sábado, 12 de junho de 2010

Ainda um Funeral à chuva

O discurso dos críticos é, na maior parte das vezes encriptado. Tanto podem fazer um funeral a filmes como o “Quem quer ser milionário”, como glorificar tangas do género de "Branca de neve" do Joao César Monteiro: um filme que apenas tem planos a branco e negro. Existe, de facto, uma ambiguidade entre a popularidade do alternativo e o pedantismo do intelectual. Convém, por isso ir ao cinema sem prévia informação do mainstream da cinéfilia. Se não levares nenhuma ilusão nunca te desiludes. Grande parte dos gajos que vieram aqui botar opinião sobre o filme do Telmo Martins (que não conheço de parte alguma) revelaram ignorância qb,reduzindo o filme a formulas maniqueístas do género. “é mau” “muito mau” porque sim. Ainda não dei conta de um cabrão de um comentário sustentado sobre o filme. Estes cromos que invocam os críticos do Expresso e do jornal “i”, precisam de guias espirituais que lhe deem aconselhamento, referências, classificações, estrelinhas, cotações, garantias. São consumidores amestrados, que se recusam a viver novas experiencias e a pensar pela própria cabeça. Tal qual, alguém que vê jogos de futebol em diferido já com a garantia do resultado sabido.

Posto isto. O que tenho a dizer sobre o filme resume-se em parcas palavras.

Eu vi apenas o reencontro no tempo e no espaço de um grupo de colegas da universidade. Vidas com presente/passado que permanecem numa narrativa entrecortada por analepses. É a partir da história de cada um que o filme se desenvolve, sem a qual, a história de todos não se completa. Um grupo de amigos reunidos a propósito da morte de um colega. Recordaçoes resgatadas à volta da mesa de um bar ou num banco do Jardim; memórias de vivencias passadas no desconforto de momentos de silêncio pesado. Em "Um funeral à chuva", vi jogos de luz com as sombras, da vida com a morte, que o cinema máquina de produzir tempos sabe mostrar como ninguém. Mas vi, sobretudo, uma ligação directa ao imaginário ubiano, onde os brilhos da festa precisam da sombra que paira sobre a tragédia de um colega para melhor se revelarem. Vi a Covilha como lugar originário de um tempo feliz, onde a vida e a morte marcaram presença. Como se 10 anos depois, o tempo e a morte tivessem encontro marcado na Cidade sem neve.
Haverá porventura algum exagero na fotografia soturna? É capaz. Os diálogos mais longos ganhariam por certo com alguma economia narrativa? Se calhar. Nada que não possa ser corrigido no futuro. Se houver futuro
Mas isto sou eu a dizer, que nada entendo de cinema.

Se viu o filme faça um comentário. Se não viu, deixe-se ficar quieto.

21 comentários:

Anónimo disse...

Pela primeira ves desiludi-me com este blog. Deve ser o unico sitio que elogia uma coisa que nada tem a ver com cinema.
Há alturas que mais vale ficarem calados

Orlando Pereira disse...

Tenho acompanhado todo o processo de crítica. Ainda não tenho a minha opinião pois só na próxima quarta vou poder ver o filme. Contudo é de saudar a iniciativa e tudo o que a envolve para o filme estar no ar.

Covilhã, consciente disse...

Quem conhece e acompanha o blog, até sabe que nos anima o facto de desiludir quem procura conforto na nossa opinião.
Na verdade, não estamos aqui para agradar ou fazer favores que completem o crime de controlar ou dirigir a opinião no interesse de alguém.
No carpinteira partilhamos a nossa opinião e ficamos sempre disponíveis para o contraditório.
Já se percebeu que fomos obrigados a cortar dislates e fúrias de habitués, cuja participação se limita a ofensas e insultos que ofendem a inteligência como vulgar controvérsia em ambiente tasqueiro.
No caso do “funeral á chuva” pela vossa e pela nossa saúde intelectual, digam-nos porque acham o filme mau, quem sabe possamos ter um olhar diferente, ficamos sinceramente disponíveis para perceber o alegado mau do filme.
Caso contrário, arriscam-se a ver reconhecida uma vã perseguição, quando a maioria até gosta.
Lembramo-nos do sucesso da campanha do pingo doce depois da crítica distanciada da realidade.

Pedro Homero disse...

(continuação do comentário anterior)

Vamos agora ao que interessa, os aspectos positivos:

Um funeral à chuva é um filme, em certos aspectos, anos-luz à frente de muito do que se faz em Portugal. Porquê?

Porque, ao contrário de muitos filmes portugueses, tem um guião decente, honesto, correcto, bem estruturado, com as suas falhas, não se negam (ver acima) mas que conta uma história e conta-a bem. É o que é, não pretende ser mais do que isso, e portanto já é de louvar. Além disso, tem diálogos realistas (os amigos dizem foda-se e merda uns com os outros), o que só o melhora.

Porque, ao contrário da GRANDE maioria dos filmes portugueses tem uma coisa nova que há agora, último grito da moda que é... preparados? Direcção de Actores!
Um guião pode ser muito bom, e os actores podem ser os melhores do país - se não existir uma boa direcção de actores, o filme vai ser, para usar o vernáculo das personagens, uma grande merda.
Este funeral à chuva tem direcção de actores, e isso nota-se - não existe contradição de cena para cena, nos actores (isto é, há uma continuidade na maneira como a personagem interage e actua perante os outros), vê-se autenticidade nas emoções demonstradas, sente-se que estamos perante um conjunto de amigos que se juntam anos depois, e não de um conjunto de actores em frente a uma câmara.
Isto, no cinema português, é dificílimo de encontrar.

Porque a fotografia, nas cenas diurnas, é fantástica.

Porque a montagem, exceptuando o que foi referido acima (e que, em última análise, é da responsabilidade do realizador) e bastante competente, sem nada mais a apontar. Bons cortes, boa dinâmica (excepto, claro, o que referi acima).

Porque a realização, não sendo de nos atirar pela janela de entusiasmo, é bastante competente e nada aquém do que se faz por aí (dentro e fora de Portugal). Nada a assinalar de negativo, cumpre e entrega, o que já por si é de louvar.

Globalmente falando, Um Funeral à Chuva é um bom produto cinematográfico; não cai no erro da "montagem de publicidade" (estilo Cidade de Deus) ou "bonitos postais" (estilo O Jardineiro Fiel), ou "bora ser bué intelectual" (estilo filmes pseudo-intelectuais portugueses, que por definição não são intelectuais).

Este filme é o que é, e aparte alguns problemas que poderão ser solucionados em próximos filmes desta equipa - pois não são problemas inultrapassáveis - cumpre dignamente a sua função de filme de entretenimento, e é prova de que é possível fazer bom cinema em Portugal, que sabe exactamente o que quer ser, e consegue sê-lo.

Por fim, e pouco a ver com o filme em si - ou melhor, com a experiência de ver o filme - e portanto irrelevante para uma crítica do mesmo, resta apontar quão fantástico o facto de terem conseguido fazer o filme com poucos meios e dar os parabéns ao Telmo, que muito caminhou desde aquela sua curta em 3D de 2002, que, enfim, não indicava que viéssemos, 8 anos depois, a ver um realizador digno desse título. Parabéns ao Telmo, e parabéns a toda a equipa.

Nota: não tenho nada a ver com o filme ou com a equipa, para lá de conhecer vagamente uma que outra pessoa.

Pedro Homero disse...

Eu fui à ante-estreia e fiquei agradavelmente surpreendido com o filme. Tem os seus problemas, os quais detalharei a seguir, mas no equilíbrio entre o que tem de "mau" e o que tem de "bom" está francamente positivo, isto é, tem mais aspectos positivos que negativos. Despachemos o mau primeiro:

Som: Não sei se por problema da sala (São Jorge, Lisboa) ou se pelo mix de som feito, o que é certo é que na ante-estreia, e pelo menos lá atrás no fundo da sala, que foi onde vi, havia uma separação completa entre diálogos ( todos lá à frente nas colunas debaixo da tela) e efeitos/música (nas laterais). Resultado: mal se ouvia o que diziam. Este problema era amplificado (passe o trocadilho) por um eco constante que se ouvia, provavelmente por esta separação de diálogo para um lado e resto-do-som para o outro, que dificultava ainda mais. Isto é um problema 100% técnico, mas que limita e dificulta não só a apreciação mas também a compreensão do filme.

Fotografia: A fotografia, se bem que bastante competente regra geral e mesmo muito boa em alguns planos, peca, a meu ver e sob o meu ponto de vista subjectivo (que, portanto, vale tanto como o da pessoa ao lado) por ser um pouco escura. Ficou a sensação de que se queria mostrar a noite tal como ela é, mas o cinema - como se sabe - não tem que ser uma reportagem informativa, pode ir além disso. Outras soluções para a noite - sobretudo no restaurante teriam sido bem vindas, mas reitero a subjectividade desta opinião (ao passo que o ponto anterior, do som, é um facto incontornável).

Montagem: Fiquei com a sensação que a dupla realizador/montador(es) foram um pouco conservadores na hora de cortar cenas. Talvez seja aquela sensação de que todas as cenas são filhos, e não se vai cortar um filho, não é? Infelizmente, isso diminuiu o interesse do filme, pois alongou para lá do que seria (a meu ver, claro) desejado em muitas cenas (restaurante, jardim público, etc.).

Guião: O guião, sendo o tema que regra geral mais me interessa, é sempre aquele ao qual mais atenção dou. Neste filme, e porque estou agora a falar dos aspectos negativos (já iremos aos positivos), tenho apenas a apontar uma certa debilidade em três pontos:

a) O que leva - finalmente - o Prof. José a passar de tão circunspecto e pesaroso e a acreditar que deveriam estar todos muito sérios a descontraído e em paz com a situação?

b) Como é que uma apresentadora de programas duvidosos que passam às 3 da manhã é tão conhecida pelas pessoas no comboio, na rua ou no funeral? Compreendo que era necessário que ela fosse conhecida (apresentadora) mas frustrada (não é actriz e só se importam com o seu corpo), mas esta opção de apresentadora late-night talvez não fosse a melhor.

c) Parece-me inverosímil que estejam putos a bichanar e a apontar para a "apresentadora boazuda" num funeral. É verdade que (entra o discurso de cota) os putos de agora são muito mal-educados, mas a sensação que dá é que eles se comportam assim porque o guião assim o necessita (para que a apresentadora rebente e finalmente se despeça), e não porque de facto tal acontecimento se desse naquela situação.
Às vezes bastam pequenas coisas para mudarmos radicalmente; talvez tivesse sido interessante outra opção para resolver esta necessidade do guião.

Créditos: Há um erro no nome da música dos Norton; é possível que existam outros erros. Isto é claramente irrelevante, mas é bom que exista uma pessoa, de fora, que reveja o texto dos créditos antes do filme estar pronto, para que não existam problemas.
Só refiro este último ponto por "completismo" - para o espectador é de facto totalmente irrelevante.

(continua no próximo comentário)

tecelao disse...

É isso mesmo Covilhã.consciente. já o aqui dissemos por outras ocasiões. Não procuramos assentimento com o que escrevemos, pois lidamos bem com o contraditório dos leitores. Tal como registamos, finalmente, com agrado, o excelente comentário do Pedro Homero

Lamentamos sim, algumas excepções, como o atrasado mental que vegeta em regime de permanência na nossa caixa de comentários, via CMC, a destilar ódio contra tudo o que tenha origem na UBI.

Anónimo disse...

Eu revi-me naquele filme... Revi a minha passagem pela Covilhã e pela UBI. E acredito que, como já referi outras vezes, cada pessoa, quer tenha passado pela UBI ou não, se sabe o valor de uma verdadeira amizade, vai encontrar neste filme muitas passagens comuns com a sua vida. Cada um tem a sua opinião e eu respeito, mas eu só posso dizer bem do filme. Provavelmente mudaria uma coisa aqui, outra ali, mas tendo em conta a falta de tempo para fazerem o filme, está muito bom assim! Eu adorei!!!

Mas eu... eu não percebo nada de cinema. Simplesmente gosto de ver um bom filme! E este tenho que rever!!! E quando sair o DVD, quero comprar para 'eternizar o momento'!!!

Anónimo disse...

É Triste que quem diga mais mal do filme sejam os próprios professores e alunos de cinema da UBI.

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, quero dizer que é espectacular toda esta polémica em volta do filme. Estou sempre a ouvir falar do filme e isso é fantástico.
A maioria da crítica especializada fala mal, a maioria dos "cidadãos comuns" fala bem. E toda a discussão à volta leva ao mais importante: a discussão sobre o cinema português.
Tenho a dizer que é estúpido pensar que quem estudou na Covilhã, quem é de lá, com conhece alguém da equipa tem de gostar e de falar bem do filme... É mau olharmos para este filme e pensarmos "ó coitado, sem subsídios, já é muito bom assim". Nada disso.
Para mim, que estudei na Covilhã, acho que o filme é tão passível de ser criticado como qualquer outro. Não é por ser do Interior, que só por si, tem de ser levado ao colo.
A verdade, é que com toda esta euforia à volta do filme, quando o fui ver estava à espera de melhor. Achei que o guião realmente podia ser melhor, não explorou muito aquilo que para mim, é o mais importante, as ligações entre eles. Dava a sensação, que se cruzam uma ou duas vezes na vida e que não foram amigos de universidade, nem que moravam juntos. Dá ideia que é um rascunho, o filme deveria ter mais carga dramática. O zé deveria estar mais bem caracterizado, as personagens deviam ser mais aprofundadas.
Algumas personagens, pareciam não ter qualquer tipo de contacto inclusive com o morto. "O passo mágico" do Marco foi um elemento mal aproveitado no final O funeral foi também um momento longo e pouco envolvente. É verdade, o filme tem alguns erros Tenho a certeza que toda a equipa está ciente dele.
Chamarem-no de amador? Completamente despropositado.
Louvo a fotografia e a direcção de actores. O elenco está espectacular, os actores estão muito bem. Não me lembro de nenhum outro filme português em que não me tenha sentido defraudada pelos actores. O esforço, e mais do que o esforço, o que toda a equipa consegui também é de louvar. Louvo também a audácia de se fazer um filme "light", simples, despretensioso, em Portugal, quando já sabemos todos de antemão, o que isso arrasta: a falta de patrocínios e as críticas duras e, muitas vezes, injustas. Porque o cinema não é só filosofia e contemplamento, também é das pessoas, também evoca sentimentos, pode, é e deve ser popular e populista. E, no mínimo, este "Funeral à Chuva" é uma promessa de que há esperança no cinema português. Ah! Já sei que este comentário já vai longo, mas queria deixar aqui uma dica: não sejam infantis ao pensar que os críticos especializados só criticam negativamente, ou porque são cineastas frustrados, ou porque só procuram o mal. Não individualizem as discussões. Mostrem a vossa opinião e falem de cinema e da vossa forma de o ver e do que acham que ele pode ser. Responder ao uma crítica deste filme (ou de qualquer outro) a ofender o crítico, é foleiro e só mostra ignorância.

tecelao disse...

anonimo,
Lamento, mas vou ter de discordar da parte em que escreves tamanho dislate:

“Responder ao uma crítica deste filme (ou de qualquer outro) a ofender o crítico, é foleiro e só mostra ignorância.”

Essa agora. Se eu quando escrevo, como mero espectador, não procuro qualquer concordância do leitor, com o que penso, por que raio os críticos, quais deuses, hão-de estar acima das apreciações dos espectadores? Ou a critica enunciada pelos criticos não será, tambem ela, evidentemente pessoal e subjectiva: dependente dos gostos e interesses de cada um e sujeita a ser contestada?

Pra além disso, acresce que tudo o que os criticos escrevem ou dizem, é passível de influenciar outras pessoas, e por isso, quando voluntáriamente opinamos sobre este filme, é sempre melhor ter a objectividade necessária. Coisa que não observei nas crticas que li.
Diz lá onde está a foleirice e a ignorância ?

Anónimo disse...

“Responder ao uma crítica deste filme (ou de qualquer outro) a ofender o crítico, é foleiro e só mostra ignorância.”.

Foleirice, no sentido que as opiniões devem ser respeitadas e para fazermos ver o nosso ponto de vista não precisamos de ser mal educados e de nos ofendermos uns aos outros. Se voltares a ler a frase e o comentário que fiz, com atenção, em nenhum lugar eu digo que as opiniões dos críticos, não devam ser contestadas, discutidas e refutadas. Apenas acho que o caminho não deve partir pela ofensa fácil.

"Pra além disso, acresce que tudo o que os criticos escrevem ou dizem, é passível de influenciar outras pessoas, e por isso, quando voluntáriamente opinamos sobre este filme, é sempre melhor ter a objectividade necessária."

Este filme é um filme como outro qualquer. Não é um filme coitado ou desgraçado que tenhamos de ter "cuidado" a críticar.É um objecto fílmico que tem o seu valor e os seus problemas. E a crítica é, como disseste, subjectiva e pessoal, e ainda bem, porque é assim que suscitam estas discussões apaixonadas.

Já deu para reparar que és fã do filme. E, ao contrário de atacares os críticos podes contra-argumentar. Se te dizem que o argumento é pobre, em vez de dizeres que o gajo não entende nada de cinema e fala em código, explica porque achas que o argumento não é pobre.

Percebes? Simplificando, devem sempre contra-argumentar, mas usando sempre o filme em questão. A ofensa e tentativa de descredibilizar o crítico é sempre a via mais fácil.

tecelao disse...

Anonimo,

Em primeiro lugar não creio ter ofendido ou ter sido mal educado com quem quer que seja. Depois fico comovido com o tom paternal dos teus comentarios, e quase vou às lágrimas com o aconselhamento de como devo ou não argumentar com os criticos. Obrigadinho, pá. Adiante.

Quando me refiro à assertividade da critica estou a pensar, obviamente, em algo mais didáctico, mais informativo e menos na crença de que os juizos que A critca faz sobre os filmes são leis. Para mim o mais importante - não descurando a complexidade da análise -
é gerar interesse no espectador, qualquer espectador. Para ser mais preciso, no caso de “Um funeral à chuva” deve levar-se em conta, quer queiras, quer não, as “condições objectivas” em que o filme foi produzido/realizado e isto nada tem a ver com miserabilismo.

A critica que li, por exemplo, no Expresso, é superficial e afasta-se de qualquer noção de bom senso, a ponto de dissuadir o espectador de ver o filme por “razoes de saúde”.
Jorge Leitão ramos disse isto. Porque haveria eu de concordar com tamanho disparate?
Creio ser evidente, perante isto, que a mitificação da figura do crítico de cinema que tu apregoas, tem levado em muitas situaçoes, a que o público desconfíe de sua opinião e os mande bugiar. Foi o meu caso
Por outro lado, acredito que a relação de um espectador com um crítico, deve ser de desengano, mas em qualquer caso, deve ser uma relação livre.

Ah, é verdade, não sou fã do filme, mas gostei

Anónimo disse...

Pronto, tecelão! Não nos estamos a conseguir entender.
O tom não foi paternalista, foi a minha opinião, se calhar um pouco condescendente. E mesmo assim, não me fiz entender.

Em primeiro lugar, fiz um comentário, não a ti directamente, mas aos comentários que vi neste post e no anterior. Não te disse que eras tu que insultavas os críticos, pois não?

E, raios, se alguém escreve que se deve fugir dum filme a sete a pés, se eu discordar, acho que o correcto é contrariar e explicar aquilo que gostei do filme, ao contrário de dizer "olha tu não percebes nada de cinema e o que queres é que ninguém vá ao cinema". A crítica de cinema é subjectiva, pessoal e apaixonada. Quando se gosta, gosta-se e enaltece-se, quando não se gosta, deita-se abaixo. Mas isto é uma opinião! SEMPRE! Não se pode aceitar uma crítica como um dogma. E é por isso que se originam as discussões, que devem ser sempre sobre cinema.

E sim, acho que criticar um filme, levando "em conta, quer queiras, quer não, as “condições objectivas” em que o filme foi produzido/realizado" é como se à partida este filme já tivesse uma deficiência.

E eu sou fã. Pode não ter sido o melhor filme que eu já tenha visto, pode ter problemas, concordo com a maioria das críticas negativas. Mas acho que tem uma coisa que poucos filmes tugas têm. Uma pessoa vai ao cinema e consegue-se identificar com as personagens. OS diálogos são realistas, não são, como na maioria dos casos, devaneios filosóficos do realizador/argumentista.

Julio Bettencourt disse...

Obrigado ao blog carpinteira. Este é o sitio onde consegui encontrar informação mais detalhada sobre o filme "um funeral à chuva".

Anónimo disse...

Melhor filme português desde sempre!
Um filme completamente real, sem invenções, é isto, foi ou ade ser a nossa vida, é todo natural! Parabéns Telmo Martins e a toda a equipa!
Sim tem muitos aspectos que deveriam ser corrigidos, mas a carga emotiva que ele nos transmite faz-nos levar para outro tipo de questões que nos deveriam fazer pensar que este pode ser um momento para levar as pessoas a valorizar o nosso cinema, o cinema português! Não só para portugueses mas para todo o mundo! É incrível como filmes péssimos chegam ao nosso cinema! E filmes como este, não se divulguem ao mundo! E de certa forma os críticos não ajudam, sei que tem de ser imparciais! Mas torna-se difícil de entender como é que um critico, pessoa imparcial, cheia de conhecimento, acham por vezes este filme péssimo, e depois os espectadores acham este filme fantástico, e do melhor que já se tenha feito. O cinema não é feito para ser vistos por críticos, é feito para as pessoas, onde neste filme todos os erros que se tenham cometido, toda a sua qualidade emotiva trespassa esses pormenores técnicos, que sem eles também se faz cinema. Aqui está a prova! E bom Cinema! Melhorem e continuem!

Anónimo disse...

Até parece que as pessoas são obrigadas a gostar do filme. Não gostei. ponto.

Anónimo disse...

fui estudante na ubi, vi o filme com mais uma dúzia de pessoas, não gostei como nenhuma destas pessoas que estavam na sala. não me revejo minimamente na história, nos personagens, nestas amizades forçadas. podiam ter aproveitado melhor a vida académica, é tudo muito sem sal. e o pior é a imagem que passa de quem lá estudou e o que será dos futuros licenciados em cinema quando forem procurar trabalho e tiverem no cv q tiraram o curso na ubi, vi ser muito mau, acreditem.....

tecelao disse...

o anonimo das 19 e 47 diz que o realizador
"podia ter aproveitado melhor a vida académica,"

Claro, podia ter posto umas gajas nuas e umas cenas de sexo escaldante e mais umas quantas javardices e bebdeiras da night covilhaneinse. Mas a opção foi outra, a de não ceder a facilitismos.
Quem dera os alunos de cinema, alguma vez produzirem qualquer coisa parecida com "um funeral à chuva", ou terem como referencia na sua vida profissional este filme.
Tu mais os doze que foram ctg ver o filme devem perceber tanto de cinema como eu de aeromodelismo. Eheheheh!

Anónimo disse...

é esse o espírito tecelão, tens toda a razão, aliás como sempre, és o maior, és o meu super herói preferido a seguir à abelha maia.

tecelao disse...

Obrigado anonimo. Fica descansado, que depois envio-te uma foto.
Eheheheh!

Anónimo disse...

és muita bronco....