quinta-feira, 28 de junho de 2007

Beneficiados


Continuamos a plagiar os nossos próprios textos, não porque vislumbremos neles algum trilho luminoso que nos conduza ao divino. Nada disso estimado leitor. Os tempos são de míngua, também para o pensamento, e vai daí, solta-se o dito e o redito. Ora aí está:

Numa urbe serrana, transformada em colónia para idosos, estalou a polémica por causa d’um plano pioneiro para a terceira.idade que consistia na distribuição gratuita do genérico contra a impotência, denominado de Ergofalum/Prabygina, um composto similar ao Viagra
Infelizmente, surgiram algumas inquietações, e suspeitas desagradáveis, pois constatou.se que os velhos, em vez de usarem o remédio no aconchego do lar, utilizavam-no na prática compulsiva de fornicação com mulheres mais jovens, admitiu o edil em declarações ao pasquim local, Trompeta falopicus
Este plano, baptizado como "Pito Contente" que coloquialmente tem a designação de frango.taralhoco, provocou protestos veementes na sociedade serrana, entre os quais, contavam-se sectores religiosos preocupados com a saúde da alma, médicos preocupados com a saúde do corpo e, sobretudo, as esposas enganadas dos (beneficiados)
O Município decidiu suspender momentaneamente o programa de entrega do Ergofalum/Prabygina, e contratou um grupo de enfermeiros para ensinar o uso correcto da medicação, em prol da saúde dos (benefálicos)
Decidiu também que, quando for reiniciado o programa, o remédio será entregue à esposa do beneficiado, e não directamente ao ancião, porque a tentação é grande e a carne é fraca, referiu o edil



quarta-feira, 27 de junho de 2007

O covilhaneinse chunga


A pedido de alguns grunhos, publicamos de novo este texto com ligeiras alterações

O Covilhaneinse.Chunga é uma espécie oriunda do espaço sub.urbano da Covilhã, que ainda não tem definição na “Wikipe(i)da”, Por isso, aqui fica uma breve referência,
O comportamento deste idiota não contempla géneros, pois apresenta.se tanto no masculino como no feminino, Tem baixa literacia (escolaridade obrigatória feita em regime nocturno e por unidades capitalizáveis), Trabalha em esquemas ocupacionais com renovações temporárias, enquanto vagueia pelos bares da urbe, às Quintas e Sábados pela calada da noite, dando largas ao seu instinto mais grunho, O Domingo fica reservado pró banho semanal
O Chunga faz.se transportar em viaturas com ornamentações kitsch, pagas em leves prestações mensais, De vidros abertos e com os decibéis elevados ao limite do suportável, papa horas a fio com o ruído monótono e sincopado, entre o House e o hip.hop, De vez em quando, estilhaça espelhos retrovisores e pilha antenas de automóveis perante a complacência do mundo, Mesmo o traseunte mais desatento topa o cromo à distância pela sua natureza ruidosa
Fora do automóvel perde alguma virilidade, é certo, mas ganha.a no tom de voz, Por isso, fala alto e em monossilabos nasalados como sejam, ãe, õe, en, on, de moda a evidenciar a inteligência canina, mas principalmente a sua linguagem primata, O chunga tem tanta estima pela sua viatura que chega a confundi.la com o próprio pénis
Mas o desarranjo não se fica por aqui, também gosta d’exibir o seu lado animal, não raras vezes, à saída dos bares quando a fauna s’apresenta com dificuldades de equilíbrio, desaperta a braguilha, e logo ali, no primeiro muro, no pneu do carro, ou na perna da namorada, alivia.se das àguas quentes e oprimidas
Em próximos postes analisaremos outras características desta espécie, em ascenção pelas pocilgas da urbe

terça-feira, 26 de junho de 2007

O teleférico

O teleférico foi o grande empreendimento a invadir o espaço aéreo da Covilhã, depois da Torre de Santo António, para felicidade dos indígenas basbaques.

Este mono contemplativo da urbe, não constitui um rasgo de fantasia, ou uma alucinação colectiva. Não senhor. Trata-se antes, d’uma obra virtual apregoada noutras lides; em oratórias de deslumbre e apego a megalomanias, que enchem de virtuosismo a cidade neve.
E aqui pra nós que ninguém nos lê, dão-se alvissaras a quem encontrar por aí um centro de artes, ou uma
piscina pública


segunda-feira, 25 de junho de 2007

O Tejo é o limite


Porque a memória é curta, e para que não se esqueçam alguns factos ocorridos na Covilhã do século XII, mais precisamente em 1186, aqui ficam alguns apontamentos de Alexandre Herculano quando se refere ao espaço natural do concelho da Covilhã:

(...) Em semelhante falta de lugares habitados vemos nós a razão de se dar por termo ao concelho da Covilhã o vasto tracto entre o pendor meridional da Serra da Estrela e o Tejo, limitado, só ao ocidente por uma linha de Vila Velha de Rodão à Cortiçada (...)

Nota: Os factos falam por si, e devem ser tomados em linha de conta, quando for feita a verdadeira regionalização. A Covilhã não pode ficar mutilada do espaço que lhe foi subtraído por administrações míopes.

O Tejo é o limite.