terça-feira, 30 de outubro de 2007

O disparate segue dentro de momentos

Já não é novidade dizer que a planificação da Covilhã nunca fez parte de um projecto bem estruturado, escapam raras excepções, como sejam, a intervenção equilibrada na Ponte do Rato e no parque Goldra, um bom exemplo de requalificação do espaço público.
Ao percorremos a “cidade-fábrica”, de norte a sul, fica-nos a sensação de atravessar várias cidades de uma só vez: um edifício de construção “moderna” ergue-se, sem problema, ao lado de uma construção "histórica". Contudo, o que mais aflige o indígena são os novos limites da urbe, confinados num espaço sem controle; aludimos ao espaço desordenado de uma cidade que agora se comprime entre o shopping e a faculdade de medicina, com uma única via de saída para a variante.
À pala deste pseudo-desenvolvimento, enveredou-se pela concentração urbana naquela espécie de galinheiros que, em breve, atrofiará todo o espaço situado a sul do eixo TCT, com perdas irreversíveis na qualidade de vida dos nativos.

O crescimento desordenado, entre a rotunda do operário e o complexo desportivo, faz com que não exista qualquer conexão arquitectónica da cidade no seu conjunto, mas especialmente, descuida a identidade visual dentro de um espaço que podia e devia ter uma organização condizente com as normas básicas do planeamento urbano.
Pelo contrário, abriram-se novas possibilidades, como sempre aconteceu na Covilhã, de construir em qualquer lugar, e de congestionar uma área onde deviam predominar mais espaços verdes e de sociabilidade.
Vá lá saber-se porquê, na Covilhã continua a não haver regras para construir, nem para as intervenções urbanas de maior impacto, necessárias para a qualidade de vida dos seus cidadãos.

O disparate segue dentro de momentos.

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