O programa Portugal Directo do Canal 1, pródigo em incursões pelo Portugal deprimido, visitou ontem Vila de Rei: local onde apenas vislumbrámos vento, pinhal e mimosas moitas.Ficámos, mais uma vez, perplexos, e quase nos cairam os túbaros quando demos conta d’um autorizado Estudo, da “intelligentsia” universitária, contemplando Vila de Rei como a segunda localidade da B. I. com mais qualidade de vida, logo a seguir à “pérfida” capital de “distrito”.
Eles lá saberão quais as variáveis para aferirem tamanha estopada, que fabricaram à laia da saudosa pasta medicinal Couto. Mas não deixa de ser surpreendente, senão mesmo, surrealista, tão respeitável exercício académico; se nos lembrarmos que por aqui, no desprezado canto pátrio covilhanense, em pleno gozo da second life, já há muito que temos um shopping, e em breve um Aeroporto, pontes pedonais, piscina-praia, elevadores, um call center, os noivos de S.Tiago, e quem sabe até casamentos gay.
1 comentário:
Cara carpinteira
É com alguma perplexidade que, apresentando-se no sexo feminino, reparo que lhe caíram os túbaros enquanto via a reportagem.
Haverá José Castelo Branco para a compreender, penso.
Por outro lado, refere o estudo que coloca Vila de Rei em segundo lugar num suposto top de qualidade de vida da beira interior. Curioso como sempre, dei uma espreitadela ao meu Bilhete de Identidade e reparei que Vila de Rei é a minha terra natal.
Confesso-lhe que existem locais bem mais catitas para se viver.
Por outro lado, posso também afirmar-lhe com pompa e circunstância que existem muitas "city-wannabe" nas quais, em geral, se vive bem pior que em Vila de Rei.
Não posso, no entanto, falar da cidade da Covilhã, visto que só a conheço de passagem (Que belo prédio que a cidade tem lá no meio da encosta, totalmente desenquadrado! A CM da Covilhã não deve saber o significado da sigla RGEU, certamente).
Fico, no entanto, levemente sensibilizado com o facto de pensar que, ao possuir nas imediações da sua casa, um shopping, pontes pedonais ou piscinas-praia, possui uma qualidade de vida superior à de Vila de Rei.
Eu não li bem os critérios de avaliação do dito estudo, mas presumo que este tenha sido relativamente mais douto que o comum dos artesãos da madeira, ao analisar a qualidade de vida para além dos centros comerciais, das pontes pedonais e dos elevadores.
Não estou com isto a dizer que Vila de Rei merece o segundo lugar!
Mas questioná-lo através da ausência de elevadores parece-me idiota.
Com os melhores cumprimentos
Miguel Dias
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