quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Campo das festas


Depois de recuos e hesitações várias ao longo dos últimos quatro anos, a Administração resolveu construir o novo edifício do mercado municipal no Campo das Festas. Um assunto que não parece estar a merecer a atenção dos covilhaneinses e demais basbaques. Pela sua importância e porque a usurpação indevida dum espaço público, constitui sempre um atentado à memória colectiva, transcrevo, a este propósito, um excerto do artigo de opinião do arquitecto Francisco Paiva, publicado no JF de 7 de Janeiro de 2010:

(…) O campo das festas é um dos poucos espaços de respiração da cidade alta, servindo para acolher multidões e actividades ao ar livre e, inclusive, de alternativa ao difícil estacionamento do centro. Espaços como este escasseiam e encontram-se ameaçados pelo míope afã de privatização de tudo o que é publico. Estes locais desempenham uma função análoga às dos terreiros, os rossios ou as corredouras de outrora. Essenciais em tempos de folias, mas também de catástrofe, possuem um valor patrimonial que não pode ser subestimado, seja perante a crise urbanística ou a penúria dos cofres municipais (…)

8 comentários:

Rui Peixeiro disse...

Em parte, até me agrada que o Mercado fique situado na zona antiga e mais alta da cidade, mas acho que se algo deveria mudar de sitio, era o call center, e não o mercado. Para bem, este nem nunca deveria ter sido feito ali. O mercado foi perdendo espaço, qualidade e com isso, perdeu também vendedores e principalmente, clientes!
Quem viu o mercado ocupar todos aqueles andares e o vê agora....

Ao colocarem o mercado no Campo das Festas, para mim o pior de tudo vai ser o estacionamento. Aquele é o único parque (digno desse nome) gratuito perto do centro da cidade. Diariamente são centenas de carros que ali param.
Onde é que depois os vão parar?

pedro assis disse...

O campo das festas está transformado num imenso parque de estacionamento e não tem outra utilidade a não ser essa.
Estranha noçao de espaço público do autor do texto edo blog.
Ou será que se o mercado municipal for construido no campo das festas deixa de ser espaço publico?

Anónimo disse...

É isso mesmo.
Se calhar o actual mercado oferece todas as condições para não continuar a morrer aos bocados.
Sem espaço, sem conforto, sem estacionamento, metido num beco, sem um minimo.
E o sô peixeiro tão preocupado com o estacionamento no campo das festas não quer saber do estacionamento fundamental para quem compra.Contradições ecológicas da utopia entrópica...
O que trama este blog é a capacidade desta Câmara.
Quando li o artigo do sô paiva o que me pareceu é queria ele ser o autor do projecto. Tão só e bateria palmas.
Vontades da basbacagem.

carpinteira disse...

Pedro,
Estou-me nas tintas para a conceptualização de “espaço publico” que apontas. Mas se quiseres podemos discutir isso noutro contexto. O que está em causa neste post, objectivamente, é a mudança do mercado municipal do seu espaço natural/histórico para o “ único parque (digno desse nome) gratuito perto do centro da cidade” como bem refere o Rui.

Anónimo das 13:53,
“O que trama este blog é a capacidade desta Câmara”
Essa vou incluí-la na piada da semana.

Rui Peixeiro disse...

Ao Anónimo das 13:53:

O actual edifício do Mercado Municipal, tem estacionamento. Que eu saiba, já há uns anos um dos andares foi transformado em estacionamento, para evitar essas questões. Acresce ainda o facto de ter dois silos a menos de 5 minutos do mercado.

Quanto às condições, não há duvida que estão longe de ser as melhores. Também nunca eu disse que se deveria manter o mercado no actual edifício, mantendo as condições...
Felizmente cada um de nós pode ter a sua opinião e a minha é que o call-center é que deveria ter sido montado noutro local e o mercado remodelado, de forma a oferecer melhores condições a quem vende e a quem quer comprar.

Não sendo possível isso, e mesmo sabendo que os custos podem ser maiores, preferia a reconversão de um qualquer imóvel antigo, tal como a Garagem de São João (a minha localização preferida, com um andar de estacionamento e dois grandes para mercado) ou outra fábrica "ao abandono". Só na Rua da Indústria há várias...

Anónimo disse...

é uma perda de tempo discutir o que já foi decidido pela maioria na camara

Anónimo disse...

" A capacidade desta câmara"

Esta frase era capaz de ser eficaz num jantar de Natal ou chá dançante ou lá o que é!

Neste blog, caro anónimo, não é lido por esse estracto do condomínio. Por isso é escusado vir para aqui com aldrabices, porque ainda prejudica quem lhe alimenta a alma, ou talvez o estômago!

Anónimo disse...

"não é lido por esse estrato"
A questão é mesmo essa, o extracto.
Estes visitantes são mesmo extra ordinários...
O mercado da ordinarice em extracto puro...
Valha-vos o campo das festas.