segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O condomínio pode ficar sem água

O costumeiro aviso de que as barragens da região só tem água até ao fim do verão, pode querer dizer, que se os condóminos covilhaneinses apanharem um Setembro seco, (o que não tem acontecido nos últimos anos), correm o sério risco de ficarem privados do precioso liquido.
Ora, este aviso, traz à memória a colecção de mentiras, de que nós já aqui demos conta, e que se foram avolumando durante os 12 anos de vigência do pintismo estrutural. Sendo certo que a nova barragem das Penhas, mais as designadas obras estruturantes ficaram todas, sem excepção, pelo caminho. Lá iremos.
Façamos, mais uma vez, um breve exercício de memória:
O projecto, se bem nos recordamos, previa a criação de uma albufeira na Ribeira das Cortes, perto das Penhas da Saúde, com 42 metros de altura e capacidade para armazenar dois milhões e 200 mil metros cúbicos de água. Era muita auguinha.
Na época, Luís Barreiros, contabilista do condomínio, explicava que "o vencedor do concurso iria construir a barragem e em contrapartida explorar todas as suas vertentes, nomeadamente o abastecimento de água e a produção de energia eléctrica". E adiantava: "Mesmo que o processo e as obras decorram à velocidade máxima, a albufeira levará pelo menos mais cinco anos até estar pronta a ser utilizada" concluiu. Pois.
Bom, mas as aleivosias aquíferas, não ficaram por aqui, e somaram-se umas atrás d’outras. Então não é que depois de tanto bramir contra a discriminação do governo na aprovação de projectos para o concelho, a administração do condominio deixou passar uma licença que tinha validade até Setembro de 2008 para a construção da nova Barragem na Serra da Estrela.
Ah pois foi!
Pior ainda: foi pedida uma prorrogação e faltavam documentos.

Pois é.
E a Barragem?

17 comentários:

MANEL disse...

Esta tb é uma das promessas que os carregadores do andor continuarão a passear.
E claro clamando contra satanás, que não tem permitido cumprir a promessa.
O povo "crente", grita "xô satanas", bendito o homem que nos faz acreditar.

Anónimo disse...

É uma camara sem visão estratégica e de futuro,depois quem paga são os covlhanenses.
Castelo Branco tb teve o mesmo problema,mas a seu tempo, soube construir a Marateca, e hoje já não tem problemas de agua como aí na Covilhã

Anónimo disse...

oh carpinteira, não é por nada, mas não haverá por aí culpas repartidas entre o pinto e os governos do PS?

Anónimo disse...

Tenho para mim que haverá culpas repartidas, sendo certo que o pinto com seu ar arrogante e dominador espanta qualquer intenção de investimento na covilhã.
Não hesita jogar a covilhã e os covilhanenses a seu belo prazer contratudo e contra todos.
Veja-se o recente caso do tribunal e da cadeia. Quem perde? NÓS.

anunciação disse...

arrogante sim, dominador só se fôr de ciroulas..

Anónimo disse...

Pior ainda!
O "LOCAL" está classificado como "Património Cultural", "Património Paisagístico", "Património Arqueológico Rural", "Património de Arquitectura", além de toda a área estar protegida por "RESERVA ECOLÓGICA" e fazer parte da preservação decretada pela Comunidade Europeia.
Sá há possibilidade de fa zer o "LAGO", alagando o "Poço do Meio Quartilho", mas para isso terão de pagar há AMCB, o projecto que eles têm ,vai para muitos anos.
BIRRAS, MUITAS BIRRAS, SENHORES..... que resultam em atentados à NATUREZA, ou a que pouco RESTA DELA.

Garganta disse...

Condominio pode ficar sem água?
Mais depressa fica este blog sem pio...

ljma disse...

Anónimo das 7:56, se acha que não há perigo que o condomínio fique sem água, acha então que não se justifica a construção de uma nova barragem?

Faço esta pergunta porque, francamente, nunca senti ou ouvi falar de problemas no abastecimento de água no concelho da Covilhã. Lembro-me deles no Fundão e em algumas freguesias da Guarda em anos de seca.

Não digo que a barragem não seja necessária, mas uma vez que (como acabo de explicar) eu não noto a sua necessidade, gostava de ouvir alguém que não o presidente Carlos Pinto ou algum subordinado a afirmá-lo (coisa que pode muito bem já ter acontecido sem eu ter dado conta, claro).

Cumprimentos
José Amoreira

Anónimo disse...

Ljma:
A mim pouco me importa o que esta câmara pensa sobre a barragem até porque nunca a construiu, mas já me estranha a sua opinião sobre a necessidade de uma nova barragem nas penhas, pois li no seu blog algumas investidas contra a sua construção e com as quais discordo. Quanto mim, primeiro estão as pessoas e as suas necessidades básicas e não me parece que uma nova barragem traga grande mão ao ecossistema montanhoso da Estrela

Não sei como no futuro uma cidade como a Covilhã pode ficar dependente do lago Viriato. Mas se de facto é isso que defende, apresente-me outra alternativa válida sem paranóias ecológicas, para que os habitantesw do concelho da Covilhã um dia não “morram à sede”.

ljma disse...

anónimo das 10:38,

Não disse que a Covilhã pode passar sem a barragem, apenas disse que nunca notei que ela fosse necessária, ao contrário do que já verifiquei em concelhos vizinhos. Também não lhe perguntei (supondo que se trata do mesmo anónimo) o que achava sobre a posição da câmara relativamente à barragem, e portanto a resposta de que pouco se importa sobre o que a câmara pensa é uma resposta ao lado. Perguntei-lhe sim se considera que a barragem é necessária e acrescento, agora que disse que sim, porquê.

Não leu no meu blog nenhuma investida minha contra a barragem, apenas contra o carácter vago e genérico do resumo não técnico do estudo de impacto ambiental associado, e contra o carácter vago e genérico da declaração de impacto ambiental com aprovação condicionada para a dita barragem. A minha posição foi que o estudo não identificava concretamente nenhuns impactos ambientais negativos (apesar de os referir) e que a declaração de impacto ambiental que o aprovava condicionalmente estabelecia condições vagas e, por isso, não verificáveis. Caso não concorde com a minha posição sobre o assunto, esteja à vontade para a discutir.

Se quiser responder, faça-o por favor sem fundamentalismos ambientalistas ou antiambientalistas. Não se se o anónimo é ambientalista, não sei se eu o sou, isso não tem nada que ver com o que estou a tentar discutir.

Cumprimentos
José Amoreira

Anónimo disse...

ljma:
Não sei com que anónimo me confunde, nem me interessa. No entanto, apos a leitura atenta do seu comentário, porque é isso que interessa, noto alguma ambiguidade e falta de objectividade do seu pensamento. Fico sem saber, afinal, o que pensa sobre o facto do concelho da Covilhã precisar ou não de uma barragem. O ljma será livre de achar o que quiser, mas por favor, não recorra a tiradas técnicas sobre o impacte ambiental. Não me parece ser essa questão de importância fundamental quando uma região pode ficar privada do liquido vital. O que está aqui em “jogo”, no meu ponto de vista, é uma possível e provável falta de água num espaço de tempo mensurável, tendo conta as alterações climáticas e a falta de captação em profundidade. A construção de uma barragem seria em todos os sentidos, uma salvaguarda no abastecimento para as populações. O facto de nunca ter havido falta de agua no concelho como refere no seu comentário, não é por si, argumento válido, porque nada nos garante que tal não venha a acontecer. E depois não será tarde demais?

Saudações também para si

ljma disse...

Caro anónimo, falo do estudo de impacto ambiental agora porque foi apenas desse estudo que falei no passado.

A minha questão com a barragem tem sido, desde o início a mesma: não sei se é necessária ou não. Nunca notei a necessidade dela. Como diz, isso não significa nada, apenas demonstra a minha ignorância. Porque sou ignorante, não tenho uma posição firme contra a barragem. Sou ignorante mas não sou alheio. Gostava de saber mais. Há alguns aspectos da construção da barragem que considero negativos (o impacto na paisagem e a eliminação dos poços da ribeira onde eu e muitos já tomámos bons banhos). Estes aspectos que considero negativos podem ser compensados pelas vantagens que resultarem da barragem. Mas é exactamente das vantagens da barragem que estou mais duvidoso. *Se* é verdade que, como Carlos Pinto e o anónimo dizem (não utilizando exactamente as mesmas palavras, mas enfim) que se não se construir a barragem poderemos um dia "morrer à sede" ou coisa parecida, então claramente sou favorável à barragem, que se lixe a paisagem, o ambiente e as banhocas ao ar livre. Mas porque esse argumento é sempre apresentado assim, nesse tom alarmista, sem dados ou estudos (independentes ou não) que o apoiem, desculpe, mas eu fico com as minhas dúvidas e continuo a pedir que alguém (por exemplo, o caro anónimo) me explique em quê é que se baseia para dizer que está iminente uma falta de água no concelho caso não se construa a barragem. E enquanto argumentos melhor apoiados não me forem apresentados, eu continuo a ter (e, de vez em quando, a manifestar) as minhas dúvidas sobre a necessidade da barragem, logo, sobre as vantagens da sua construção.

O anónimo chama-lhe ambiguidade e falta de objectividade. Eu, talvez presunçosamente, prefiro chamar-lhe dúvida sistemática e escrutínio.

Cumprimentos
José Amoreira

Anónimo disse...

caro ljma:
Este seu ultimo comentário, revela não só falta de objectividade, como um evidente desnorte argumentativo, a pontos de comparar o que digo com o que defende Carlos pinto. Quero acreditar que foi, porventura, falta de atenção sua ao ler o que escrevi .Adiante.
Concordo consigo quando se chama si proprio de ignorante, mas nao deixo de achar alguma graça à sua pseudo ingenuidade, como se o caro jlma, desconhecesse a existência de alterações de ecossistemas por efeito do aquecimento global, ou ignorasse os longos peiodos de seca a que estão a ficar sujeitas algumas regiões mediterrânicas onde se inclui Portugal… e muitos outros factores que poderia aqui enunciar, de modo a sustentar a ideia de que uma barragem nas Penhas se torna urgente, mais do que necessária para satisfazer as necessidades básicas de uma população de 50 mil habitantes. Obviamente não possuo nenhum estudo para validar a construção de uma barragem, nem penso que isso seja necessário perante esta evidencia
Quanto à sua dúvida sitemática ou sistémica;” não sei se é necessária ou não. Nunca notei a necessidade dela”
Eu chamar-lhe ia em jeito de pregão popular: estás na aldeia e não vês as casas

Saudaçoes

ljma disse...

Anónimo,
Carlos Pinto e o anónimo afirmam que uma autêntica hecatombe pende sobre as cabeças dos covilhanenses se não se construir a barragem. As razões que os motivam, pelos vistos, não são as mesmas, e desculpe então se o ofendi com o desnorte da comparação. Mas em ambos os casos as explicações, se formos aos detalhes, são (para mim) pouco convincentes.

Há pelo menos um estudo sobre a evolução climática em Portugal que aborda a evolução dos recursos hídricos (o do SIAM) e, se é verdade que apontam para uma redução nacional desse recurso, não é líquido (trocadilho intencional) que essa redução se note localmente. Note que a serra da Estrela e o Minho são as duas regiões com maior pluviosidade no nosso país (no rectângulo continental, quero eu dizer). E na Estrela convivem os climas mediterrânico e atlântico. Se não houver razões para suspeitar de uma futura redução do recurso hídrico ao nível local, pode mesmo assim justificar-se a construção de barragens para fazer frente ao déficit nacional, mas a barragenzita que aqui discutimos terá um papel absolutamente insignificante nessa "guerra".

Vamos ler o estudo, os dois, para ver se, como o anónimo diz, estamos mesmo na aldeia e se há casas para ver?

Mas o seu argumento, caro anónimo, parece poder servir para justificar toda e qualquer barragem seja qual for o tamanho, a localização, os impactos. "Vem aí o o aquecimento global, vamos todos morrer à sede, temos que construir tanques e barragens, custe o que custar, alague-se o que se alagar!" É isso?

Anónimo disse...

É extraordinário como o jlma passa, num ápice, da duvida sistemática para a interrogação metafísica.
Não partilho qualquer visão apocalíptica sobre este assunto, mas quando questões de natureza climática, cujos impactos entram no domínio da crença ou da desconfiança, pouco ou nada posso adiantar, ate porque nunca tive queda para missionário.
Mas sempre lhe digo: oxalá o seu optimismo de base cientifica tenha sentido

ljma disse...

Anónimo,
prefere analisar e categorizar as minhas características pessoais em vez de discutir o que eu pensava que estamos a discutir. É consigo, mas para isso não tenho pachorra. Tenho todos os defeitos que me apontou e mais muitos. Mas não me parece que tenham algo que ver com a barragem e compreenderá que não me apeteça discuti-los aqui.
Saudações
José Amoreira

carpinteira disse...

o carpinteira agradece ao anonimo e ao ljma, a forma elevada e inteligente, que colocaram neste breve debate, sobre a importância ou não de uma segunda barragem para a Covilha.

Obrigado aos dois.