sábado, 5 de março de 2011

Crónicas do condominio

* Excerto do 1ºVol. Ed. revista.

Solicitados amiúde por alguns leitores sobre a utilização recorrente do vocábulo basbaque, coube-me, mais uma veiz, tecer breves considerações antropológicas sobre esta definição. Pois, conceber o condomínio 5 estrelas sem este exemplar, era impensável, seria mesmo um absurdo. O SER basbaque é todo um programa de vida, uma escatologia.
Trata-se de um estado de espírito que tem vindo a evoluir com alguma sofisticação no condominio covilhaneinse, mas que ainda não difere muito do basbaque tradicional com origem em Curral de Moinas. Nada me move, obviameinte, contra este indígena, dotado da capacidade cognitiva dum frango do campo. Todavia, não se perdia grande coisa, se o gajo embarcasse num cruzeiro só com bilhete de ida pró Estreito de Ormuz ou para a Libia de kadhafi.
Ora, o basbaque sofisticado é tambem ele, uma espécie de bardo que bem poderia ser uma triste personagem de Walser, (depois explico). Vive convencido que o consumo de arroz à valenciana ajuda a cultivar os neurónios e a fazer bungee jumping sem corda na ponte da carpinteira, qual rito de passagem para a consumação do sacrifício. Aliás, esta ponte é um lugar onde o basbaque sofisticado gosta de passear para mostrar a diferença entre ele e os demais, pois a vertigem, atribui-lhe a ilusão e a esperança que fazem dele uma pessoa mais alta, muito mais alta.
A auto-estima deiste basbaque, apesar de elevada, continua a pedir-lhe alimento, sendo que, o arroz amarelo incha-lhe o ego através de substancias alucinogénias contidas nas (delicias do mar, pimentos morrones, caldo Knorr e frango cozido, [basicameinte]). Estabelece com ele, (o arroz) uma relação proto erótica e bastante ambivalente, quase com a meisma facilidade com que compra uma margarina Vaqueiro com cebola pra fazer refogados ou outra merda qualquer inspirada no Ultimo Tango em Paris. Porém, um estudo receinte realizado pelo IPG, revelou um dado novo e preocupante: uma grande percentagem basbaque, (mais de 73,1%), já não fica estimulado sexualmente quando emborca o arroz à valenciana ao Domingo. É verdade. Não estranha, por isso, que a especie passasse agora a oferecer-se como voluntária para causas humanitárias e na ajuda do Banco Alimentar. Em alguns casos, (embora raros) já começou a ler reflexivamente partituras de Schubert, acompanhadas com pudim de pastinaca também conhecida por cherovia. Outros, com um quadro clinico de menor gravidade, começaram a escrever umas merdas a que chamam de livros e criaram páginas no facebook onde publicam videos e fotos de infancia enquanto proferem banalidades para gostos mil. É pois com algum grau de certeza que detectamos, hoje, a presença de um novel basbaque tecnológico, habilitado a explicar a mudança de cor nos quadros de Van Gogh. Sim senhor…

• Fiquem por cá com o carnaval diário desta agremiação basbaque, que eu vou fazeir um retiro espiritual pró freisco, que é como quem diz, prá neve. Levo o meu novo tablets para acompanhar de longe a basbacagem. Até prá semana. Eheheheheh

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