Da paróquia e afins

Nunca é demais lembrar que a tendência recente da organização espacial e administrativa da pátria lusa, com o patrocínio do governo do Senhor Engenheiro, não passa apenas pela manutenção do fenómeno da litoralização, mas também pela concentração de serviços nas “capitais de distrito”.
Ora, a verdade é que ainda existe um sentimento de pertença a ligar o indígena ao lugar matricial, que muitas vezes lhe enviesa o discernimento, a pontos de romancear a realidade por entre inimigos imaginários e desmandos paroquiais.
Não é estranho, que paste por aí uma horda de imbecis, confortavelmente instalados a promoverem o bairrismo serôdio para esconderem os problemas reais das suas cidades.

Os cromos em vez de defenderem uma rede de complementaridades entre as cidades do interior, ou manifestarem o seu desagrado perante a ofensiva do governo em desactivar o interior do país; deslizam alegremente para o despautério, fazendo arribar o paroquialismo mais primário em favor do seu quintal. À pala deste entretenimento bacoco, vai-se instalando um autêntico regabofe de metal sonante nas expansões urbanas das cidades da Beira Interior. As novas realidades da Guarda Covilhã e Castelo Branco passam agora pela colocação ad hoc das designadas peças estruturantes, isto é; novas centralidades plasmadas em centros comerciais e call centers. É um fartote.