As cidades são organismos vivos, como os frangos, que se desenvolvem por ciclos, tendo momentos de crises e prosperidades, ancorados no esforço e empenhamento colectivos do galinheiro. Mas não vamos por aí.
Temos ouvido várias estórias acerca de frangos estúpidos que gostam de atravessar as ruas. Aristóteles chegou mesmo a dizer de modo inteligente, que é da natureza do frango cruzar a estrada. Vá lá saber-se porquê.
Também em tempos houve um galinheiro no burgo, cujo nome não conseguimos recordar, onde existiu um Galo que estabeleceu um novo tipo de relações entre os Seres da Capoeira na produção da riqueza (perspectiva heideggeriana), ficando Ele, por razões óbvias no topo da hierarquia, seguindo-se os frangos, galinhas, e afins. De maneira que foi sempre o Galo a assumir o destino do galinheiro naquele condomínio avícola.
Um dia, depois de ter adquirido a consciência do esturro final, foi distribuindo milho aos pardais, exigindo cumplicidade e silêncio na hierarquia galinácea (...)
(...) Com o passar do tempo surgiu uma nova espécie consumidora de milho transgénico, que nunca chegou ao poder no galinheiro, o que foi duplamente triste, pois não houve rotação na capoeira, nem fixação de novos bicos alternativos. A estes, foi-lhes imposto como regra de conduta, dobrarem-se em vassalagem sempre que o Galo passasse ou quisesse arrotar. Foi sempre assim, porque foi assim que o Galo quis. Por isso, a frangalhada, ficou irremediavelmente condenada a morrer de reumático ou de tédio. Contudo, tem havido sempre um poleiro para os frangos basbaques, os que fogem da inteligência como a gordura do fairy; estes ficam entretidos com a instauração de processos para calar o bico ao exercício de opinião; o Galo, nunca achou por bem que a opinião de alguns pardais, fosse uma forma legítima de fazer política no galinheiro. Bico calado.
Até já
5 comentários:
anónimo
larga o vinho
O insulto é a democracia dos grunhos
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