quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Longe vão os tempos...

Longe vão os tempos das tiradas torpes que vislumbravam no nevoeiro uma grande quantidade de matéria húmida.
Os tempos são outros; longe pastam os desabridos acontecimentos que mergulharam o rebanho no desalento, e quase-quase nas bordinhas do precipício. O inominável epíteto de comarca fantasma deslocou-se para o putativo deserto de Alcácer Quibir . Faltava cumprir-se a Covilhã. Qual Quê!!!
Avatares temporais e heróis de pacotilha ergueram-na a pulso, tornaram-na hoje, Fantástica, com jogos florais e Jardins de pedra que fazem a delícia da plebe. Pois pois.

Repare o estimado leitor na proficiência de tamanha empreitada histórica que, à pala de logros imaginários e marketing barato, consegue enlear uma horda de cromos em promessas vãs, mas principalmente, seduzi-los nos encantos reflexivos do patriarcado municipal: “o Homem quer a obra nasce”. Foi assim com o centro de artes, será assim com todas as obras que hão-de nascer à sombra do mito, para além das coordenadas do tempo, que hão-de transformar a Covilhã no “nada que é tudo”.
Agora os construtores são outros, não os da urbe real, mas da cidade Fantástica; uma obra que assume uma dimensão simbólica, transportada em teleféricos de fantasia pelo inefável D. Sebastião da paróquia. É um fartote.

È certo que qualquer patriarca ostenta um modelo de virtudes imaculadas; uma idolatria obscena, mas o grande golpe de cidadania é conseguir entreter o rebanho de condóminos, na divina comédia dos azulejos de São Martinho, e no convencimento alarve de que a urbe vive o seu grande momento de glória.

Ámen

Ermengarda

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