quarta-feira, 23 de maio de 2012

O abandono da "cidade-fábrica"




A recente visita à LX Factory em Lisboa, trouxe-me à lembrança a degradação do património fabril covilhaneinse, visivel neste video da RTP do ano 2009. De então para cá não se alterou rien. No entanto, poucas cidades como a Covilhã dispõem de condições para desenvolverem este conceito que recria o ambiente industrial. 
Se há um lapso significativo, a apontar às sucessivas administrações de condomínio covilhaneinses, foi/é precisamente o desprezo ostensivo pela memória colectiva. Já lá vão algumas décadas, onde a indiferença se foi patenteando pelo abandono do património industrial, ou o que dele resta na Covilhã. Não sei se ainda vamos a tempo,  mas tenho a certeza  de que é necessário inverter esta política de alheamento, senão mesmo de (des)ordenação urbana, que mandou às urtigas a recuperação de edificios industriais obsoletos, como os que estão dispersos pelo vale da carpinteira e da Goldra. 
Desde Lopes Teixeira, passando por Alvaro Ramos, até à vigência do psd-partido da covilhã,( 20 anos) nunca foi realizado qualquer estudo sistemático sobre os espaços fabris, resultantes do declínio da indústria têxtil, nem qualquer inventário e divulgação do património industrial. Ao longo destes anos, as respectivas cambras mostraram-se incapazes de delinear estratégias para reabilitar a memoria da “cidade-fábrica”. Pelo contrário, tiveram no casuismo a única forma de acção, através da dispersão construtiva e subalternização do espaço público, que tornaram a Covilhã (cidade-fábrica), disforme e agressiva. Salvaguardo, obviamente, o excelente trabalho de recuperação realizado pelo Museu de lanificios da UBI e o edificio Tinturaria. De resto, não faltam exemplos de espaços com identidade própria, evocativos de percursos simbólicos na história da Covilha. transformados em locais incaracterísticos. A cidade continua a edificar-se sem rumo, contaminada por jardins de pedra numa rede de infra-estruturas demasiado mecânicas para conter as referências históricas da Covilhã.
O resultado está bem à vista. 

5 comentários:

Covilhã, consciente disse...

Caro carpinteira

Mais um tema pertinente e oportuno a tratar neste espaço e opinião.
Estamos completamente de acordo, como é hábito (com a excepção daquele “coiso” do benfica).
A Covilhã, para sua infelicidade, não tem tido politicas algumas, simplesmente devaneios avulsos e circunstanciais, de mentores obstinados por interesses e olhares, interesseiros e interessados em ações avulsas sem qualquer integração ou perspectiva de futuro sustentado, tão pouco sustentado.
O resultado é bem visível e demolidor da esperança de uma comunidade que quer acreditar e continuar a defender e a identificar-se com o seu espaço de referencia.
Pior, é ver na pré-qualificação de candidatos um vazio de interesse na mudança, preferindo insistir na continuidade de gente que durante muitos anos foi responsável, tendo tido oportunidade, vir agora com uma enorme cara de pau, insistir na luta de bastidores e na criação de expectativas que o povo abomina e precisa expulsar.
Não há espaço nem confiança para que, quem quer que seja, que alguma vez tenha tido responsabilidades governativas ou na oposição de se reapresentar e pedir mais uma vez o voto do povo da Covilhã.
Haja coragem de rejeitar liminarmente e criar a regra de não ser permitido o regresso de nenhum politico do status conhecido, no passado recente dos ultimos 20 anos.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
tecelao disse...

Em cima, tivemos mais um vómito, ao abrigo da lei de imprensa, assinado pelo SERVIÇO DE RELAÇÔES PUBLICAS da Câmbra.
Andam completamente desorientados
Eheheheeh

Anónimo disse...

Carpinteiros e covilha consciente lançam um tema para o forum que me merece o apoio generalizado, embora discorde de pormenores. A memória da cidade fábrica, cabe nos museus vivos e rotas sobre a memória do homens e do património Industrial. Amanhã, no Porto é lançado o projecto Europeu:Rotas do Volfrâmio na Europa - Memória dos Homens e do Património Industrial. Vão estar muitos parceiros autárquicos, universidades, empresas e até o Conselho europeu. A CMC não quer saber disto para nada.Vamos lá pensar no polo aglutinador para o desenvolvimento do nosso munípio e depois deixaremos de andar à deriva.

Anónimo disse...

A camara da covilhã?
O que é isso?
Existe?
Ou andarão entretidos com guerras entre uns e outros?
Estão-se nas tintas para o que acontece no interesse dos covilhanenses, os call centers e data centers basta para entreter o pessoal, não merecem mais os covilhanenses?