Morrer ao abandono

A noticia de uma idosa, que morreu carbonizada na sua própria casa deixa-me perplexa. Mas é sobretudo motivo de reflexão, porque a solidão apesar do propalado envelhecimento activo e não-marginalizado, existe, mesmo em cidades pequenas como a Covilhã, em que os nossos velhos estão sujeitos à perca de dignidade, tristeza e dependência. Uma cidade do interior onde, aparentemente o corte nas relações sociais parece existir em menor numero do que nos grandes centros urbanos, mas onde viver sozinho também pode matar. Não tenho mais palavras para este caso trágico de abandono.Como é possível que esta mulher praticamente sem autonomia e sem referências afectivas pudesse viver entregue a si própria?

Nem sei o que diga.