quarta-feira, 6 de junho de 2012

Economia - Há falta de crédito para as empresas?


É com profunda preocupação que tenho assistido nos últimos tempos a todos os especialistas e responsáveis deste pais a afirmarem, sem se rir, que o principal problema atual da economia, deste pais, é a falta de crédito às empresas pelas entidades bancárias!

Fico pasmo, para não dizer mesmo revoltado, com o absurdo e a perversidade de tais entendimentos, que mais não são do que meras falácias e pobres justificações para que se continue a financiar uns dos que mais contribuíram para o estado atual de coisas – os bancos – e a sua magnífica e sempre consciente e “responsável” forma de intervir nos mercados e na economia, e sem que se acautele qualquer contrapartida efetiva para o desenvolvimento e proteção daqueles que são, efetivamente, os principais sujeitos da ciência económica – as famílias e as empresas!      

Será que querem aplicar agora às empresas a receita que foi aplicada às famílias?

De que servirá o Estado “dar” dinheiro aos bancos para que estes, afinal, apenas exerçam a sua atividade comercial, sempre orientadas com o mesmo intuito egoísta?

Mais, de que servirá às empresas poderem aceder aos empréstimos bancários, quando na prática, esse dinheiro apenas vai servir para pagar as despesas que as empresas não conseguem suportar com as, inexistentes ou insuficientes, receitas próprias que a economia real não gera?

O real problema da economia é que, por força da falta de consumo e de confiança, deixou de haver crédito entre as empresas, que sempre foi o mecanismo que sustentou a atividade económica - comercial e industrial – ao longo dos tempos…

É aqui que os senhores que mandam se têm de focar e atuar!

8 comentários:

Márcio Raposo disse...

Desculpa lá o comentário, mas não sabes do que falas...e se quiseres posso explicar-te porquê!

Covilhã, consciente disse...

Márcio Raposo
Diz-nos então o que sabes do assunto, a tua explicação pode ajudar a perceber, pelo menos a tua opinião que se fica pelo vazio fazer crer que sabes mais do que dizes no comentario.

Anónimo disse...

Pois se sabe mais do que escreveu,não se fique por aí,explique-nos.A gente agradece!

H2SO4 disse...

Li com atenção o seu post e tenho a seguinte opinião: é óbvio que a falta de consumo e confiança afecta toda a economia e consequentemente o crédito. Todavia, para resolver este problema, é necessário a entrada de capital financeiro na economia real. Essa tarefa tem de ser executada por alguém próximo das empresas e das famílias. Ora, quer a gente goste quer não, a realidade não pode ser modificada: vivemos num sistema capitalista, não só a nível de factores de produção, mas também financeiro. Assim, os bancos são o veículo mais ligado com o sistema, para poder alterar as condicionantes económicas. Compreendo que não devia ser o estado, ou seja nós contribuintes, o responsável por conceder liquidez ao sistema bancário. O problema neste momento é muito complexo: a banca não consegue financiar-se devido ao estado calamitoso em que se encontra a Europa, e a factores endógenos, e, também, devido a uma abusiva leviandade com que emprestou dinheiro nos últimos dez anos.
Todos sabemos que a gestão no crédito à habitação e ao consumo foram a galinha dos ovos de ouro dos nossos bancos, quando compravam o dinheiro a 0,5% e o vendiam a 5% tudo estava bem… para eles. Outra actividade prioritária e lucrativa, que já perdura há mais de um século, são as rendas que o estado paga através de contractos leoninos. O sector produtivo da nossa economia foi sempre o parente pobre, no que diz respeito ao financiamento. Por isso, posso concordar consigo, em parte do que afirma. A sua desconfiança para com a banca justifica-se. Mas, neste momento não vejo alternativa. A outra possibilidade seria a nacionalização da banca, o que na conjuntura política actual não me parece verosímil.
Acrescento que não sou economista. Se por acaso disse alguma asneirada, peço que sejam indulgentes comigo. Sou um simples leitor atento que não escreve de acordo com o novo acordo ortográfico.

Anónimo disse...

Por mim é simples, quero mais é que os bancos e os banqueiros se fo..d.m.
Sempre andaram de peito feito mas as galinhas também andam e de vez em quando levam no cú...pode ser que chegue a vez deles agora...

Debuxo Urdaz disse...

Respeitando as ideias e os conceitos, não deixo de considerar hilariante esta tese de que os bancos (que não demonizo de per si) são agentes com uma função social em qualquer economia…
Não questiono que os bancos, dentro da sua atividade económica, têm um e o papel necessário para intervir ativamente na economia e no mercado, o problema é que sempre o fizeram e fazem numa lógica mais do que egoísta, verdadeiramente, autista e sem qualquer respeito por aqueles que, de facto, criam e fazem girar as rodas da sustentabilidade económica da sociedade.
Se na realidade o Estado pretende injetar dinheiro na economia, porque não o faz através de mecanismos e instrumentos específicos de financiamento real às empresas e às famílias?
Não se consegue perceber a razão porque se premeia aqueles que, uma e outra vez, provaram que destroem tudo e todos os que são apanhados nas suas estratégias de sobreavaliação para justificar sobreendividamentos e que na altura de que se precisa, se demitem de qualquer intervenção que viabilize e ajude quem deles precisa.
Isto de se proteger e apoiar, incondicionalmente, quem sempre atuou e atua de uma forma grotescamente manipuladora, não faz sentido, nesta altura em que as evidências nos demonstram que nunca deram os resultados que alegadamente se procuram…
É mais do que evidente que o Estado demonstrou sempre uma incapacidade e impossibilidade de impor e estabelecer regras ao funcionamento bancário que garantam a efetividade e aplicação prática da tal entrada de capital financeiro na economia real, pelo que não será desta que o conseguirá fazer, e mais preocupante do que isso, nem sequer tal é equacionado nas premissas e condições de tal apoio concedido.
Os nuestros hermanos que agora também parece que vão pedir dinheiro para emprestar aos que o emprestam, pelo menos – em tempos de promessas eleitorais – garantiram que tal apenas aconteceria numa condição, entre outras, de os bancos apoiados recolocassem os imóveis de que se apropriaram, novamente, no mercado e a preços e com condições aceitáveis e alcançáveis pelo comum dos mortais. A ver vamos se se cumpre…
Por cá, nada de nada… é dar dinheiro ao desbarato e esperar que os senhores administradores dos bancos tenham consciência de o utilizar bem… tenham dó!

H2SO4 disse...

Os bancos não têm nenhuma função social, no verdadeiro sentido do conceito; essa função sempre ficou pelo Estado, A Igreja e algumas associações particulares. Os bancos existem para ganhar dinheiro através da usura. A questão põe-se em termos práticos e logísticos: quem vai coordenar e gerir os empréstimos às famílias e às empresas? Que outros mecanismos existem, ou, eventualmente, possam ser criados? Não estou a ver. A única possibilidade seria a CGD, mas nem essa tem pernas para andar: a troyka não aceita transferências da dívida pública para o banco do Estado.
O problema reside mais, no meu entender, no ADN da banca nacional: nunca teve vocação para investir numa economia de crescimento sustentado. O sector produtivo sempre foi olhado com desconfiança. Tudo onde se mete tem de ser de risco nulo ou mínimo. Esse sim “is a big issue”. Assim, concordo que as transferências de capital financeiro para a banca têm de ser acompanhadas de exigências objectivas, no sentido de financiar a economia. Todavia, é sempre uma incógnita. Uma solução poderá ser a nomeação de um gestor por parte do Estado nos bancos assistidos, no sentido de fazer cumprir algumas regras assim exigidas.

Debuxo Urdaz disse...

oa bolas...afinal até estemos de acordo...
mas só para dar um exemplo (dos nuestros hermanos) que sempre será imperfeito as que existe há muitos anos, no que respeita aos mecanismos específicos para o tal financiamento aqui fica http://www.ico.es/web/contenidos/home/home.html
do que é que estamos à espera e qual é o impedimento para que se concretize nestes ou nos moldes que poderemos concretizar par ao efeito???