Há espaços na cidade 5 Estrelas, por onde a Memória se esfuma e deixa a nu o caos de vidas, tantas vidas passadas. Vestígios que abrigam um mundo subterrâneo e sombrio. Paredes de granito, vigas, tijolo acamado, portas e janelas meio-abertas, meio-fechadas. É um universo urbano marcado pela ausência de futuro.
Uma cidade ferida na alma. Casas que agonizam na lentidão dos dias, como fios dispersos que desenharam e coloriram o tempo e o espaço, produzindo um peculiar processo de representação da cultura de um povo. Fios esfarrapados da memória urbana da Covilhã que teimam em evitar a unidade do mundo.
Um em cada cinco prédios no centro histórico da cidade está desocupado, e a maioria devolutos, ou em estado avançado de ruínas. Seja lá o que for. Sim, que importa tudo isso perante o festival da cherovia e a comemoração de mais um aniversário da cidade 5 Estrelas.
Na imagem, a ruina do pátio dos escuteiros
2 comentários:
As empreitadas impulsionadas pela SRU do "prof." Esgalhado dão uma ajudinha ao desmantelamento do centro.
a recuperação dos centros históricos levantam vários problemas em todas as cidades do país, não é só na Covilhã... Esta é uma forma muito superficial de analisar o problema. Em grande parte das casas desconhece-se os proprietários, as rendas são mt baixas e os custos para as reabilitar mt altos, ninguém consegue fazer tudo de um dia para o outro. portanto não sejam demagogos
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