quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Quem dá o pão...

Esta é uma ideia recorrente de muitos que por aqui passam e regurgitam comentários e posts que, constantemente, nos querem fazer acreditar na eterna e recorrente necessidade e obrigação de agradecer e louvar àqueles que, por terem sido por nós eleitos, assumindo sempre uma “humilde” posição de servidores públicos sempre que necessitam de nos sugar o voto, e logo que eleitos se transformam nos Senhores que dão o “pão”… logo sujeitando-nos à criação “á sua imagem e semelhança”…
Resta saber que raio de pão é este que o diabo amassou e que temos de ingerir a custo e a seco...
Não será antes de dizer que quem se arroga distribuir as migalhas (a seu bel prazer e conveniência), castiga!?
Sim, castiga! Quer os que as recebem e que quase nunca as querem (ou pelo menos assim dizem à boca pequena), quer os que delas são privados e mais delas necessitam!
Há, então, quem se veja obrigado a dizer, à laia de justificação, que depois de lhes comer a carne tem de se lhes roer os ossos...
Mas afinal quem é sempre comido e sugado até ao tutano, serão sempre aqueles que, depois de terem votado no, antes servidor e agora senhor (temido e reverenciado), se sentem na necessidade de se justificar no mal menor:
“Afinal em quem se poderia votar? Ao menos deste já se sabe com o que se conta… Se vier outro ainda pode ser pior!”
Estes e outros lugares comuns dos habituais velhos do Restelo (para não dizer dos verdadeiros Calhaus) manipulados pelos tais Senhores (que acabam sempre por se eleger), na esperança de não perderem as poucas migalhas que foram usufruindo e que nestas alturas se transformam sempre em cenourinhas, apetitosas, mas só alcançáveis depois de botar o papelito com a cruzinha no partido que, de repente, até passa a ser o da nossa bela terrinha!
É contra este canibalismo, por ventura, mesmo vampirismo eleitoral, que urdo esta teia.
Nestas alturas, que tal é tanto mais evidente quanto mais é negado ou evitado pelos Senhores, agora travestidos novamente em servidores públicos, e munidos de magníficos e potentes branqueadores do passado, nos fazem crer que é desta…
É desta que aquele nosso problemazito vai ser resolvido e mais uma migalhita nos vai ser distribuída, logo que introduzamos o papelito na ranhura de umas urnas cada vez mais negras e que carregam em si mesmo esta pobre e moribunda democracia…
Tal qual, aqueles que ainda têm a coragem de atirar um punhado de terra para cima de um caixão!
Vinde a mim, eleitorzinhos...
My precious... vote!

1 comentário:

Anónimo disse...

o mal menor é tambem uma das virtualidades da democracia, mas na covilha, só existe um bem maior e melhor para a cidade:Carlos Pinto.