na periférica à Covilhã, e se calhar até no Centro de Artes...
É o mais certo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Estratégia

Há por aí quem diga que a organização partidária actual não é minimamente atractiva para quem queira intervir politica ou socialmente; Também há aqueles que defendem que a intervenção politica numa democracia consolidada como a nossa, passa apenas pela paixão. Talvez por isso, poucos acreditem hoje na bondade da participação cívica tal como ela existe. Ora, com tal panorama, reveste-se de primordial importância que qualquer candidato, por exemplo, a uma câmara municipal, deva ser pessoa avisada e cautelosa, mas principalmente capaz de alienar com brevidade depurada, quem esteja disposto a ser alienado. Nós por aqui, já demos conta d’um putativo candidato que nem precisa treinar a pose e a teatralidade das frases, ou fazer-se passear pelo atrevimento torpe para assegurar a reeleição. Basta-lhe ter um lacaio, estrategicamente posicionado em cada colectividade da paróquia e prontos.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O terceiro mundismo é já aqui


Um simulacro de incêndio mutilou ainda mais este prédio no Pelourinho.
São exercícios de uma Covilhã em festa, que fazem o deleite dos basbaques, e que deixaram mais uma nódoa negra no centro da cidade. Inacreditável ? Talvez não. É disto que o indígena gosta.

Continuamos a rir com alguma dificuldade


sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uma casita de fim de semana

Não pudemos recusar o convite do Sheik; de maneira que fomos obrigados a ocupar esta casita no fim de semana. Vamos aproveitar para ler Marx com mais atenção.

O circuito de manutenção foi renovado





Um exemplar da arqueologia rural, (tractor com atrelado), escondido outrora no meio da vegetação, surgiu agora à luz do dia para conspurcar a paisagem. Ou seja, o Criador não descurou o pormenor e dotou o local deste importante atributo paisagístico com rodas e tudo.
O mono pode ser visto em pleno parque natural da Serra da Estrela, mais precisamente, no circuito de manutenção, situado a meio da encosta entre a Covilhã e o Pião: lugar ideal para amar e para a prática de desporto ao ar livre.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Auf Wiedersehen. Daqui por quatro anos é que é

Agora, que a selecção de todos nós foi afastada do Euro, regressemos à terra.

Irrelevâncias

Lemos com atenção o enunciado do exame de Português, que considerámos acessível e equilibrado no seu todo. Constatámos ainda, que o Ministério usou fraseologia da TLEBS (Terminologia Linguística do Ensino Básico e Secundário) quando não devia. É certo. No entanto, os exemplos que detectámos na prova foram apenas: "Frase subordinada relativa" e "verbo auxiliar modal", que não parecem ter grande dificuldade semântica. São expressões, que podiam trazer confusão para alguns néscios, mas insuficientes para fazer um julgamento politico do exame, e motivarem tanto ruído da canalha. Ninharias.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Olfacto

Postais de aniversário

Apesar das variações repetitivas sobre este tema, não conseguimos resistir à tentação de comentar o costumeiro envio de postais aos indígenas.
Todos os santos anos, a raça paroquiana da freguesia de S. Martinho, recebe os parabéns da Junta, na figura do seu presidente; um encómio comovente, onde a relação de proximidade entre o Eleito e os eleitores fica consagrada no valor simbólico de um postal de aniversário. Este gesto singelo veio confirmar a nossa suspeita de que o sô presidente da Junta tem conhecimento da concepção hegeliana do Estado, e mais ainda, do significado de democracia participativa. Tem sim senhor.
Contudo, o postal é muito pouco, para quem não fez peva, (perdoem-nos o plebeísmo). Pior ainda é ter a seu cargo, a titânica tarefa de gerir uma favela em mau estado de conservação e fora do prazo de validade. Quanto a isso, (espere-se tranquilamente pelo próximo veredicto popular).
Mas prontos, fica o postalito como benção gratificadora e digna de registo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Qualidade de vida em Vila de Rei?

O programa Portugal Directo do Canal 1, pródigo em incursões pelo Portugal deprimido, visitou ontem Vila de Rei: local onde apenas vislumbrámos vento, pinhal e mimosas moitas.
Ficámos, mais uma vez, perplexos, e quase nos cairam os túbaros quando demos conta d’um autorizado Estudo, da “intelligentsia” universitária, contemplando Vila de Rei como a segunda localidade da B. I. com mais qualidade de vida, logo a seguir à “pérfida” capital de “distrito”.
Eles lá saberão quais as variáveis para aferirem tamanha estopada, que fabricaram à laia da saudosa pasta medicinal Couto. Mas não deixa de ser surpreendente, senão mesmo, surrealista, tão respeitável exercício académico; se nos lembrarmos que por aqui, no desprezado canto pátrio covilhanense, em pleno gozo da second life, já há muito que temos um shopping, e em breve um Aeroporto, pontes pedonais, piscina-praia, elevadores, um call center, os noivos de S.Tiago, e quem sabe até casamentos gay.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Devoções

Depois do jogo com a Suiça estivemos tentados a escrever um post dedicado ao Scolari, e à sua devoção à virgem do Caravaggio. Também pensámos traçar um retrato de perfídia do homem que congregou os tugas em torno de uma bandeira, sem nos importarmos com preciosismos tácticos e outras tretas do género. Mas não vamos fazê-lo. Não temos tempo. Scolari apenas deixou anunciar a sua saída da selecção de todos nós; numa espécie de coito interrompido na missão que lhe foi confiada. E depois?
Para nós, qualquer bálsamo encorajador, tem que levar um bom tempero, principalmente: cominhos e serpão.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O histórico afastamento dos condóminos universitários

Continuamos na senda reflexiva. Hoje para falarmos, pouco, porque não há muito para dizer, dessa espécie de condómino adaptado, também conhecido por covilhanense universitário. Na verdade, sempre vislumbrámos nestes fiéis depositários do saber, alguma esperança para contrariar desmandos e aprofundar a reflexão sobre o mau estar da polis: lugar extramuros da Universidade. Até porque o sistema democrático no burgo só se desenvolve saudavelmente se tiver como contraponto uma “escol” atenta e actuante. Mas depois do eclipse do movimento de cidadania da Covilhã, a “massa critica”, nunca mais deu um ar da sua graça. Haverá raríssimas excepções com participação e intervenção cívica na cidade que os acolheu, mas a larga maioria do "mainstream" universitário vive centrada no seu umbigo. Se calhar a coisa pública na urbe não lhes diz respeito ou motiva preocupações; de maneira que, continuam por lá, arregimentados no condomínio fechado, onde se vão recriando na espuma dos dias, e no seu aprazível estado bovino. Já não destoam, pois, da restante galeria de cromos paroquianos, não havendo muito a esperar.
Ao indígena resta deus.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ensino superior no Fundão já foi

Há uns tempos, escrevemos aqui que, a actual tendência para a desinstitucionalização pública, como o fecho de escolas, resultantes da actual vaga “racionalizadora”, iria agravar fortemente os factores de desertificação e a breve prazo fechar algumas localidades da Cova da Beira.

Ora, uma tendência recente da organização espacial e administrativa da pátria lusa, com o patrocínio deste governo, já não passa apenas pela manutenção do fenómeno da litoralização, mas antes, pela concentração de serviços nas “capitais de distrito” A transferência dos cursos de ensino superior no Fundão vem, mais uma vez comprová-lo. A história afinal repete-se. Já tinha sido assim com a saída do Magistério na década de 90, com a total complacência dos poderes locais. O problema é que, esta gente que dirige autarquias através do telemóvel, continua muito distante da realidade; não confia na capacidade das populações para exercerem o controlo sobre os exercícios da coisa pública, e, ao mesmo tempo, não procuram que elas adquiram mecanismos para o puderem fazer. Desta maneira, estaremos sempre sujeitos a soluções de força e de carácter mais ou menos paroquial como esta que chega a conta gotas desta espécie de poder centralizador em Castelo Branco.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Foi você que pediu uma piscina-praia para este Verão

Regressámos de Neuchatel onde assistimos ao treino da selecção de todos nós, e hoje estamos aqui, não para meter veneno, mas para meter água, muita auguinha. Há tanta coisa importante no Verão que não se pode contar apenas com o calor. É verdade. Pois caro leitor, se estava à espera do estio para dar banhinho à minhoca, ou pôr os chispes de molho na Piscina-praia, (nome copiado da pérfida capital de “distrito”) pode tirar o cavalinho da chuva.
Se quer refrescar a mona vá prá Erada, ou ponha-se na fila para Castelo Branco. Pois atão.
Apesar da Covilhã ser a única cidade da tuga pátria, que não tem uma piscina a funcionar durante a calina, não esmoreça porque a coisa está para breve: lá para o arraial eleitoral de 2009. Até já.

sábado, 7 de junho de 2008

200 mil ?

200 mil numa manifestação são números que não impressionam o primeiro ministro. Como nós, compreendemos a importância dos números para o Senhor engenheiro; ou não tivesse ele prometido 150 000 novos postos de trabalho com uma facilidade extraordinária. Impressionante.


sexta-feira, 6 de junho de 2008

Há sempre um emprego que espera por si

Aqui pela Covilhã, que é como quem diz no condomínio do sô Pinto, assinalamos a quarta semana consecutiva em que parece haver alguma acalmia nas generosas ofertas de emprego prós condóminos. Talvez por isso, a CMC ao cabo destes dias de míngua anunciadora, resolvesse repetir a lista dos putativos jobs numa brochura tipo “couché” (gostamos desta palavra) a que chama Covilhã noticias. Há que manter viva a promessa, porque as eleições de 2009 estão já ali ao virar da esquina.
De resto, não há factos sociais retumbantes na paróquia, após semanas de azáfama e construção de solenes cenários empresariais a debitarem empregos para gostos mil.
Confessamos que tanta bonomia e marketing politico, já estava a tornar-nos admiradores da retórica soez do sô Pinto, tão do agrado da canalha aduladora.
Lá diz o gentio: quando a esmola é grande o povo desconfia.
Mas há sempre alguém portador de uma inteligência obscura ou xico-espertice qb, para recorrer a este tipo de fertilizante que, volta e meia, lá está a fecundar vezes sem conta, a trupe prestimosa e servil; é uma espécie de Génio que substitui Deus enquanto entidade criadora.
Vai lá vai.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A caminho do euro

É certo que o futebol não deixa espaço para pensamentos serenos e lúcidos. Ele arrasta a turva paixão clubística. Mas não pudemos evitar a marcha tuga rumo à Suíça para apoiar a selecção de todos nós. De maneira que é só acabar com as bejecas e as empadas e ala que se faz tarde.

A boa nova em papel couché

A resposta acintosa do grp da câmara da Covilhã a uma crónica publicada no jornal O Interior da passada semana, serviu-nos de pretexto para desembrulhar alguma prosápia acerca do boletim municipal de 2006, vulgo "Boa nova", o único que folheámos com atenção até hoje.

Indiferente às épocas, e ao folclore circunstancial, o boletim municipal da CMC, entra em casa dos condóminos como uma narrativa épica. Caracteriza-se pela “Boa nova” aos basbaques, pelo tom laudatório e função mimética do discurso oficial. Uma pérola do impressionismo camarário a percorrer espaços oniricos em torno d’uma Divindade, o sô pinto, estampado em papel “couché”, aproximadamente 56 vezes (se não nos enganámos a contar). Registe-se, no entanto, a neutralidade efectiva do Homem, pois aqui não se vislumbram protagonismos, mas sim traços de solidariedade e consciência social. Um altruísmo comovente à conta dos contribuintes indígenas.
Desconhecemos a "Boa nova" de 2008, mas a de 2006 era uma obra policromática com 155 pg. + (supl.de economia) que falava de coisas, mas principalmente, da obra-feita, e paga pelos impostos dos paroquianos. Surpreendia pelas realizações temporais, espraiadas no passado e no presente, onde a noção de tempo assumia uma dimensão relativa, por isso a ordem cronológica dos eventos era arbitrária. Em muitos casos, ficava a sensação de dejá vu, e das inaugurações em duplicado.
Os cromos secundários e os caciques locais, perfilavam-se em jeito de trolls, ou figurantes episódicos, distribuídos pelo boletim num colorido Kitsch, e em grotescos salamaleques para fazerem o frete ao patrono. Tudo em prol do bem-estar das populações.
Era mais ou menos assim a "Boa nova" em 2006.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mai lindas

Não há qualquer originalidade no post que vamos publicar. Contudo, esta é uma prova evidente de que Pacheco Pereira tem emoções.

Natureza morta oferecida por JPP no seu blogue, a Manuela Ferreira Leite, Enternecedor.

Ps: Aproveitamos a boleia floral para endereçarmos os nossos sinceros Parabéns ao senhor presidente da câmara da Covilhã, o sô pinto, que desta vez acertou na escolha do candidato. Finalmente.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Festa é festa

O mês de Junho vai ser de exaltação nas hostes do futebol pátrio. Já tinha sido assim em Maio com o culto mariano a congregar espíritos peregrinos.
Mas é disto que o povo tuga gosta. Nada a fazer. Quem não apreciar a festa, o melhor mesmo, é migrar para outras latitudes, ou então, vá aproveitando para dar banho ao cão.
Com isto tudo quase nos esquecíamos que o Tribunal de Contas, órgão fiscalizador da coisa pública, detectou despesa ilegal de mais de 800 milhões de euros nos diversos níveis de administração – central, regional e local – ao longo de 2007.
Só não entendemos o porquê de tanta admiração. Viva a festa. Viva Portugal.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um auto de fé na Covilhã, Junho de 1612

Retomamos o texto referente a um auto de fé ocorrido na Covilhã medieval a 2 de Junho de 1612. Infelizmente alguma documentação foi danificada ou destruída e vendida em grande parte ao peso.
Dispomos apenas de notas e alusões isoladas, breves pinceladas que deixam entrever um quadro de interesse relativo, mas de importância histórica fundamental. As fontes em primeira mão constam de uma autobiografia escrita em latim coloquial, por um padre jesuíta que viveu na Covilhã durante largos anos, e era conhecedor de confissões e outras tramóias jurídicas ocorridas na urbe medieval.
Foi assim que, em junho de 1612, se celebrou junto à Igreja de Santa Maria, sede da Inquisição na Covilhã, um grande Auto-de-Fé, que conhecemos graças ao manuscrito deste escriba desconhecido, encontrado num mosteiro Espanhol.
A certa altura rezava mais ou menos assim:
Dez familiares do Santo Ofício perfilaram-se em cima do estrado de madeira construído para o cerimonial junto à porta principal da igreja. Em frente, colocaram jaulas onde os réus iriam ouvir os seus crimes e respectivas sentenças, lidas à vez por religiosos dominicanos. Havia ainda uma grade destinada aos familiares dos inquisidores e outros eclesiásticos.
Ao centro, um grande corredor por onde haveria de passar a procissão dos condenados: quinze homens por blasfémias e frases escandalosas, quatro jovens, duas mulheres e dois homens por sodomia masculina e feminina.
(O texto original a partir daqui, está praticamente ilegível, mas não é difícil adivinhar o que sucedeu a seguir)
Se bem que durante algum tempo o "leitmotiv" da Inquisição fosse a perseguição aos judeus, a verdade é que, paulatinamente, o Santo Oficio da Covilhã, tratou de estender a sua jurisdição a outras causas, como se quisessem erigir-se em juízes da moralidade cristã.
Este dia fatídico de Junho de 1612, ficou imortalizado nos registos inquisitoriais da seguinte maneira:
“Foram queimados na Covilhã dezanove homens e duas mulheres por pecados contra natura. Que deus perdoe os seus devaneios, Amen”
A tradução do latim pode conter algumas imperfeições, mas o essencial ficou dito.