quarta-feira, 26 de março de 2008

Atolamentos na Estrela

As festividades de Inverno proporcionam as costumeiras visitas massificadas de indígenas lusos à neve. E como se não bastasse a chafurdice dos plásticos e outros despojos que contaminam e conspurcam a serra à sua passagem, o negligente tuga precipita-se para o maciço central por sua conta e risco, onde fica atolado com a prole no manto branco: enche a viatura com neve convencido que chega intacta à santa terrinha. Depois é só mobilizar as equipas de salvamento para o resgate dos cromos desmiolados.
Foi o que aconteceu no Sábado de Aleluia.

Esta criatura, visitante ocasional, é uma sequela do famigerado turista de garrafão, só que agora chega com novas roupagens: faz-se transportar em carros de gama alta; traz plásticos, esquis e tobogans, e no fim do mês pede ajuda ao Banco Alimentar. Não constitui qualquer mais-valia para a região, nem faz cá falta nenhuma. Para sujar e mutilar a paisagem já bastam os donos da serra.
A verdade é que tudo isto tem custos, quase sempre suportados pela plebe rústica e esfaimada. Por isso, faria todo o sentido, que perante o descuido deliberado, as despesas das operações de socorro ficassem a cargo destes parolos imprudentes, ou então da Turistrela que também ganha com o desvario.

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