Avatar foi o filme mais visto em 2010 e, provavelmente, criado para conquistar corações, mentes sensíveis, livros de história e obter records de bilheteiras. O filme apresenta um fundo ecológico com fabulosas paisagens de mundos fantásticos, personagens planos e um argumento que contempla o costumeiro maniqueísmo, em que os bons são muito bons e os maus são do piorio. O eixo narrativo é simples e conta-se por poucas palavras: os humanos invadem um planeta para conseguir um recurso mineral valioso, enquanto os alienígenas lutam pela defesa intransigente do seu espaço natural. É uma espécie de mito das civilizações por descobrir, que dão esperança a uma sociedade auto destrutiva, empenhada em contaminar tudo o que desconhece, mas também dá azo à premissa argumental dum monumental conto de fadas ou uma epopeia, em favor da sobrevivência e união com a natureza.
James Cameron, o realizador, desenha uma série de personagens digitais numa ingénua e simplista mensagem anticolonialista, articulada através de uns vilões de opereta que se enfrentam a um herói avatar; numa linguagem cinematográfica que nos recorda “Dança com Lobos” e “Pocahontas”, mas também alguns movimentos e zooms bélicos de “Star Wars”. Adicionem-se ainda uma catadupa de diálogos paupérrimos a raiar o ridículo, mais os 25 minutos finais de explosões e tiros qb, para eliminar o que sobra da espuma narrativa.
Posto isto, dizer apenas que Avatar, no ponto de vista estético, ultrapassa alguns postulados convencionais, pois consegue uma das experiencias audiovisuais mais radicais e exuberantes de que tenho memória. Ao conduzir-me a Pandora, os sonhos transformam-se em quase realidade e tornam o cinema numa arte mágica no espaço desses seres azuis, símiles dos humanos, quão justos e necessários para se tornarem credíveis e expressivos. O efeito 3D (2D), torna o ecrã numa gigantesca janela, onde tudo adquire profundidade/realismo; o mundo de Pandora parece sair do seu locus onírico para invadir a sala com uma beleza cromática sublime e complexa. Tudo ao jeito de uma fantasía ecológica alucinante, que se transforma, à medida que o tempo passa, numa experiência extrasensorial que nos devora durante 162 minutos. É como se estivéssemos na presença duma arte que transmite sensações através duma espectacularidade cénica, em plena comunhão com a natureza, ela própria, atribuindo-lhe a sensação de integridade.
Contudo, não se iludam; dizer que esta é uma obra magna, apenas porque os seus méritos se limitam a uma técnica digital prodigiosa, será, porventura, um exagero. Por certo, Avatar sublima a técnica; é uma experiencia visual assombrosa, mas ficar apenas por estes tópicos para caracterizar o filme como obra maior da sétima arte, é aceitar a morte do cinema como arte de contar historias ou ferramenta de reflexão. Creio que Avatar é um grande filme, mas ainda está longe de ser uma obra prima. Digo eu.
James Cameron, o realizador, desenha uma série de personagens digitais numa ingénua e simplista mensagem anticolonialista, articulada através de uns vilões de opereta que se enfrentam a um herói avatar; numa linguagem cinematográfica que nos recorda “Dança com Lobos” e “Pocahontas”, mas também alguns movimentos e zooms bélicos de “Star Wars”. Adicionem-se ainda uma catadupa de diálogos paupérrimos a raiar o ridículo, mais os 25 minutos finais de explosões e tiros qb, para eliminar o que sobra da espuma narrativa.
Posto isto, dizer apenas que Avatar, no ponto de vista estético, ultrapassa alguns postulados convencionais, pois consegue uma das experiencias audiovisuais mais radicais e exuberantes de que tenho memória. Ao conduzir-me a Pandora, os sonhos transformam-se em quase realidade e tornam o cinema numa arte mágica no espaço desses seres azuis, símiles dos humanos, quão justos e necessários para se tornarem credíveis e expressivos. O efeito 3D (2D), torna o ecrã numa gigantesca janela, onde tudo adquire profundidade/realismo; o mundo de Pandora parece sair do seu locus onírico para invadir a sala com uma beleza cromática sublime e complexa. Tudo ao jeito de uma fantasía ecológica alucinante, que se transforma, à medida que o tempo passa, numa experiência extrasensorial que nos devora durante 162 minutos. É como se estivéssemos na presença duma arte que transmite sensações através duma espectacularidade cénica, em plena comunhão com a natureza, ela própria, atribuindo-lhe a sensação de integridade.
Contudo, não se iludam; dizer que esta é uma obra magna, apenas porque os seus méritos se limitam a uma técnica digital prodigiosa, será, porventura, um exagero. Por certo, Avatar sublima a técnica; é uma experiencia visual assombrosa, mas ficar apenas por estes tópicos para caracterizar o filme como obra maior da sétima arte, é aceitar a morte do cinema como arte de contar historias ou ferramenta de reflexão. Creio que Avatar é um grande filme, mas ainda está longe de ser uma obra prima. Digo eu.
3 comentários:
Tu achas mesmo que alguém entendeu o que aqui escreveste?
Pelo menos tu parece teres revelado alguma dificuldade. Nada que não se resolva com uns desenhos
eh eh eh! AH AH AH! Eu até gostei...
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