segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Deambulações performativas

Andam por aí uns estilos a que chamam artes performativas, que o leitor mais prevenido pode disfrutar através do festival Y, espalhado pela Covilhã e Fundão.
Estas novas artes tem em média, 4 a 6 espectadores por espectáculo e caracterizam-se por novas linguagens; pela desconstrução do texto, cuja sintaxe emprenha em artifícios barrocos, e pela fragmentação da geometria dos espaços. Dizem os entendidos que estas performances modificam os componentes e criam novas conexões. Recusam estruturas conceptuais rígidas, como as dramaturgias convencionais, subvertem a sequência espacial do texto e afastam irremediavelmente a ordem cronológica dos acontecimentos.

No fundo, os performativos, não conseguem expressar uma ideia clara sobre-o–que–quer–que-seja, ou, se conseguem, ela encontra-se oculta, apenas ao alcance de algumas luminárias. Não raras vezes, o caro leitor pode ser surpreendido com um corte no pescoço de uma galinha, a mutilação de uma parte do corpo, ou levar com um balde de tinta na cabeça sem qualquer explicação. Entre outras, que podem colocar em causa a sua integridade física e mental.
Estamos na presença de uma arte que mutila e confunde o espectador, perdido em processos de combinações interactivas, retirando-lhe a possibilidade de seleccionar o essencial.
Cá para nós que ninguém nos ouve, preferimos a musicalidade, e a expressão do teatro tradicional, ou espalhafato dos Bonecos de Santo Aleixo. São feitios.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando não se compreende é mais fácil criticar...
Morfina

carpinteira disse...

morfina,
A nossa ignorância leva-nos a cometer estes dislates contra essa arte tão nobre.