O condomínio covilhanense sempre teve um forte movimento associativo, constituindo, em muitos casos, autênticos locais de culto. Ainda hoje, há um manancial de memórias onde encaixam vivências passadas de reuniões clandestinas e preparação de lutas operárias. As associações da Covilhã tem promovido e assegurado ao longo do tempo, o nobre exercício de formas de participação cívica, assumindo um papel determinante na promoção da cultura, do desporto, e dos tempos livres, substituindo por vezes o próprio Estado e a Autarquia. Sendo certo que, só a generosa carolice e a tenacidade de alguns, preservaram a história destas colectividades, de uma forma absolutamente heróica.
Curvamo-nos perante os esforçados indígenas.
Mas a dependência quase em exclusivo dos apoios e financiamentos da Câmara, promoveu uma corte de fiéis admiradores, cada um à imagem do chefe. O apego às benesses do poder local, tem sido uma má prática e com consequências que se tem revelado nefastas, se não mesmo letais, para o movimento associativo covilhanense. Algumas associações transformaram-se numa espécie de crença para alguns alienados, onde não falta o habitual chorrilho de agradecimentos aos beneméritos com uma estátua ou uma placa para a posteridade.
Os grupos, assim designados pela plebe, estão hoje pejados de uma procissão de figuras tristes e toscas que tem como patrono o garrafão de vinho tinto, a bejeca, os matraquilhos, e um emissário político da paróquia, que tão habilmente vai conduzindo o rebanho para o pensamento vigente: chá com biscoitos, e cherovias.
Assim vai o movimento associativo pelo condomínio
5 comentários:
Então é assim:
O associativismo esse mainstream da cópula endógena firme nos arrabaldes do filosofal sofre de injunção apócrifa. Com efeito na minha concepção carpinteiral o associativismo qual vaca leiteira leitosa abdica da sua volunta génese para se colocar na presunta dependa. É que na garlopa da minha carpintaria, quem diria..
É por isso que garlopo fodido da vida mas sempre sempre dizendo que tudo mas mesmo tudo está fodido.
Ou seja estou fodido.
Disse moi-même o fodido da vida, perdão o refodido da carpintaria.
Amen
carpinteira
O que escreveu sobre o movimento associativo está longe de corresponder à verdade. Há muito gente que abdica do tempo com a familia para se dedicar à vida das associações. Acho uma injustiça que meta todos no mesmo saco
Luis,
No texto está bem evidente a separação entre o trigo e o joio. Leia com atenção.
O associativismo, é um dos grandes movimentos sociais da Covilhã.
Infelizmente, por razões até de sobrevivência, é necessária alguma vassalagem perante o poder político.
De outra forma, não seriam possíveis as actividades desportivas e/ou culturais, que movimentam centenas e centenas de pessoas.
Claro que há associações, que servem de trampolim para outros vôos. O novo Vereador da Cultura é disso exemplo, ou o "Maestro Cherovia", que não se movimenta ao acaso, e produz "mais do mesmo".
Mas felizmente que a maior parte, desenvolve uma actividade digníssima e fortemente prenhe de riqueza social.
Figuras tristes e toscas andas tu a fazer oh carpinteiro nesta triste sarjeta...
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