quinta-feira, 31 de julho de 2008

Déjà vu


A febre da duplicação inaugurativa da Câmara da Covilhã é tanta, que um dia destes ainda os vemos inaugurarem a Muralha ou a estátua do soldado desconhecido. Sendo certo que não faltará o brilho e aparato que a circunstância exige, nem as respectivas bifanas e bejecas; nem o cronista Romão do JF, ofegante de vitalidade e talento, que vai com certeza, colher com grande luzimento e apreço o momento festivo: um opinador esclarecido em orgasmos paroquiais.
Há quem diga que é com estas e com outras, que a trupe arregimentada consegue manter a fauna ignorante e manipulada até ao tutano. Pode ser que seja assim. Mas não há nada de novo em tudo isto; prevalecem a mentira, a falsidade e o desprezo pelo indígena covilhanense. São estas as receitas de sucesso, pródigas em conversa fiada e demagogia qb para encherem os condóminos de alzheimer até ao arraial eleitoral de 2009. O circo continuará sempre com comichosas e divertidas acções de propaganda doméstica, onde não faltará a segunda inauguração do Museu de Arte e Cultura, do edifício Tinturaria, e quejandos. É um fartote.
Não é fácil desconstruir um tipo de discurso ancorado em operações de cosmética eleitoral; até porque esta gente continua imbuída de esperteza saloia e não perde uma oportunidade para a exaltação pífia. A moral bovina, é por aqui, no condomínio da Covilhã, uma filosofia de vida e parece não haver volta a dar-lhe. Puta de vida.

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