«Uma vez que JQ ganhou, voltei a ouvir a sua audição com o CG.
Há uns dados que devemos reter:
- cerca de 20 doutores são responsáveis por 50% da produção cientifica da UBI;
- cerca de 50 doutores são responsáveis por 90% da produção cientifica da UBI;
- a UBI tem 250 doutores
Pergunto: o que andam a fazer os outros 200? Onde eu me incluo!!!!
Fiquei mesmo com peso na CONSCIENCIA.
Pois eu digo: passamos demasiado tempo na conversa, demasiado tempo em reuniões e demasiado tempo em tarefas que são inócuas para aquilo que se EXIGE a uma Universidade moderna. Perdemos tempo com cursos CET; com investigação que fica na gaveta; a produzir teses de mestrados repetitivas que não tem espaço de publicação; mais preocupados em saber se temos disciplinas suficientes para a “nossa” carga do que em escrever; a tentar “lixar” o parceiro; a vir blogar em vez de trabalhar; a ler páginas de jornais na net; a fazer reuniões sem resultados; a conspirar para dar a vaga X ao docente Y e a tentar eliminar o Z; a levar semanas para ler um paper (é verdade, infelizmente, há mtos colegas que não sabem inglês… como é possível que não tenham aprendido qdo há escolas de inglês na Covilhã????); … etc, etc, etc, etc.
Não será difícil aumentar a produção científica. E mais, é NECESSÁRIO. Como é possível que, em termos de produção científica (papers, comunicações, teses, patentes e projectos) estejamos ATRÁS de todas as universidades públicas com excepção da U. da Madeira? Até politécnicos como o IPP, IPL e IPC estão à nossa frente. Não acredito que os 200 doutorados, onde me incluo, não consigam melhorar o seu desempenho. É uma questão de OPTIMIZAR o tempo e deixarem de fazer actividades que não são para as universidades.
VAMOS TRABALHAR MAIS !!!!Escrevam artigos (em jornal ou conferencia, em inglês, alemão, francês espanhol ou português, não interessa, interessa é que a publicação seja classificada como ISI). Escrevam livros. Cativem alunos para fazerem teses.
Tenham ideias inovadoras para patentear.Acabem com as bloguices.Vamos todos melhorar.
Eu estou reconvertido.»
Comentário enviado pelo leitor Reconvertido, que elevámos à categoria de post
16 comentários:
A UBI não é só investigação. O numero de alunos tem vindo a aumentar... e cada vez mais gente escolhe a UBI porque sabe que tem mais facildade nas saídas profissionais. Há´muito doutor na UBI, que vive num mundo à parte. Há mais vida para além dos gabinetes.
Esta questão tratado pelo agora reitor, levanta muitas outras questões para lá das enunciadas no post.
Porque é que são estes os doutores da ubi?
Quem os escolheu e com que criterios?
Note-se que a ubi teve a oportunidade de escolher grande parte do seu corpo docente.
A responsabilidade dos 200?
Provar que forma bem escolhidos e produzir.
O post levanta questões importantes ao nível da investigação, mas toda a gente sabe que na UBI tem prevalecido a cunha e o amiguismo. Há muito tempo que o mérito anda arredado da UBI. Mesmo as promoções e reclassificações tem sido feitas sem critérios, ao longo destes anos tem sido apenas promovidos uma horda de apaniguados próximos da nomenclatura, deixando para trás muita gente competente que não se sujeita a lambe-botice. Muito coisa vai ter de mudar o prof Queirós para higienizar a instituição.
A endogamia minou tudo e vai continuar a minar, desde a produção científica à promoção na carreira... O Fidalgo apontou-lhe o dedo, mas ele próprio reconheceu perante o CG que na sua faculdade admitiu como professores os seus primeiros alunos de mestrado em ciencias da comunicação... Apontam aos outros para não se olhar para eles... Não havia melhor a nível nacional? É por isso que a UBI não abre concursos de recrutamento... Os presidentes de departamento e directores de cursos raramente são especialistas nas áreas que dirigem... Está tudo minado!
oh clarinha a menina diz que está tudo minado. O quê? onde?
Explique-me lá isso melhor, como se eu fosse um ignorante.
É incrível que alguém venha aqui dizer que "Agora é que é a sério"! Mais do que uma opção, estes senhores estão é com medo do tal Instituto de Qualidade que está no programa do novo reitor.
Ora, respondam-me lá:
- Porque é que antes não produziam artigos?
- Quantas horas semanais leccionam os tais 200 que tanto produzem?
- Quantos desses papers são utilizados nas suas próprias aulas?
- Em quantas universidades ensinam essas teorias?
- Quantas referências a esses trabalhos aparecem no Google Scholar?
- Que cargos desempenham esses senhores na UBI, ou seja, de que forma contribuem para a comunidade?
- Em que Unidades de Investigação da UBI colaboram esses investigadores?
- Que raio de investigações são essas que uma só pessoa consegue produzir 4 e 5 papers por ano?
E, para terminar, quantos alunos de 1ºciclo escolheram a UBI por causa dos papers publicados pelos seus professores?
Tenham juízo: qualquer bom professor deve gerir, ensinar e investigar. Tudo com conta, peso e medida. Agora, antes e sempre.
Sim Sr. Prof. Queirós,
Está a ver? Bastou ganhar para a UBI começar a mudar. Nem precisa de apertar muito. Já todos sabem que, consigo, têm de melhorar.
A endogamia claro que vai continuar. o JQ não consegue rodear-se de um conjunto forte de pessoas que sabem investigar, dar aulas e gerir bem. Há poucos na UBI e nem todos estão ao lado de JQ.
Infelizmente vai continuar a haver subidas que não são por mérito. Aliás alguns dos seus apoiantes já se devem estar a acotovelar para umas vagazitas. Agora querem a recompensa.
O Homem não pode fazer nada. Não consegurá mudar o sistema. Vai ter de fechar os olhos. Resta-lhe apostar no aumento da produção cientifica. Não será dificil. Basta acordar 100 dos 200 que produzem pouco.
Um voto de incentivo para o RECONVERTIDO e pela coragem que teve em mostrar o que lhe ia na alma.
A universidades vivem do numero de alunos que conseguem captar e não da produção cientifica. justiça seja feita ao reitor santos silva.
"Do número de alunos que conseguem captar"...
Pois, assim a UBI vai longe.
Por todo o lado as universidades são faladas pelo que representam na área da inovação com o mundo das empresas e com a produção cultural.
Na UBI, os discursos solenes aparecem cheios de estatistica amanuense: milhares de refeições servidas nas cantinas; n m3 de betão construido; tantos computadores por cabeça; maior número de camas por mil alunos, etc etc...
Número de patentes, papers reconhecidos, saídas empresariais pela qualidade? Utilização intensiva de laboratórios? Protocolos para investigação internacional? Resposta? Pois, sem dúvida... a considerar...
Compare-se o desenvolvimento das Universidades da mesma geração, Braga, Vila real, Aveiro e retirem-se ilações!
A UBI precisa de baixar os indices napoleónicos de pseudo-aristocratas académicos e subir os de doutores qualificados pelo mérito, para a competição no novo século.
Embevecidos e acomodados, a UBI não irá longe...
E espalhar este ambiente pela Academia.
Caros comentadores, anónimos ou não, «Pare, escute e olhe» deixaram de ser formas verbais de alerta para as antigas passagens de nível (com ou sem guarda).
Algumas ainda existem, mas a maioria foi substituída por viadutos.
Deixemos de lado as obras de engenharia para outras conversas (não sendo a minha área, nem de perto nem de longe)!
Na verdade, no âmbito das mudanças que estão a acontecer na Universidade Portuguesa em geral e na UBI em particular, parece-me estar na altura de:
1- PARAR (para pensar e reflectir, depois de ler documentos orientadores e fundamentais para um desenvolvimento sustentável da UBI enquanto instituição de Ensino e Investigação);
2- ESCUTAR (ouvir atentamente e interpretar o que o agora eleito reitor diz e enquadrar esse discurso na conjuntura nacional e internacional de um desenvolvimento sustentável);e
3-OLHAR (e ver - ver bem, pois olhar nem sempre é suficiente - que a demagogia NÃO ESTÁ no Prof. João Queiroz .... A demagogia(para ser soft)está nos comentários que alunos e/ou docentes tecem por aí de Blog em Blog
Pare, Escute e Veja:
admitir as nossas fragilidades é o primeiro passo para a mudança que as Universidades precisam
O problema é múltiplo: quem escolhe, e quem é escolhido.
Infelizmente, a maioria dos portuguese seguem uma profissão sem vocação, por ser aquilo que conseguiram, ou aquilo que dá rendimento.
O problema é geral e mundial contudo alguns países aprendem a controlar a situação. Nos EUA, país onde me encontro a estudar, os professores não recebem qualquer rendimento ou financiamento para os laboratórios que dirigem dentro das universidades. Contudo, são obrigados a fazer investigação e a ter alunos que publicam teses e dissertações. Para suportarem os seus laboratórios são obrigados a investigar, a publicar, para assim ganharem financiamento. O financiamento terá que ser directamente aplicado em investigação, estimulando a criatividade e a economia.
Quanto a formações também sou de acordo que as mesmas sejam banidas. Ou melhor, que não sejam banidas, mas a sua utilização a fins de promoção e currículo não sejam permitidas. Em Portugal todos recebem diplomas por assistirem a uma apresentação qualquer e assim ganham currículo. Mas quantos há que não vão a tais conferencias apenas pela patinha e marcadores de feltro de cor florescente?
Que haja reconversão, sim!
Este debate, aqui no blogue da doutorice, só vem comprovar, porque é que passados tantos anos a UBI continua a olhar para o seu umbigo e a funcionar intramuros. A UBI continua desligada da cidade que a acolhe. As preocupações aqui reveladas prendem-se com questões internas, que apenas tem em vista as carreiras dos senhores DOUTORES, o resto continua a ser paisagem, questões importantes como o funcionamento execrável dos serviços académicos ou o insuficiente apoio social aos alunos não vos merecem qualquer comentário ?
Caro discente
Chamar debate aos comentários a que tenho assistido não me parece correcto...mas isso serei eu a delirar!
Quanto à questão dos Serviços Académicos estou completamente de acordo consigo. Trata-se de uma preocupação com uma das dimensões da qualidade da Universidade que deve ser foco da preocupação de todos.
No entanto, o debate deve trazer algo de novo, como por exemplo, identificar problemas específicos e propor soluções(eu sei que nos Académicos eles são imensos...sim, como docente também tenho muitas queixas). No fundo todos temos ideias que podem ser interessantes. Quanto a mim, desburocratizar e descentralizar a «fiscalização» do processo ensino-aprendizagem (mais trabalho para as Direcções de curso?...não me parece!)já deixaria aos funcionários muito tempo para a dedicação aos processos dos alunos. É só uma ideia...Parece-me que o projecto do Prof Queiroz aponta para isso...caso contrário, a qualidade fica comprometida...
A auto-regulação e responsabilização devem ser as prioridades de alunos, docentes e funcionários.
DEIXEM O HOMEM TRABALHAR!!!!
JQ ainda agora foi eleito. Deixem-no pôr as ideias em prática. Não comecem já a deitar abaixo. É claro que tem alguns apoiantes que são autênticas sangue-sugas da UBI, que não fazem investigação nenhuma e que só pensam em fazeer carreira à custa de tráfico de influ~encias. Esses mesmos, que passam o tempo nos corredores na politiquice caseira.
Mas o que é que JQ pode fazer? Vai começar a fazer sangue, em especial com os que o apoiaram? Deixou-os aproximar, não os pode sacudir já. A UBI tem poucas pessoas com CV cientifico relevate (20 ou 30). E nem todas estão ao lado de JQ. Ele precisa de um grupo de pessoas de confiança. Aos poucos poderá susbtitui-los.
Neste momento, não terá outra hipóteses se não recorrer aos que tem ao lado, mesmo que sejam um "zero à esquerda" em termos de investigaçõa, gestão ou a dar aulas. Não pode fazer nada.
Vamos serenar e dar-lhe espaço para trabalhar. Vamos mostar-lhe que há mais gente na UBI com capacidade e vontade d eo ajudar. Aos poucos ele colocará aessoa certa no lugar certo.
Vamos mas é pensar em trabalhar mais. É encessário mais Reconvertidos.
Abraço
O meu aplauso ao comentário do «Aplausos!!!».
João Queirós não é um outsider, é um docente que fez carreira movendo-se muito bem nos círculos de poder da UBI. Pertence há muitos anos à equipa reitoral de Santos Silva, ajudou a fazer a UBI que, bem ou mal, temos,
nunca notei que se insurgisse publicamente contra a realidade que aparentemente agora quer alterar.
Faz lembrar Durão Barroso, "maravilhado" com a nova atitude americana (tão contra aquela que, no tempo de Bush, tão entusiasticamente apoiou)
Enfim, estes discursos serão talvez inevitáveis aos políticos. Quanto à realidade, a ver vamos. E faço votos sinceros de que vejamos coisa boa!
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