sábado, 27 de março de 2010

Temos aqui um caso

Não sei se é caso único na tuga pátria, mas parece-me de todo despropositado, se não mesmo abusivo, que a Câmara da Covilhã promova rituais religiosos católicos como a Semana Pascal. Ou será que a CMC não tem noção que deveria ser neutra nestas matérias e deixá-las para a consciência de cada cidadão e respectivas irmandades paroquiais?
A não ser que os principios básicos do ordenamento jurídico português não tenham aplicação no reduto sacrossanto que é o condominio covilhaneinse. Porventura, o poder local não faz parte de um Estado, ao que parece, ainda laico? Caso contrário, estamos perante a violação do princípio constitucional da laicidade em prol de uma religião. E, que eu saiba - correndo o risco de me enganar -, a noção de laicidade consagra justamente a separação entre o Estado (poder local incluído) e a Igreja. Ou não?
Não tenho memória que a CMC tenha patrocinado outros eventos religiosos direccionados para mulçumanos, budistas, evangelistas, IURD, ateus, agnósticos… e por aí adiante. Sendo que, nestes casos é a igualdade e não a proporcionalidade que deve ser observada.

Ámen.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não há estados laicos. Devias ser mais tolerante.

Anónimo disse...

Outra machadada no poder da Carpinteira. Várias Camaras de diversas cidades apoiam as celebrações da Semana Santa, concretamente Braga, Barcelos,S.Tirso. Quanto ao apoio a outras religiões por parte da CMC é fácil perceber que essas outras religiões não estão isentas de impostos como a igreja católica, por parte do estado.

Anónimo disse...

pensar que existe separação entre o Estado ea religiaõ catolica é uma ficção.Toda a gente sabe que o Estado é laico, mas ninguem quer saber disso para nada. É uma logica que vem desde o tempo do Cerejeira e do Salazar e dificilmente será alterada.