quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Coisas importantes sobre a origem da panela no forno


O olhar desprevenido sobre as imagens pode suscitar leituras atrevidas; provocar quiça, o apetite alarve do indígena. Mas não é isso que nos traz hoje aqui. O assunto é sério, embora não pareça, e de uma vez por todas convença-se estimado leitor, que a prosa não faz parte de nenhum exercício d’escrita criativa; para isso, pode e deve recriar-se com o boletim municipal em papel couché da Câmara da Covilhã. Tratamos hoje, mais uma vez, do aquecimento regional que chegou até nós num manuscrito encontrado na delegação da ASAE, depois desta ter verificado, que o alcatrão da estrada para as Penhas da Saúde, estava contaminado com colestrol e outras gorduras animais, provenientes do uso e abuso intensivo de enchidos, toucinho e quejandos.
A busca da verdade, levou-nos a uma exegese aturada, mas valeu a pena, pois descobrimos, finalmente, que o tradicional arroz à valenciana não é o pai biológico da panela no forno, não é não senhor.
A fumarola saída do asfalto veio comprovar o que já se adivinhava: o suculento prato tem origem na Covilhã, desde o primeiro aquecimento regional, altura em que os paisanos cozinhavam os alimentos nas entranhas da terra; só muito tempo depois, talvez pelo segundo aquecimento surgiu o reles Arroz à valenciana de cor pálida. Fica assim desfeita essa enorme confusão que atribuía, abusivamente a paternidade gastronómica ao pérfido arroz amarelo de nuestros hermanos.

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