domingo, 2 de agosto de 2009

A palavra com nome de povo

A sealy season, entre outras coisas, reserva-nos aquele tempo essencial para actualizarmos algumas leituras. Lembrei-me, uma vez mais, de Miguel Torga

Na sua obra, sempre preferi a prosa como pretexto para a análise do carácter humano, naquilo que ela concerne ao amor pela terra e pelo povo.
Na narrativa torguiana não importa o episódio ou a personagem particular, interessa, acima de tudo, o carácter universal; é desse modo que as personagens se destacam e movem por essas características gerais que conformam a alma humana.
A linguagem de Miguel Torga revela um conhecimenrto profundo do vocabulário rural do norte de Portugal. Os diálogos nos seus contos estão repletos de uma vivacidade que nos remetem imediatamente para uma questão concreta ou para um mundo particular. Ler torga, é escutar a vivência de um povo na sua giria linguística, onde cada coisa, cada elemento da natureza no seu real quotidiano, tem um nome próprio. Ele sabe como ninguém utilizar essa linguagem em função da beleza que vê nas gentes do povo, e na paisagem natural que lhe serve de pano de fundo.
Da sua vasta bibliografia destaco,

1936: O outro livro de Job, poesia. - 1937: A Criação do Mundo - Os dois primeiros dias. - 1940: Os Bichos. - 1941: Primeiro volume do Diário; Contos da Montanha,; Terra firme, Mar, primeira obra de teatro. - 1944: Novos Contos da Montanha

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