sábado, 11 de outubro de 2008

A memória 5 Estrelas

Há espaços na cidade 5 Estrelas, por onde a Memória se esfuma e deixa a nu o caos de vidas, tantas vidas passadas. Vestígios que abrigam um mundo subterrâneo e sombrio. Paredes de granito, vigas, tijolo acamado, portas e janelas meio-abertas, meio-fechadas. É um universo urbano marcado pela ausência de futuro.

Uma cidade ferida na alma. Casas que agonizam na lentidão dos dias, como fios dispersos que desenharam e coloriram o tempo e o espaço, produzindo um peculiar processo de representação da cultura de um povo. Fios esfarrapados da memória urbana da Covilhã que teimam em evitar a unidade do mundo.

Um em cada cinco prédios no centro histórico da cidade está desocupado, e a maioria devolutos, ou em estado avançado de ruínas. Seja lá o que for. Sim, que importa tudo isso perante o festival da cherovia e a comemoração de mais um aniversário da cidade 5 Estrelas.

Na imagem, a ruina do pátio dos escuteiros

2 comentários:

Anónimo disse...

As empreitadas impulsionadas pela SRU do "prof." Esgalhado dão uma ajudinha ao desmantelamento do centro.

Anónimo disse...

a recuperação dos centros históricos levantam vários problemas em todas as cidades do país, não é só na Covilhã... Esta é uma forma muito superficial de analisar o problema. Em grande parte das casas desconhece-se os proprietários, as rendas são mt baixas e os custos para as reabilitar mt altos, ninguém consegue fazer tudo de um dia para o outro. portanto não sejam demagogos