terça-feira, 13 de novembro de 2007

O Reverendissimo Frei Tomás e a festa da paróquia

Reverendíssimo governador da freguesia de São Martinho,

Quero desde já manifestar-lhe a mais profunda admiração pela sua governança, em nome do santo que dá nome à paróquia, que aliás, Vª eminência tem conduzido com um desempenho imaculado, prenhe de sabedoria; numa freguesia da Covilhã, que há 10 anos caminhava para a decadência, por entre ruas e casas a cair de tédio. E que hoje, fruto de toda uma máquina de evangelização e doutrinação urbana ficou mais próxima da Quinta da Marinha.
Fiquei embasbacada com a deliciosa manifestação, e o eloquente paroquialismo, com que este ano brindou mais uma vez os indígenas na festa do padroeiro.

É certo que o resto do ano, Vª eminência tem a trabalheira enorme de enviar postais de aniversário aos paroquianos, mas fica o registo da subtileza do seu mutismo. Como eu gostaria de poder retribuir-lhe tamanha urbanidade !
Foi lindo ver a banda percorrer as ruas da paróquia de S. Martinho pra deleite das almas. Era bonita a música da festa pá... O cântico pimba fica sempre bem como gesto evangelizador.
Pelo menos este ano, dispensou-nos do estrondo matinal dos cabrões dos foguetes.
E aqui pra nós Reverendíssimo Frei, que ninguém nos lê, deixe vociferar a fauna que anda por aí roidinha de inveja do seu rebanho. Eles-não-sabem-nem-sonham o que é governar uma junta de bois a pão-de-ló, quanto mais uma verdadeira junta de paisanos basbaques. Uma vidinha de trabalhos é o que é !
Cá pra mim, sempre acreditei que Vª eminência, ainda iria chegar longe na polis paroquiana. Mas essa é outra estória.
E ainda lhe digo mais; esses cães de fila, que nunca tiveram mérito ou competência para o exercício de funções políticas na comarca, cedo se tornam clones patéticos da vaidade do patrono.
Deixe-os ladrar Reverendíssimo Frei. Deixe-os ladrar.

Atenciosamente

Ermengarda





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