A “proibição” das massagens corporais nas praias all garvias, trouxe-nos à memória o livro A Casa dos Budas Ditosos de João Ubaldo Ribeiro, escritor brasileiro que acaba de receber o prémio Camões.
Ora, este livro permite aos seus leitores conhecerem uma mulher residente no Rio de Janeiro, que desfia memórias devassas e libertinas, numa narrativa cheia de prazer e sem qualquer sentimento de culpa nas intermináveis vivências eróticas. Uma história que se repete página após página. Sexo até à exaustão, que é como quem diz, foder à fartazana, mas com uma franqueza única que não deixa nenhum leitor indiferente. Convém lembrar que esta pérola erótica da literatura brasileira foi censurada em Portugal por alguns estabelecimentos comerciais, porque punha em causa a moral católica e os bons costumes da hipócrita pátria tuga. Caralhices.
Aqui ficam alguns salpicos:
“ (…) Chupe aqui, disse eu, que não sabia realmente que as pessoas se chupavam, foi o que eu posso descrever como instintivo. Falei com energia e puxei a cabeça dele para baixo pela carapinha e empurrei a cara dele para dentro de minhas pernas, a ponto de ele ter tido dificuldade em respirar. Não me incomodei, deixei que ele tomasse um pouco de ar e depois puxei a cabeça dele de novo e entrei em orgasmo nessa mesma hora e deslizei para o chão. A essa altura, ele já estava gostando e se empenhando e me encostei na parede de pernas abertas e puxei muito a cabeça dele, enquanto, me encaixando na boca dele como quem encaixa uma peça de precisão, como quem dá o peito para mamar, com um prazer enormíssimo em fazer tudo isso minuciosamente, eu gozava outra vez. Imediatamente, já possessa e numa ânsia que me fazia fibrilar o corpo todo, resolvi que tinha que montar na cara dele, cavalgar mesmo, cavalgar, cavalgar e aí gozei mais não sei quantas vezes, na boca, no nariz, nos olhos, na língua, na cabeça, gozei nele todo e então desci e chupei ele, engolindo tanto daquela viga tesa quanto podia engolir, depois sentindo o cheiro das virilhas, depois lambendo o saco, depois me enroscando nele e esperando ele gozar na minha boca, embora ninguém antes me tivesse dito como realmente era isso, só que ele não gozou na minha boca, acabou esguichando meu rosto e eu esfreguei tudo em nós dois. É impressionante como eu fiz tudo isso logo da primeira vez, porque foi mesmo a minha primeiríssima vez, e eu nunca tinha visto nada, nem ninguém tinha de fato me ensinado nada, a não ser em conversas doidas com as outras meninas do colégio, principalmente as internas, que sempre ficavam meio loucas, como é natural. Grande parte dessas histórias não tinha muito a ver com o que efetivamente é feito, com exceção das histórias sobre algumas das freiras e outras alunas, que eu depois vi que eram mais ou menos verdade e hoje sei que, na maioria dos casos, eram verdade (…)”
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