terça-feira, 29 de abril de 2008

Em Roma sê fascista

Estes grunhos italianos não tem memória

Mas cromos como estes, temo-los para troca em algumas autarquias portuguesas, com a agravante de serem tão ignorantes que não sabem que são estrutural e ideologicamente fascistas. Pois é.

Falar é muito complicado

Na senda do Padre António Vieira, o futebol luso tem gerado alguns mestres da oratória, que é como quem diz na arte de bem grunhir.
Tudo isto tem vindo a acontecer no mais renhido e emocionante vice campeonato da Europa, onde a segunda equipa do FCP chega e sobra para a segunda equipa do campeonato português. Cá para nós o Vitória de Guimarães deixou-se golear de propósito para facilitar a vida ao SLB e ao SCP. Este jogo devia ser investigado.

Mas o que nos trouxe aqui hoje, é a forma estranha como estes dois cromos; Paulo Bento e Fernando Chalana se fazem comunicar. Estamos na presença de dois oradores exímios que exprimem o mais absoluto silêncio entre aquilo que dizem e o que estão a pensar, a pontos de nos deixarmos adormecer no intervalo das frases.
Paulo Bento adquiriu recentemente, tiques de linguagem com pausas eternas entre as frases, arrastando-se numa infinidade de vírgulas, como se tivesse tido um AVC. Mas que dizer então do Chalana que chega a meter dó quando fala. É verdade que foi um dos génios do futebol português, e se calhar merece ser respeitado por isso, e não só, porque este homem jogou futebol na última fase do amor à camisola. Mas agora, seria bom que alguém no Glorioso tivesse a caridade de não o expor a entrevistas e encontrasse um porta-voz para botar faladura depois dos jogos.
O triste Chalana diria coisas maravilhosas se ficasse caladinho. É constrangedora a incapacidade do cromo para entender as perguntas que lhe fazem, mas o pior são as respostas amalgamadas em frases desconexas; ninguém consegue saber do que é que o homem está a falar. Para desgraça já basta o segundo lugar.

sábado, 26 de abril de 2008

Olhares

Nós aqui também gostamos de pessoas, e nem por isso nos importamos muito com a celulite, mas preferíamos que olhassem pra nós d'outra maneira.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A palavra chegou com a liberdade

"A palavra, como tu dizias, chega húmida dos bosques: temos de semeá-la;

chega húmida da terra: temos que defendê-la;

chega com as andorinhas que a beberam sílaba a sílaba na tua boca"

[Eugénio de Andrade]

quinta-feira, 24 de abril de 2008

No pelourinho o vazio

Eram 21 horas de um dia de Abril de 2008, mas podiam ser outras horas e outros dias. Pêro da Covilhã deixa escorrer o olhar desde a Praça do município até à Igreja da Misericórdia. Vislumbram-se dois passeantes avançar pelo meio da calçada em direcção à Rua Direita. Um miúdo, ensaia algumas acrobacias de skate por baixo das arcadas. Ao fundo da rua, o autocarro do Rodrigo aproxima-se em marcha lenta. Também está o carro da polícia estacionado sem condutor junto ao antigo Cafè Montalto. Eis o que resta de um Pelourinho vazio na cidade digital.

Se calhar a ideia de acabar com o Pelourinho, teve alguma generosidade, e talvez sobre ela se tenha escudado a intenção de dar a cidade a fruir aos seus cidadãos, como quem diz, dar lugar aos peões, mas o vazio em que aquilo se transformou, faz doer a alma ao mais distraído dos covilhanenses.

O Pelourinho converteu-se numa praça niilista, pela ausência de tudo e mais alguma coisa; porque quase já não tem cafés, não tem lojas abertas, não tem equipamentos culturais, porque continua a ser cada vez mais um lugar de passagem, e cada vez menos um local de passeio habitual dos covilhanenses. e, finalmente, porque alguém se encarregou ao longo do tempo, de por em prática um plano que conduziu ao extermínio do espaço público no centro da cidade. Se não for possível devolver ao Pelourinho a vida que lhe tiraram, ao menos dêem-lhe alguma dignidade.

Nunca tão poucos fizeram tanta ruína em tão poucos anos... sozinhos

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dia do Livro

Hoje dia 23 de Abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Quase nos esquecíamos. Deixamos um excerto d'um poema de Eugénio de Andrade, que pode ficar já de reserva para o dia da Mãe.

Poema à Mãe

"Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos. Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe! Olha - queres ouvir-me? - às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos; ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura; ainda oiço a tua voz: Era uma vez uma princesa no meio de um laranjal...Mas - tu sabes - a noite é enorme, e todo o meu corpo cresceu. Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber. Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas. Boa noite. Eu vou com as aves."

A incubadora na cidade digital

Covilhã 2014,

A Cidade digital, que em tempos foi de neve, continua a viver um grande momento de prosperidade com efeitos retroactivos em 2008.
Fiquemos com as declarações do presidente da câmara acerca da nova incubadora: “as negociações foram difíceis, mas conseguimos a instalação das coisas. Podemos mesmo afirmar que fomos pioneiros na adesão ao depósito liquido”. Anuiu o edil.
“ Se todos os filhos de Adão pecaram, todos os filhos da Covilhã depositaram”

terça-feira, 22 de abril de 2008

Visitou a cidade neve e eclipsou

Por muita imaginação generosa que tenhamos para explicar a abalada do doutor Menezes: quer seja por inépcia política, ausência de oposição, pelas traiçõezitas dos barões assinalados, ou até devido à existência d’uma ave rara como o Ribau Esteves; (um cromo que deve ser preservado, quiçá mantido numa reserva ecológica para ser mostrado às gerações vindouras). Nada disto foi suficientemente forte para a fuga do inefável Luís Filipe. Só pode haver uma razão plausível para tão repentino eclipse: a sua visita à Cidade Neve.
A verdade é que por muito estranho que tudo isto pareça, a vinda dos últimos quatro líderes do PSD ao Inner circle covilhanense, desde José Manuel Durão Barroso ao doutor Meneses, todos eles acabaram, dias depois, por abandonar o cargo.
Já há quem diga que a maneira mais rápida de fazer desaparecer um líder do PSD, é enviá-lo à Covilhã. É fatal comó destino, e muito curioso. Ou não?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Uma plaza com arcos

Iniciamos este post com a fotografia d’uma praça castelhana, não para repetir o cliché estafado: “de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos”, sobre isso havemos de falar um dia, mas para lhe darmos a conhecer a fonte de inspiração e bom gosto de algumas luminárias da paróquia covilhanense.

Contam os antigos que no início do Século xx, uma certa fauna covilhanense que tinha a seu cargo os destinos da urbe, viajou até Salamanca, (uma cidade espanhola situada mesmo aqui ao lado) onde ficaram deslumbrados com tamanha imponência da sua Plaza Mayor. (Hoje também há quem faça viagens em busca de modelos, mas vai um bocadito mais longe: prá Finlândia que fica ali ao lado da Russia).

Mas os pacóvios visionários, não se ficaram apenas pelo deslumbre; imbuídos de gostos requintados próprios do mainstream da época, logo se fartaram da monótona traça filipina dos paços do concelho. Queriam a coisa com mais arcos, iguais aos que tinham visto em Salamanca.

Foi assim, neste basto ambiente em metal sonante e pobreza de espírito, que começou a ser urdido um plano de destruição maciça de todo o centro da cidade, e, definitivamente reproduzido o modelo castelhano, que também há quem apelide de “Estado Novo”. Eles lá sabem.
Deu-se inicio ao aniquilamento do que ainda restava do verdadeiro centro histórico. E assim tem continuado até à estupidez final.

sábado, 19 de abril de 2008

Pode ser que um dia

O GLORIOSO tem-nos deixado desolados. Razões múltiplas podíamos apontar aqui para aferir do descalabro. Mas não vamos por aí.
O certo é que em meia dúzia d'anos o timoneiro Vieira converteu o SLB no Titanic. E que dizer do mestre Chalana; um cromo que tem sempre coisas interessantes para dizer antes e depois dos jogos, mas não há maneira de largar o vinho.
Pois é, aquele jogo com o Sporting devia ter ficado pelo intervalo. Mas prontos.
Aquilo mais pareciam águias assustadiças transformadas em galinholas. Ora veja aqui a vergonha: http://youtube.com/watch?v=emZtePK7cD8
Agora resta-nos evitar perder por muitos. É o que é.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Depósito de lixo

Rua Capitão João de Almeida

Um Vidrão foi removido desta rua pelas AdC, no seu prestimoso serviço público à populaça. Pois fiquem sabendo, senhores, que na falta dele, o indígena passou a depositar o vidro e quejandos, aqui dentro desta pérola quadriculada do infalível património covilhanense. Qualquer espreitadela para o seu interior pode entrever o pasto de animaizinhos de estimação, e o desabrochar espontâneo da vegetação. A natureza e o desleixo fazem coisas admiráveis.
O contentor do lixo é apenas um elemento decorativo. Levem-no também como levaram o Vidrão.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A prosperidade no condominio

O tempo de ladrilhar a paróquia de promessas ainda vem longe, mas o sô Pinto nunca espera pela demora. Homem modesto e simples triunfa sempre pelo assombro com que afiança defender o futuro dos covilhanenses com empresas e empregos pra todo o gosto. Já tinha sido assim há quatro anos com a Microsoft, lembram-se? Agora promete mais do mesmo para depois de 2009. Pois claro; até lá o gentio ainda se esquece. Mas para que não digam que andamos cá a ver passar os aviões, lembramos-lhe, a si, caro leitor distraído, que a vinda da empresa aeronáutica ALEIA, o mais importante investimento papagueado nos pasquins oficiais paroquianos, se deve apenas ao empenhamento do sô Reitor e à existência d’uma Universidade no condomínio. Mainada.
Contudo, as inteligíveis ofertas do sô Pinto são formidáveis, pois revelam não só a bacoca e profícua retórica que o caracterizam, mas principalmente, servem para esconder do covilhanense basbaque, o negociozito da venda da água. D’uma penada, o Sô pinto desbaratou mais um bem público para pagar dividas e assegurar um rol de promessas eleitorais. Este homem não brinca em serviço.
Reconheçamos, no entanto, que o sô Pinto, nesta matéria, tem o seu quê de inteligência. Numa tirada de mestre conseguiu ofuscar a indignação da canalha e por em marcha um plano para o recolhimento e consolo dos pacóvios. Os covilhocos vão ficar-lhe eternamente agradecidos sobre a futura prosperidade do condomínio. Resta saber se com este cluster, os paisanos não vão precisar de um clister.

Continuamos a rir com alguma dificuldade.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Nota breve

O texto publicado, aqui em baixo, com o título Noivas & Noivos, pode, numa leitura desatenta, reproduzir alguns clichés homofóbicos, condenando aqueles que elegeram um erotismo contrário à tendência heterossexual. Não foi essa a nossa intenção, nem pretendemos mitificar como única, válida e normal, a sexualidade reprodutiva; seja lá o que for que isso queira dizer. Até já

Noivas & Noivos

Se alguma vez estivemos em acordo com uma iniciativa da CMC, foi a dos Noivos de S.Tiago. De facto, esta câmara tem feito os possíveis com notável denodo para bem dos nubentes. Parece-nos, no entanto, que a benesse camarária, compensa em sinceridade e bonomia, o que lhe falta em abertura de espírito.
A benemérita iniciativa Noivos de S.Tiago carece, pois, do casamento gay para a festa ficar completa. E não venham com a história do meio ser mais ou menos fechado e mais ou menos herdeiro de uma repressora moral sexual católica. Já demos para esse peditório.
O lobi gay da paróquia tem vindo a crescer exponencialmente, e não pode, nem deve ser descriminado.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Emagrecer dá bué trabalho

Há 30 anos que esta mulher tenta perder a gordura acumulada na barriga, resultante da posição a que tem sido sujeita, e da vida sedentária que tem levado. Faz parte daquele grupo de portuguesas em dieta permanente; já recorreu a massagens manuais com envolvimento de algas, bandas frias, à endermologia e recentemente à mesoterapia, tudo isto acompanhado por zelosos cuidados alimentares, ginástica vaginal e cremes adelgaçantes. Foi vista pela última vez no complexo desportivo, completamente doida às voltas na pista de Tartan. Depois disso recorreu à Depuralina, suplemento alimentar, que lhe desarranjava os intestinos, borrava a pintura e o sofá. Caiu vezes sem conta da parede onde estava pendurada, até que finalmente conseguiu o apoio merecido. Emagrecer dá um trabalhão do caraças.

sábado, 12 de abril de 2008

Visitação II

Perdoe-nos caro leitor a insistência e o tom repetitivo, mas a peregrinação às favelas do condomínio, trouxe-nos à memória a ideia do Sô Pinto, de elevar a Covilhã à categoria de capital da cultura patrimonial. Foi mais um tiro de fantasia que deixou o excursionista boquiaberto por tão meritória e costumeira acção de propaganda em prol do bem colectivo. O indígena fica parvo frente à quixotesca apologia do património da cidade-fábrica. É o máximo.
Era bonito, ver o peregrino acidental, desesperado, à procura da incomensurável beleza patrimonial da Covilhã. Basta imaginá-lo a captar na objectiva elementos estéticos redentores no prédio de Santo Antonio, e dos CTT, ou na decadência sublime do "centro histórico", na sua pobreza e miséria humana. Lindo, lindo, lindo.
E Que melhor se poderia oferecer a um excursionista culto, que não fosse a expressão de uma profunda falência do modelo urbano dos galinheiros da ANIL, onde o indígena se instala a troco de uma modernidade balofa.
Que importa, pois, se um em cada cinco prédios nas favelas de Santa Maria e São Martinho estão desocupados, e a maioria devolutos, ou em estado avançado de ruínas. Seja lá o que for. Sim, que importa tudo isso perante a memória do Património que temos para mostrar.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Verticalidade

As energias renováveis também têm os seus inconvenientes. O cromo que vemos na imagem apanhou com a pá d’um aerogerador e ficou a fazer o pino.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Visitação


Hoje não vamos discorrer com recurso ao acinte que nos é próprio, e que por vezes nos inviesa a prosa. Não senhor.
Só aqui viemos, porque achamos piada à contemporânea e repentina obsessão pelas excursões ao património do condomínio. Parece que o prodigioso departamento cultural da Câmara da Covilhã, está de volta, depois de ter andado uns anitos extraviado. Cumpre agora a bizarra missão com expedientes curiosos para excursionistas, próprio de gentes inovadoras e criativas. Este espantoso desvario festivo, torna a coisa mais edificante, e estampa bem a miséria do “mainstream” paroquiano. É um fartote.

Não nos apetecia criticar, mas a vida tem destas merdas imponderáveis.

Esteve cá o Drº Menezes

Perante uma assistência babada pelas costumeiras banalidades, o Dr. Menezes veio ao condomínio covilhanense dizer umas coisas extraordinárias: “Portugal não apostou na utilização harmoniosa e global de todo o território nacional". Fantástico. Nunca ninguém se tinha lembrado disto. Mas disse mais: “esta política levou ao desequilíbrio existente entre litoral e interior.” Um pensador este Meneses.
E ainda: “o interior de Portugal é uma janela de oportunidades do ponto de vista de criação de riqueza". A sério?
Com uma memória parca em lembraduras, o Dr Menezes branqueou os anos faustos de governança PPD PSD. Mas prontos, é do teimpo.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Lamentável

Foi esta a imagem da discórdia.
O coelho, animal de gostos variados, não gostou muito de ver devassada a sua vida sexual enquanto cobria a franga, e vai daí apresentou uma queixa contra nós, alegando que a publicação ostensiva desta imagem, entre outros problemas, tem vindo a provocar-lhe constantes interrupções involuntárias do coito. Lamentável.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Post scriptum


A publicação neste blogue de um determinado texto/imagem ainda não especificado, motivou uma queixa por parte de desconhecidos, razão pela qual, não nos é permitido publicar o que quer que seja, enquanto decorrerem as averiguações.



Balancete

Há 9 meses que andamos a fecundar este espaço com inanidades, numa prosa com a seriedade qb de quem pensa umas merdas, mas não tem jeito para escrevê-las. Até agora sentimos que não gerámos nada de novo na blogosfera da Covilhã; também não fazemos a mais pequena ideia de quem ou quantos nos visitam. Contudo, aperfeiçoamos ao longo deste tempo uma completa ausência de espírito competitivo e uma canseira permanente. Foi sempre com grande prazer que confrontámos as zonas de influência paroquiana. Nunca tivemos o sonho de nos tornarmos conhecidos, escrever em pasquins, ou sabujar à mesa com comensais da polis.
Já quanto a um bom queijinho da serra, não dizemos nada. Até já.