A câmara de Santa Comba Dão escolheu as comemorações do 25 de Abril para inaugurar a Praça Oliveira Salazar, com porco no espeto. Claro que, o facto de ser um autarca do PSD a promover o fascismo, é mera coincidência.
Mas a propósito de coincidências e do significado da data - embora isso nada tenha a ver com a matança do porco - veio-me à memória aqueles especímenes pendurados pelos chispes na Piazza Loreto, em Milão, aquando da derrocada do fascismo em Itália, também em Abril, mas de 1945. Ele há coisas!
4 comentários:
Pois é, a memória é uma coisa que nunca se deve apagar, nem mesmo camuflar. Senão corremos o risco de fazer comemorações sem sentido, das quais as gerações pós acontecimento se sentem excluídas e nem percebem o significado.Mais grave ainda é quando se chega ao ponto de negar que tal tenha acontecido.
Em Itália, não erradicaram o nome de Mussolini, assim como em Espanha não o fizeram com o nome de Franco, fazem parte do passado destes países, da mesma maneira que Salazar faz parte de Portugal, todos existiram pelas piores razões e não podem ser esquecidos senão corremos o risco de os repetir.
Se tivermos vergonha do nosso passado, nunca conseguiremos construir um futuro feliz e o nosso país nunca vai sair do cinzentismo em que caiu.
Apaguem a memória colectiva e digam-nos aquilo que devemos lembrar,isso é que é prestar um bom serviço, dessa forma nem este blog existia
Em Itália não erradicaram o nome de Mussolini pelo menos oficialmente mas, recentemente, um partido fascista dispôs-se a oferecer 1.500 euros aos pais que baptizassem os seus filhos de Mussolini para evitar que o nome desapareça já que, desde o final da II Guerra, tem havido uma certa tendência para não o usar.
Relativamente à notícia que serve de base a este artigo, a inauguração do remodelado largo Salazar em Santa Comba Dão neste dia, tenho para mim que se trata de mais uma prova da liberdade que o 25 de Abril trouxe ao país. Inaugurações destas seriam impensáveis até há 35 anos atrás e, aliás, até sou inteiramente a favor da perpetuação da memória da Ditadura como um período importante (na perspectiva da relevância e não de um contributo positivo) da História de Portugal.
Já agora, a notícia desse prémio que o tal partido fascista oferece em Itália pode ser vista AQUI.
Acho graça aos que falam da memória, mas depois esquecem o assassinato de 17 cidadaos portugueses pelo terrrorista Otelo, agora promovido a coronel. Vergonha.
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