A análise das personagens da farsa Chicken Charles não tem sido fácil, devido à parca profundidade psicológica que apresentam.
Uma coisa é certa, só para lhe dar uma ideia, a estética realista privilegia o esquematismo das personagens no espaço rural a que vossa Exª diz também pertencer. Embora haja quem afirme por aí, que um dos pecados capitais do Senhor presidente, foi ter-se rodeado de figuras urbanas, qual Conselheiro Barreiros, que parecem fugir da inteligência como a gordura do Fairy*. Mas prontos.
Prosseguindo a análise estrutural de algumas personagens alegóricas, direi mesmo, que funcionam ao contrário das personagens orwellianas, do Triunfo dos Porcos** que como bem sabe, trata da “revolução entre os animais de uma Quinta e o modo como o idealismo foi traído pelo poder, pela corrupção e pela mentira”, em nada semelhante, é claro, à sátira Chicken Charles. Nada mesmo. A não ser naqueles pequenos defeitos e máculas que tão bem caracterizam o Frango português: coisas somenos em que qualquer alteraçãozita d’um plano, ou d’um pormenor, podem fazer toda a diferença, como por exemplo: ir à urgência de Alijó e ser transferido pelos bombeiros de Freamunde, com treino de suporte avançado de vida. São outras histórias.
Mas não vamos por aí. Até porque esta investigação pretende ser uma coisa séria. Muito séria. Não quero cometer o mesmo erro que já havia cometido com o estudo acerca de RaskalniKov, personagem de Crime e Castigo*** (como vossa Exª deve saber).
Pois é, andei tanto tempo a chatear-lhe os cornos, que acabou por matar uma velha usurária. Não senhor; não vou por aí.
* Detergente prá loiça
** DVD baseado no livro de George Orwell
*** Obra de Dostoievski em formato papel
Ermengarda
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