Há uns tempos, um grupo de pessoas bem intencionadas, resolveu clamar pelo espírito cívico da paróquia, achavam que a intervenção democrática não se esgotava nos partidos. Pois, pois. (Era outra conversa, mas não temos tempo).
Bom, a verdade é que a Covilhã atravessa um momento onde não se cultivam modos de reflexão politica ou civica, que venham despertar a letargia reinante; a ausência de participação dos indígenas continua a fazer parte do quotidiano mórbido duma cidade em que o pensamento anda arredio e a dar sinais de definhamento.
Mesmo aqueles que teriam obrigações éticas para o fazer, abstêm-se de discutir o que quer que seja, não só pelo conforto do alheamento que isso lhes proporciona, mas acima de tudo, pela gritante incapacidade de construírem raciocínios produtivos que provoquem a discussão pública. Por aqui, “no pasa nada”. Ou melhor, a única novidade da comarca, reside no facto de haver por aí um presidente que tem a mania que é um frango.
Haverá sempre quem se escude na herança salazarista, para justificar a inércia. É um facto. Mas também é certo que cada vez há mais néscios a engrossar a fileira da ignorância: uma horda de incompetentes, treinados bem na lógica dos ensinamentos do patrono, no deserto de ideias que é a Covilhã.
A alguns, falta-lhes preparação de base, e na maior parte dos casos oferecem resistência a tudo o que não conseguem entender, limitam-se a reproduzir inanidades em colunas de pasquins regionais. Mas também há os outros; refugiados na sua Torre de Marfim, entediados com os seus dramas, a quem falta humildade suficiente para partilhar experiências. Uns e outros são uma espécie de rebanho a pastar na indiferença dos dias; os grandes contribuintes do atavismo público covilhanense. Depois admiram-se que haja prá aí uma trupe de figurões que domina a seu bel-prazer a paróquia.
A propósito, que é feito do movimento de cidadania?
sábado, 1 de março de 2008
Covilhã: "No pasa nada"
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