sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O que fazer a um condómino quando deixa de pagar as refeições


Caro patrono do condomínio

Vossa Exª continua, laboriosamente, semana após semana, a erigir o seu fabuloso monumento à Inteligência dos condóminos. Esta última então, foi surpreendente, e olhe que quase me passava despercebida; mais uma arenga fabulosa em prol das maravilhas mil do condomínio covilhanense, prenhe de felicidade, esplendor e glória.
Grande ideia essa, de tornar públicos os nomes dos caloteiros da comarca, que deixaram de pagar o pequeno-almoço das criancinhas. Comunistas é o que é.

Saiba Vossa Ex.ª que quando li a noticia, pareceu-me mais um exercício de estilo e uma ficção cuidadosamente elaborada das suas capacidades de gestão do dinheiro alheio, que uma verdadeira ameaça ao gentio devedor.
Já não há respeito. Ao menos que seguissem o exemplo da Câmara da Covilhã, que não deve nada a ninguém. Não deve não senhor.

Ainda há quem diga que os tiques de vossa Ex.ª são histérico-repetitivos, e que continuam bem vivos na comarca, como na maioria das sociedades primitivas. Um exagero de meia-dúzia de intelectuais de gauche.
Pelo contrário, eu acho que este seu gesto, só vem provar o quanto Vossa Ex.ª anda consumido de humildade e paternalismo bacano.
Como eu compreendo o seu glorioso desembaraço, caro patrono !
Querem fiado? Vão ao Totta.

Eles não sabem nem sonham o que custa viver, diariamente, com esta horda de desleixados, que nunca pagam o que comem. Uma pessoa até se sente sufocada neste meio subterrâneo, povoado por trolls abomináveis e cromos endividados até às orelhas. É verdade sim senhor.
Aqui pra nós que ninguém nos lê: isto já lá não vai com a publicação dos nomes em boletins quinzenais. Se fosse a si, caro patrono, perfilava-os junto ao mural das freguesias e mandava-os fuzilar. Há pois.

Foi um prazer

Ermengarda

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