Desperdicios universitários

O ministro Gago (o melhor do governo socialista) veio à Covilha aplaudir o trabalho realizado pela UBI na qualificação dos cidadãos e no desenvolvimento económico e social da região. Longe vão os tempos em que a UBI sufocava devido à insustentável situação orçamental, enquanto o ministro lá ia distribuindo benesses pelos politécnicos da Guarda e Castelo Branco, como foi o caso, entre outros, da aprovação de licenciaturas que já existiam na universidade da Covilhã; o que significou que as três instituições passassem a leccionar cursos em triplicado. A verdade é que o desperdício transformou-se num regabofe ao longo dos últimos anos. Não existindo qualquer complementaridade entre os subsistemas, universitário e politécnico. Por outro lado, o IPG e o IPCB nunca conseguiram afirmar-se pela diferenciação da natureza dos seus cursos. Este último chegou mesmo a propor tretas do genero de paisagismo, Design de jardins e Guitarra portuguesa, que devem ser cursos extraordinários na área cientifica da Bricolage. Pouco falta, pois, para abrirem mestrados em Catering, Speakers e Aluguer de Aparelhagens de Som.

Digamos que foram 3 décadas a mandar às urtigas meios e recursos públicos, nestas escolas, que ano após ano, vão revelando cada vez mais dificuldades em captar alunos. Oxalá a Troika tenha ouvido o reitor da UL quando afirmou que são absurdos 15 politécnicos - num país com dez milhões de habitantes, defendendo a junção destes com as universidades de modo a criarem dimensão e massa crítica. Trata-se, justamente, duma lógica de optimização de recursos, que há muito devia ter acontecido na Beira Interior, mas também uma forma de erradicar o facilitismo que os politecnicos têm vindo a promover para captarem alunos improváveis; num sistema vocacionado, objectivamente para o financiamento. Seria um factor de enriquecimento na diversidade, a integração pacifica do politécnico de Castelo Branco e da Guarda na Universidade da Covilhã, como são os casos das Universidades de Aveiro e do Algarve. Ou então que os extingam, antes que não sobre pedra sobre pedra.