quarta-feira, 20 de maio de 2009

As barragens não fazem falta

Li no mafia da cova, que um cidadão vai realizar uma acção de protesto em defesa da conservação da Natureza e do meio Ambiente, contra a construção de barragens. Está no seu direito. Digo eu.

Tendo em conta que a pátria tuga tem secas cada vez mais frequentes, e havendo ainda regiões carentes do precioso liquido, julgava ser de primordial importância a existência de infra-estruturas de armazenamento; assim como a disponibilidade de recursos hídricos para o país.
Cheguei até a pensar que as barragens, como opções hidroeléctricas seriam uma alternativa ambientalmente correcta aos combustíveis fósseis.
Mas isto era eu na minha leviandade e ignorância aquífera.

9 comentários:

Anónimo disse...

O Estado e as grandes empresas fazem o que querem, no caso das barragens e não só, basta ir a http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=135432

Não se fica admirado com o que lá está escrito, é mais do mesmo. As câmaras e os particulares têm bons professores.

Anónimo disse...

Pois...por isso é q a Covilha ainda não tem u segunda barragem prometida pelo PSD

ljma disse...

Creio que esse cidadão protesta é pela descarada campanha publicitária lançada pela EDP. Também a mim me aborrece ser tomado por parvo com aquela campanha. É que o papel que a EDP tem na conservação da natureza (e que é explorado até ao limite na dita campanha) resulta principalmente das medidas compensadoras a que é obrigada para a mitigação dos impactos negativos que a sua actividade e empreendimentos têm sobre essa natureza. A EDP quer que acreditemos que o bem que ela faz ao ambiente (porque a isso é obrigada) é superior ao mal que faz ao mesmo ambiente (e que resulta da sua actividade regular). Quem quiser acreditar, que acredite.

Um spot publicitário que passa na rádio começa assim: "Quando planeamos uma barragem, pensamos em primeiro lugar nas populações". Quem quiser acreditar que acredite. Eu não acredito e sobretudo desagrada-me que me considerem parvo a esse ponto.

Ou seja, compreendo aquele cidadão e partilho o seu desagrado. Não me chega para aderir ao seu protesto, mas compreendo-o.


Quanto à necessidade *das* barragens, eu prefiro falar da necessidade *de* barragens. Algumas farão muita falta, outras pouca e outras, se calhar, servem só para o governo mostrar obra. Algumas não terão inconvenientes, outras terão alguns, outras ainda terão tantos que é melhor nem as fazer.

Saudações
José Amoreira

gustavo disse...

"Algumas não terão inconvenientes, outras terão alguns, outras ainda terão tantos que é melhor nem as fazer."

isso quer dizer que a barragem penhas II não é necessária?

ljma disse...

Não, gustavo, não foi isso que eu quis dizer. Não me quis referir a nenhuma barragem em concreto.

Há tempos fiz dois posts no Cântaro Zangado sobre o estudo de impacto ambiental e a posterior declaração de impacto ambiental da barragem Penhas II onde concluía que não valiam o papel onde foram escritos. Por isso, talvez haja inconvenientes (ambientais), talvez não, talvez sejam muito graves, talvez não. Não sei porque, na minha opinião, o estudo de impacto ambiental não o diz.

Saudações
José Amoreira

gustavo disse...

ljma: a mim parece-me que a existencia de uma segunda barragem é necessária para o concelho da Covilha (cuide-se, obviamente, dos estudos de impacto ambiental)
mas repare que num ano de seca prolongada, o concelho fica exposto á falta de água, porque a barragem Viriato já se revelou insuficiente no armazenamento.
Penso que alguns fundamentalismos podem ir contra os legitimos intresses das populações.

saudaçoes

ljma disse...

Gustavo,
Não sei se a barragem é necessária ou não. Nunca li notícias sobre insuficiências do armazenamento de água da Covilhã que levassem a cortes de fornecimento, como já as li (e experimentei) no Fundão e na Guarda). O presidente diz que sim, que a barragem é necessária. Ele está melhor informado do que eu, terá razão. Não sei.
Os estudos de impacto ambiental já foram feitos, já foram objecto de discussão pública, já foi passada declaração de impacto ambiental pelo ministério. Isso já vai, mas foi (na minha opinião) mal feito. Pelo que li, o estudo de impacto era vago, genérico, banal, nada específico. Não enumerava espécies, habitats, impactos específicos. Fora os desenhos de implantação e localização, tanto servia para a ribeira das Cortes como para o Tua, o Sabor ou o Côa. Por isso, na minha opinião, os estudos de impacto ambiental não foram cuidados. Fez-se um arremedo burocrático só para cumprir uma formalidade técnica.

Mas repito, nada do que disse (na altura ou agora) tem a ver com a barragem, com a sua utilidade ou a sua necessidade, sobre a bondade da decisão de a construir. Não sei se é necessária, não sei se os seus impactos ambientais são graves, não sei, repito. E como não sei, não me manifesto contra ou a favor da dita barragem.

Por isso não sei porque me fala de fundamentalismos, Gustavo. Mas, já que fala de fundamentalismos, eu diria que o nosso país (e a nossa serra em particular) está muito mais marcado por outros fundamentalismos que não aqueles a que (creio) se está a referir. Fundamentalismos que se dizem sempre ao lado dos legítimos interesses das populações, mas que são responsáveis pelo desordenado país que temos e cujo estado de desordenamento se tem agravado ano após ano. Com as enormes vantagens que, como é patente, e está a vista de todos, têm resultado para as ditas populações, então não têm?

tecelao disse...

ljma,

Excelente comentário(s)

Anónimo disse...

uma vez a muitos anos vi um documentario que uma das muitas empresas existentes nos eua na produção de energia e venda como estava no limite de produção os engenheiros começaram a pensar na construção de uma nova barragem para produzir mais. mas houve um ENGENHEIRO que teve outra ideia ,estes clientes são certos ,vamos mas é a ensinara poupar.uma das maneiras era no bom isolamento termico das casas .nunca mais vi este documentario