quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Outras paisagens
Devia o momento de festança eleitoral servir, entre outras coisas, para uma profunda reflexão, acerca do modelo de cidade que está a ser adoptado no condominio. Este exemplo da Igreja da Estação, que vai ser inaugurada brevemente, espelha bem o destrambelho histórico/construtivo, e non sense a que tem sido sujeito o espaço público da Covilhã; cuja tendência natural e totalitária para o mau gosto, tem sido omnipresente e não há volta a dar-lhe.
Claro que o bom-gosto é uma categoria normalizadora burguesa, (sempre discutivel), mas é impossível ficar indiferente ante a barbárie estética desta e d’outras zonas do condominio.
Atente-se na composição da paisagem urbana entre a Estação e os galinheiros da ANIL, onde o contrastante não é meramente acidental, faz parte de uma cultura de ignorância com origem em Lopes Teixeira, passando por Álvaro Ramos até aos nossos dias.
Todos, sem excepção, foram incapazes de delinear estratégias para a cidade e tiveram no casuismo a única forma de acção, através da dispersão construtiva, confronto de escalas e subalternização do espaço público, que tornaram a Covilhã (cidade de montanha), disforme e agressiva. Não faltam exemplos de espaços com identidade própria, evocativos de percursos simbólicos na história da cidade neve, transformados em locais incaracterísticos.
Sendo certo também que uma política urbana, sistemática e bem articulada, nunca esteve nas prioridades ou na agenda da actual Administração do condominio. O desenho urbano continua, ainda hoje, subordinado ao gosto pessoal de certas luminárias que partilham a crença na construção à bolina como motor de desenvolvimento.
A politica urbana tem-se revelado um autêntico falhanço e um alfobre de disparates, de que é exemplo um parque habitacional tão fragmentado quão degradado no indigente “centro histórico”, falho em sucessivos planos de reabilitação, onde foram enxertados pedaços de cidade que nunca chegarão a sê-lo, e ficarão tão só como monumentos à estupidez e ao desperdício.
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8 comentários:
Aiii Senhor
Não tem nada a ver com o post,mas dizem que o maestro Cipriano e o seu projecto Zethoven, já não vão ao programa da SIC, emitido hoje da nossa cidade. Parece que incomodava os poderosos. Haja vergonha.
Homem de visão negra, para onde se volta apenas vê coisas negativas. Desde a arquitectura, passando pela vida politica ou universitária, transportes, vias de comunicação, futebol, turismo, comentários, sociedade, etc, etc. Nada presta, nada se enquadra, está tudo deformado, não há regras ou padrões que aguente este espírito crítico. Quase dá ideia que o ideal seria morrer toda a gente deste condomínio five stars e o senhores traçarem tudo a régua e esquadro, segundo os vossos padrões (que não se sabe quais são). Tal forma de vida tem um nome de uma doença psiquiátrica que não me ocorre agora, a qual conduz muitas vezes ao suicídio, mas tem cura.
Abraço de melhoras
E sobre isto :
"O circo está montado : A AGS - do grupo Somague - está á venda. Sim, essa que detém 49 por cento das Águas da Covilhã (AdC) e não mete lá [na ADC] "nem mais um tostão". Ou a Câmara da Covilhã injecta o dinheiro que não há para obras ou temos o burro nas couves. Na AdC há mais de uma centena de funcionários - uma centena, sim mais de cem - com guia de marcha para a Câmara da Covilhã ou para a reforma após o forró eleitoral. Aos preocupados peço que Registem, aos troll's do costume que desmintam e demonstrem que o que escrevo aqui não corresponde á realidade que está na gaveta e pronta a saltar após 11 de Outubro"
O/A anónimo/a das 11h31 nada tem a dizer ?
Eu se fosse o carpinteira pedia desculpa ao anonimo das 11'31.
A covilhã vibe na felicidade total com cha e biscoitos e voces tem a ousadia de criticar o urbanismo,a vida politica e universitária, transportes, vias de comunicação, futebol, turismo, comentários, sociedade. Onde é que já seviu isto? Criticar o dono da Covilhã o excelso pinto. korror!!!
Sou um livre pensador e observador.
Negócio é negócio e os contratos são para cumprir.
Ide para o caralho, vocês mais este blog
"Barbárie estética", deve ser a casa do autor deste blog...cheia de "naprons" de renda a coroar os móveis pirosos!
Enfim...que tristeza!
Afinal que raio de igreja é queriam para aquele sitio? De pedra, robusta e austera do estilo românico? Em pedra, bastante alta, com aplicações alusivas às bem feituras e bravuras dos descobrimentos, do estilo manuelino? Uma kubata ao estilo africano? Um iglu ao estilo esquimó? Lamento desiludir o autor deste post mas o edifício está perfeitamente enquadrado com linhas minimalistas e com vários apontamentos de criatividade e originalidade. Gosto do pormenor da torre, pormenor que identifica rapidamente de que tipo de templo se trata e revela alguma identidade da arquitectura tradicional religiosa portuguesa. Espero que seja funcional e confortável.
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