sábado, 5 de dezembro de 2009

Censurare humanum est

Acabo de ler no NC um texto encomiástico d’uma senhora com nome de patto com dois aristocráticos “tt”, que fazem, quanto a mim, toda a diferença. A escriba, costumeira cronista deste pasquim, debitava amenas narrativas numa prosa torpe para improváveis leitores, até ao dia em que um pároco lhe abençoou o texto com as devidas mutilações censórias. Ámen. Recomposta das mazelas infligidas pelo censor(es) de serviço, a senhora Patto, veio agora, sem se rir, escrever umas arengas desculpabilizantes do atrevimento pidesco; pouco dignificantes, é certo, e de nula relevância para o caso. O que importa, isso sim, é saber o que continha afinal o escrito pecaminoso da senhora patto:
Tratar-se-ia d’uma tese conspirativa contra Bento XVI ?
Seria o texto promotor do casamento gay ou atentatório da moral basbaque? Teria, porventura, expressões injuriosas contra a fé católica? Não. Nada d’isto.
Tratava-se apenas de um panegírico dirigido ao maestro cherovia (com o devido respeito). É isso mesmo, caro leitor, um elogio da senhora patto ao então candidato à junta da Conceição. Foi quanto bastou para que o pasquim NC se borrasse de medo e aplicasse sem dó, alguns cortes no texto da respeitável senhora. Insólito, ou talvez não, mas a verdade é que continua a existir um medo cimentado no inconsciente cultural dos tugas em moldes tão estruturais que o tornam, ainda hoje, um "fenómeno colectivo", como refere e bem a senhora patto no seu artigo de opinião. No meio do dislate, não deixa de ser triste, assistir à lenta dissolução deste simulacro de informação do condomínio, entregue a um raminho de paroquianos, vítimas da própria pusilanimidade. De quem ou do que teria medo o NC?
É claro que o deslize censório do pasquim NC, faz parte d’uma táctica milenar, essa, de tentar apagar os incómodos e acabar de vez com a patologia da opinião. Mas também incorpora a cartilha oficial do respeitinho pelas hierarquias e a ordem estabelecidas no condominio. Ao assumir uma lógica mercantil, o NC vê-se obrigado a tratar com desdém e a censurar qualquer argumento que mexa com a influência ideológica e interesses instalados na paróquia. É só isso e não vale a pena dar mais voltas ao texto. Uma miséria. E não há como escapar-lhe.
Amen.

7 comentários:

Anónimo disse...

so vejo seitas .

Anónimo disse...

Qual é o interesse de comentar um artigo de opinião que não vos diz respeito?. Acho este post muito infeliz e sem sentido. Metam-se na vossa vida

Anónimo disse...

Pois, o problema é que os religiosos se metem na vida de todos os religiosos e não religiosos.
Não vejam as coisas só de um lado.
Têm que responder pela porcaria que fazem e que sempre fizeram.

Anónimo disse...

Vocês não perceberam mesmo0 o que se passou pois não?!

moreira disse...

ó anonimo, explica lá tu melhor a coisa

Anónimo disse...

Leiam o artigo vocês mesmos e tirem as conclusões! Engraçado que há muitos que cá vêm e que dizem que na Covilhã as pessoas só vêem em frente mas depois deixam que os outros construam as opiniões por eles. Este blogue é de cariz crítico, mas na visão dos seus autores, não quer dizer que estejam sempre correctos. Quem aqui comenta também deve ter espírito crítico. Não só para os posts publicados mas sobretudo para os temas debatidos.

carpinteira disse...

anonimo das 22'27,

Apesar do blogue, como tu referes apresentar um "cariz critico",convive bem com quem pensa de maneira diferente.
De igual modo,não procuramos qualquer assentimento quando escrevemos os posts.

saudaçoes.