Diz o panfleto informativo do teatro das Beiras, que se trata duma estoria entre ricos e pobres num passado recente. Pois sim. Porém, a forma como a peça foi construida não recupera nem actualiza a vida do bandoleiro Cirineu. Pior do que isso, não lhe confere qualquer dignidade. Pelo contrário. Trata-se duma manta de retalhos sobre uma estrutura geral de farsa, condimentada aqui e ali com um grotesco caricatural de levar às lágrimas. A dramaturgia, per si, comporta evidentes insuficiências operativas e clichés estafados, aliada a uma esquematização pueril, que torna inverosímil a estória de vida de António de Sousa (?), mais conhecido por Cirinéu.
Que dizer então da encenação? As marcações quase sempre frontais, com pouco aproveitamento da profundidade do espaço, onde se fixava um cenário, que de elegante passa rapidamente a monótono e limitativo. O que se pretendia versátil, a partir de uma suposta simplicidade inicial, acabou por aprisionar os movimentos numa estrutura mal aproveitada e que veio a revelar-se pouco funcional. A iluminação é na maior parte das cenas, ineficaz e básica, contribuindo em muito para a má funcionalidade do espectáculo. As vozes em falsete tornam-se irritantes e não adicionam nada, à medíocre interpretação dos actores. A falta de ritmo e a infantilização dos vários quadros cénicos; conduzem o espectador a bocejos frequentes.
Tem a encenadora legitimidade para fazer um resgate da vida do cirineu, através de uma serie de números infanto-circences? Claro que tem. Mas por favor, para a próxima vez, avisem-me que vou assistir a uma peça infantil às 10 da noite. O pior do Teatro das Beiras.
Para eles o premio basbaque cultural.
* O que acabo de escrever é apenas um mero comentário e não um olhar especializado sobre esta peça de teatro. Até porque, sobre a arte de bem representar não entendo patavina
1 comentário:
Concordo com a ultima parte do post, em que dizes que da arte de represntar não percebes patavina.
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