Do livro "A Medicina na Voz do Povo", de Carlos Barreiro da Costa, retirámos alguma pérolas da linguagem do povo quando vai ao Senhor Doutor. Daquele povo a quem fecharam urgências e outros serviços de saúde.
A ordem das expressóes foi escolhida por nós:
(...)"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza." "A minha pardalona está a mudar de cor." "Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa." "O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenós (drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda)." "O meu reumatismo é climático"."É uma dor insepulcrável"."Tenho artroses remodeladas e de densidade forte." "Estou desconfiado que tenho uma hérnia." "A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor." "O dente arrecolhia pus, e na altura em que arrecolhia às imidulas, infeccionava-as." "Na voz sinto aquilo tudo embuzinado." "Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o caralho, o nariz não se destapa." "Tenho a língua cheia de áfricas." "Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída." "A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece, com sua licença, espermatozóides." "Tomo um vinho que não me assobe à cabeça." "Senhor Doutor, a minha mulher tem umas almorródias que, com a sua licença, nem dá um peido."(...)
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