segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Pode alguém ser quem não é

O sentido da sátira, Chicken Charles como tenho vindo analisar, inscreve-se num plano de criação livre e representação imaginária, permanecendo ambíguo e dependente de um sistema de interpretações subjectivas e polissémicas, dada a sua natureza ficcional.

Imagine Senhor presidente a astróloga Maya, tantas vezes satirizada, reclamar da sua imagem de abelha insignificante, ou então, o Bispo de Leiria (se é que ainda existe) rever-se na personagem erótico/canalha do Padre Amaro, a lambuzar-se todo na Soraia Chaves. Ridículo? Talvez não. É claro que não há da parte de Vossa Excelência qualquer intenção em confundir o acessório com o essencial, e desse modo, atribuir-lhe uma natureza jurídica. Claro que não. O que existe de facto, é alguma ingenuidade analítica do texto literário (e nesse aspecto Vossa Ex.ª a mais não é obrigado)
Saiba que o mesmo acontece no Contra Informação, ou em qualquer espectáculo de Stand up, Estas coisas não podem dar lugar a verosimilhança e melindre. Já reparou senhor presidente, que Chicken é um personagem que nem sequer foi elevado à categoria de Galo; vive numa Quinta, como a grande maioria dos frangos do campo, ainda por cima considerado um anti-herói. Não me parece que ele esteja à altura de Vossa Exª. Não está não Senhor.
Cá pra mim que sou uma ignorante, tudo isto não passa de uma história fingida, d’um reles Frango no centro de uma teia de relações, na periferia das quais gravitam outros galináceos secundários armados em parvos.

Ermengarda

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