quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Filmes realmente importantes
Revi mais uma vez o filme Gran Torino num canal da cabo, numa destas noites de calina, e ainda o achei mais fabuloso do que na estreia. Clint Eastwood, para além de dar uma lição de cinema, mostra-nos como uma historia simples, pode conseguir retratar uma sociedade e uma vida inteira. A estória é narrada sem pressas, dando tempo ao que de importante se vai passando, e onde tudo tem o seu lugar certo, sem exageros ou pormenores supérfluos. O realizador limita-se a mostrar a realidade de um mundo em que poucas pessoas se atreveriam a enveredar pelo politicamente correcto e, uma vez terminado, deixa que o espectador medite e tire as suas próprias conclusões. Clint Eastwood criou Walt Kowalski, um alter-ego do seu famoso Harry: um viúvo reformado, ex marine e veterano da guerra de Coreia, que de repente dá conta que o seu bairro está a encher-se precisamente de Coreanos. Uma personagem que eleva a amargura à categoria de arte, espraiando todo o tipo de detalhes numa intensa historia acerca do medo do desconhecido, da violência e da xenofobia, mas sobretudo, ela trata da bondade de um homem que vive atormentado pelo seu passado bélico.Na verdade, Clint Eastwood tem a inteligência de traçar uma das maiores parábolas sobre a juventude e a maturidade, com o habitual minimalismo visual, e o seu demolidor ritmo narrativo; a realização, como já referi, é uma autêntica lição de fazer cinema, plano a plano, sequência a sequência, sem que se perca em nenhum momento o fio da história.Gran Torino, pinta uma perfeita apologia da redenção, sendo certo que o verdadeiro talento reside mais na forma de narrar as coisas, e não tanto no que se conta. Esta é uma história mil vezes vista, mas que nos parece totalmente nova. Imperdível.Digo eu.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário