Compras felizes

Com ou sem espirito de Natal, ninguém fica indiferente ao ornamento festivo no pelourinho com as luzinhas em tom de verde, que suponho servirem para atrair os condóminos ao comércio tradicional. Acontece que quando as luzes se acendem as lojas estão praticamente a fechar e o único cromo visível a partir da 19 horas é o iluminado Pêro da Covilhã.
A morte do Pelourinho há muito que foi anunciada e mete dó com aquela espécie de comércio, ou o que resta dele; sem originalidade nem mostra de talento, que tem vivido ao longo dos últimos anos uma laboriosa via crucis. Mas o momento, presta-se a mais uma campanha da Administração com aquele notável dom, que lhe permite multiplicar as cores natalícias em longas e aparentemente sensatas efabulações sobre o destino trágico do comércio tradicional na Covilhã. Trata-se, pois, de mais uma tentativa luminosa de colorir um centro da cidade, que anda há muito a preto e branco e infinitamente desertificado.