sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Descompostura

Dirijo-me novamente a si, caro condómino, desta vez para o descompor.

Dizem as más línguas, que o patrono prossegue imperturbável, e vai daí, promoveu mais um indígena ao maçador encargo de chefe de gabinete do condomínio. Fora ninguém ter entendido o porquê do ajuste doméstico, parece que o caro condómino também não percebeu patavina; mas depois põem-se para aí com desbocadas insinuações contra a gestão da paróquia.

E depois, se o patrono contratou mais um chefe de gabinete, qual é o problema?

Você sabe, porventura, a razão de tamanha lisonja ao erário dos aborígenes? Pois é! Não sabe. Com certeza que não foi para enfeites citadinos, ou para encher de aquários a Casa dos magistrados.
Já se preocupou em saber do majestoso cometimento previsto para o próximo ano no condomínio, ou da importância que se reveste mais uma cabeça pensante?
Saiba que é preciso acabar de pintar a fachada do prédio: há obras que não estão acabadas, outras nem sequer começaram, nem vão ter fim. Entenda isso d’uma vez por todas senhor condómino.

Tachos ? Quais tachos ?

A sua virtude, caro vizinho, é não ter virtude alguma. Não passar de um ente rasca, delicadamente grosseiro, mas rasca; assombrado de miséria e mesquinhez, apenas preocupado com as canalizações.
Não, desta vez não posso corroborar com a sua leveza inconsciente. Você é uma vergonha caro condómino. Só uma mente perversa como a sua, faminta de profundidade e actualidade é que se lembraria de atacar a lucidez organizativa do condomínio.
Em vez de andar para aí como espectador distraído da coisa pública, em inanes derivas contra o putativo desmando do inefável patrono; devia munir-se da informação primordial, das empenhadas lides niilistas da comarca para o annus que se aproxima.

Más línguas é o que vocês são todos, caros condóminos. Más línguas.
Hoje nem me despeço
Ermengarda

Sem comentários: