Da serie: a nós ninguem nos cala

Convem lembrar de quando em vez, que o papel de um blogue como o Carpinteira, desenvolve-se precisamente neste ambiente de uma cidade de província, onde existe um culto quase messiânico do líder. Onde cada vez há mais gente a engrossar a fileira da ignorância e do atavismo, a par de uns quantos acólitos; treinados bem na lógica dos ensinamentos do Chefe, ajudados por outros tantos bufos, que perseguem e ameaçam, impiedosamente, todos os que ousem erguer a voz contra os varios poderes instalados. Não será por acaso que temos assistido ao desaparecimento lento de praticamente toda a blogosfera covilhaneinse.Mas esta é a cidade que temos, revelando que a Covilhã não possui uma cultura pública democrática e que o próprio poder tem, afinal, medo da liberdade. Como diria o outro: já nos deveríamos ter habituado. Há uma espécie de ideologia domestica, que incita à credulidade, à idiotia, e à perseguição, ornamentada por uma trupe que domina o expediente a seu bel-prazer, mas que se borra de medo de perder o acesso à teta garantida pelo amiguismo instituido. O carpinteira surge, neste contexto, cada vez mais como um incómodo para Administração do condomínio e quejandos, alimentados por uma nomenklatura, que pelos vistos, só a morte natural os afastará da tentação constante de pastorearem a basbacagem. É este case study que nos interessa, e que tentamos interpretar num exercício civico, critico e reflexivo, que por vezes deixamos nas entrelinhas, nos espaços vazios, à prova da inteligência dos leitores, sem paternalismo ou superioridade moral, para que descortinem esse sentido obscuro das coisas. Se calhar, é tambem por isso, que cada vez mais gente nos lê, em todos os cantos da patria e do mundo. A nós ninguem nos cala.