sábado, 12 de fevereiro de 2011

Intervalo para um cacilho

post de interesse nulo para a basbacagem.

Um olhar avisado em pintura realista, observará no quadro “mutilado” de Millet, tonalidades quentes e dourados à mistura com outras tangas que lhe conferem um toque sagrado, ao retratar o esforço e luta dos camponeses pobres e oprimidos, perante uma realidade dura e cruel. Bom, mas isto era o que diria um olhar especializado (marxista leninista) sobre a tela em questão.
Eu, que sou um néscio em matéria pictórica, apenas consigo vislumbrar três camponesas com corpos robustos em movimentos pesados. Duas apanham grãos de trigo espalhados pelo chão, a outra, mais atrevida e calona, sentada na beira do quadro, faz uma pausa para um cigarro,ou quiçá,um Kit kat; aliás, o único apelo, verdadeiramente estético deste desvio figurativo. O quadro original de Millet é este , e pode observá-lo no museu d'Orsay em Paris. Diga lá se não é bem menos interessante?
É por isso que prefiro Gustave Courbet, outro realista compulsivo, que partilhava com Jean-François Millet a crença de que a pintura era uma arte concreta, mas preferia entreter-se a pintar vulvas. E fazia muito bem.

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