sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Hora do conto

O estudo desta sátira contempla algumas fases distintas, mas complementares, que não vou aprofundar aqui, para lhe poupar o fastio da divagação literária. Tenho até agora utilizado uma linguagem coloquial, por vezes até de uma banalidade confrangedora, de modo a que este estudo fique ao alcance de mentes menos habituadas à hermenêutica. Contudo, à medida que me vou adentrando pela farsa, surge a necessidade, cada vez maior, de uma linguagem mais cuidada, resultante do diálogo que tenho mantido com os especialistas desta área.
Posto isto, e sem mais delongas, passemos ao que interessa.
Em primeiro lugar, na sátira Chicken Charles, assistimos ao fenómeno de identificação de um texto, projectado numa putativa pessoa real, a sua, diz o Senhor presidente, e a transferência para um determinado espaço social, que vossa Ex.ª supõe ser uma qualquer Quinta da paróquia.
É a partir daqui, Senhor presidente, que começa a sua grande dificuldade em entender que, apesar da similitude entre o dualismo escrita/realidade, tudo funciona num plano ficcional, por isso, a criação desse universo imaginário, por onde campeia um Frango e demais galináceos, deve obedecer a uma liberdade total, como acontece, obviamente, em todos os textos de natureza literária.
Vossa Exª vai-me desculpar, mas extrapolar este texto para a vida real é no mínimo absurdo, para não dizer abusivo. Tudo não passa de uma pretensão idiota de inscrever a história de uma ave rara, que ainda por cima tem a mania que os cágados comem alpista, num conjunto de arquétipos, susceptível de atribuir verosimilhança à alusão figurativa.
Por muitas voltas que tentássemos dar ao texto, por muitas metodologias utilizadas, ainda não conseguimos levar ninguém a acreditar que o Senhor presidente, seja de facto, um Frango.
Ermengarda

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