Filmes low cost

Há quem use a falta de apoio como desculpa para não produzir filmes em Portugal. O realizador Telmo Martins, contrariou esta lógica de alguns realizadores tugas permanecerem presos ao paternalismo estatal; num inner circle, onde, sobretudo, é preciso ter um amigo bem colocado para garantir o subsídio e a continuidade no sistema.
Tenho para mim que, qualquer projecto cinematográfico deve antecipar, à priori, a angariação de publico que o possa viabilizar, ou então, terá de ser produzido com menos recursos. Em ultima análise, não deve ser realizado à conta do erário indigena. Foi provavelmente o que aconteceu com a produção de Um Funeral à chuva. Tendo por certo que o conceito de cinema reduzido à sua expressão de produto de consumo é tão amputado de sentido como reduzido a mera expressão cultural. A verdade é que a concepção deste filme, no ponto de vista da sua produção (não dependente de subsidio), entre outras motivações, pensa no público que deseja cativar, o que permite ao autor, continuar a fazer cinema nesta lógica de produzir conteúdos audiovisuais low cost e sem pedinchice. Ou seja; quem realiza filmes desta maneira não carece nunca de ser subsidiado. Tiro-lhe o chapéu.