sexta-feira, 31 de outubro de 2008
da urbe indigente
"Salazar acreditava, se é que acreditava, que manter o povo analfabeto era a melhor forma de o proteger, evitando que lesse panfletos e outros manifestos que o distraíssem da sua única e exclusiva função de “Zé povinho”.
De tal forma acreditava o “melhor português”, que promoveu e organizou verdadeiras milícias para perseguir quem ousasse desafiar este desígnio do seu “Zé"
Apesar de continuar a ser o “melhor português”, o infeliz lá partiu, valha-lhe a justa homenagem de nunca se ter reformado.
Os tempos mudaram, os “melhores portugueses” de hoje, atribuem-se duas e três reformas, quando não são mais, continuando a promover a iliteracia e o analfabetismo como única forma de garantir a indigência de ideias, em benefício do seu desempenho egocêntrico, apesar do tão famigerado serviço publico.
Continuam a manter e a acreditar na organização de milícias para perseguir, agredindo e desacreditando todos a eito, nas escolas, nas fábricas, na rua, nas autarquias…, enfim, até na blogosfera.
Razão mais do que suficiente para que, escaldados como têm sido, cada um procure o anonimato: os que recusam a indigência de ideias, e os outros, a cumprir os mais escabrosos papeis, assumidos como forma de sobrevivência pacóvia. Cada um saberá.
Meus caros, queiramos ou não, o mundo mudou, apesar disso, mais cedo ou mais tarde os “infelizes melhores portugueses” partirão, uns farão companhia ao outro, outros vão sair simplesmente de cena. E garanto-vos que a maior vergonha será sempre para os que tenham de conviver com os “infelizes” retirados de cena, decrépitos e arruinados, cobrando migalhas pelo silêncio do passado de cada um dos anónimos de hoje.
Reparem que não se trata de atacar a pessoa; a beleza, a riqueza, os negócios, as aventuras amorosas, os filhos, os casamentos, o aproveitamento próprio ou as empresas de sucesso fantástico. Isso não importa nada. Apenas e só, quando resultem de benesses do poder que lhe confiamos, e que abusivamente usurpam no presente e no futuro.
Se acham que a vossa cidade, e o vosso concelho acompanharam a mudança e estão preparados para o futuro, então fiquem descansados, ninguém acreditará no que dizem os blogueiros. Estaremos todos bem e os pacóvios são eles. Mas, se pelo contrário, tiverem dúvidas, então recusem a indigência, e construam a vossa própria opinião em liberdade.”
(Consciente)
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Penso que...
“A cerveja pode ser um chamariz
para atrair as pessoas, mas penso
que, acima de tudo, o importante é
o convívio e a boa disposição que
a cerveja também provoca”
Luís Fernandes, presidente da
AAUBI. (In Diário XXI)
Para além do deserto de ideias que deixa florescer à sua volta, o Luís foi-nos habituando a tiradas torpes, mas prontos, o cérebro humano está sempre a surpreender-nos. E afinal o homem, como muitos dizem, não mete só água, pelos vistos, também mete cerveja. E muita.
Bom proveito.
Honoris
Dizer apenas que um dia, temos a certeza, a UBI há-de agraciar o benemérito, o mito do condomínio Chickenjacking com honoris causa.
Até já.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Nota do Administrador
Aviso todos os condóminos que a revitalização do centro da cidade já tem uma nova cara; depois da recusa de Sua Santidade o Papa Bento XVI, em visitar o MEU condominio. EU achei por bem dar luz e cor á fachada quadriculada que Me abriga e ME aconchega o EGO.
Repare caro condómino na grandiosidade luminosa da frontaria, e toda a ocupação do espaço envolvente que é de regalar os olhos. Tudo feito a pensar em si, porque você merece e também porque é o caro condómino que paga. Mas fique descansado que EU já providenciei para a instalação das barraquinhas de pipocas e das castanhas, e haverá bifanas e bejecas à fartazana, mais a desinteressada presença publicitária do patrocinador do condominio 5 estrelas.
Eu sei que é disto que o MEU povo gosta, e por isso, vai correr em peregrinação para olhar de espanto tão magnífica obra da engenharia luminosa (fiat lux). O Roças já ME fez chegar aos ouvidos a notícia de excursões d’outros condomínios longínquos, que dão nota desse inusitado interesse pelas MINHAS janelas iluminadas, e pelos MEUS panos brancos e amarelos às riscas. Dá gosto vê-los acotovelarem-se na busca da melhor perspectiva, seja do passeio, seja dentro das viaturas que entopem o trânsito no Pelourinho, procurando captar tão encantadora imagem! Como vocês já devem ter reparado, as combinações estéticas e cromáticas tem um gosto refinado. Pois claro, foram evidentemente, escolhidas por MIM. Com mais este passo, em prol da modernidade, o MEU condominio, está em condições de apresentar a candidatura a capital do património cultural.
EU sei que há para aí uns ranhosos ignorantes, armados em estetas, que dizem mal de tudo por-dá-cá-aquela-palha, mas aqui quem define os modelos e as cores a utilizar sou EU.
- Deixe-os ladrar sô Administrador!
- Cala a tromba ó Roças, porque Eu não te perguntei nada.
Esses palhaços andam para aí dizer que EU tenho um conceito de cidade do Regedor, mas toda a gente sabe do MEU escrupuloso cumprimento da lei e dos regulamentos.
Essa escumalha de críticos, apenas se preocupa com a realização do seu imaginário infantil; queriam um condomínio à laia do Portugal dos pequeninos? Cresçam e apareçam. Vão pró caralh…ó prá Guarda.
- EU tenho identidade. Tenho programa, Tenho gosto e Tenho futuro. Não Tenho ó Roças?
- Tem sim, sô Administrador.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Ajudas sem custos
No meio de tanto folguedo idiota, bastou ao presidente Pinto promover alguns basbaques de confiança com um rendimento mínimo garantido, para assegurar a seu bel-prazer as rédeas da governança. Este modus faciendi, é um típico produto da política partidária e do costumeiro caciquismo; o presidente acaba por ser uma circunstância feliz, sobretudo para si próprio; anulou a oposição e secou praticamente tudo à sua volta; em nome de quê? Do futuro e da modernidade da Covilhã. Pois claro. E para a tragédia ser maior, o PS anda em retiro espiritual e parece já definitivamente agastado pelas autárquicas que nem sequer começaram. A CDU e o BE continuam, cada um na sua crença privada, partilhada em silêncio.
Era mais ou menos isto que escrevíamos, se alguma vez fossemos jornalistas.
O elogio
Contaminados pelo instinto incinerador, não podíamos deixar passar em branco, o tributo do cauteloso secretário Castro Guerra, na inauguração do call center. Nós estivemos lá e ouvimos o homem, sem se rir, proferir um óbvio elogio institucional em prol da obra magnifica do condomínio 5 estrelas; bem mais admirável do que aquela Covilhã cinzenta e asfixiante que nós aqui retratamos. Qualquer socialista que se preze engoliria o frete a seco, sem mastigar, e não era para menos. É o que dá quando se tecem loas de circunstância. Graças ao sô secretário, o sô Pinto ganhou mais um capital de credibilidade desnecessário; o Homem nem precisava.
A claque basbaque, atenta e serviçal, aplaudiu o desmando com gozo incontido.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
A galinha da vizinha
Vem isto a propósito do bairrismo, que pasta na bloga da cidade mais-alta. Não raras vezes, os desalentados guardenses, jaculam suculentas prédicas em favor do condomínio que os viu nascer, enquanto mostram um emotivo enfado com a vizinha do sul, a tal das 5 estrelas. Como nós os compreendemos; ou não fosse o mainstream da cidade-neve bem mais aliciante para afastar o tédio ou a falta de assunto da cidade dos 5 eFes. Só que a ordem argumentativa, é sempre a mesma e tem fundas razões, acabando invariavelmente no estafado e dorido cliché paroquial:
A galinha da vizinha é melhor do que a minha.
Também o ilustre programador cultural, Américo Rodrigues, é daqueles que se queixa das mesmas dores; através d’uma notável sensibilidade critica, mas de improdutiva utilidade, tem pronunciado no seu blogue cafe-mondego, judiciosos e irónicos pareceres sobre a matéria; a pontos de reclamar o frio do Pelourinho, a Torre, e agora a Sede do Turismo. Ora, sabendo nós que o caro fazedor de cultura tem edificado na cidade-mais-alta, uma profícua obra cultural em prol dos gentios, estranhamos a sua cobiça pela rústica cidade-neve, onde “no pasa nada”. De maneira que, para atenuar as suas sentidas e temerosas preocupações, propomos-lhe que não se fique apenas pelo frio do pelourinho, leve também o Administrador e a trupe de figuritas imberbes do condomínio 5 estrelas; de borla. E nunca se desfaça delas.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
A propaganda do condominio
Os paladinos da noticia, já nos tinham habituado à copiosa chuva de carinhos e meiguices ao sô presidente, mas agora já nem se dignam ouvir as partes, reproduzem a sua voz numa ladainha melíflua, descaradamente ardilosa em prol da retórica bacoca e da mentira. Dá gosto ler a bondade e isenção das observações levadas a cabo pela milícia dos comentadores paroquiais. A tragédia não tem fim, e os acólitos do regime hão-de continuar a professar complacentes alinhamentos à politica do condomínio 5 estrelas.
É de fugir e para bem longe. Com o aplauso de muitos. E o silêncio de uns quantos.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Dos grupos e seus males
Curvamo-nos perante os esforçados indígenas.
Mas a dependência quase em exclusivo dos apoios e financiamentos da Câmara, promoveu uma corte de fiéis admiradores, cada um à imagem do chefe. O apego às benesses do poder local, tem sido uma má prática e com consequências que se tem revelado nefastas, se não mesmo letais, para o movimento associativo covilhanense. Algumas associações transformaram-se numa espécie de crença para alguns alienados, onde não falta o habitual chorrilho de agradecimentos aos beneméritos com uma estátua ou uma placa para a posteridade.
Os grupos, assim designados pela plebe, estão hoje pejados de uma procissão de figuras tristes e toscas que tem como patrono o garrafão de vinho tinto, a bejeca, os matraquilhos, e um emissário político da paróquia, que tão habilmente vai conduzindo o rebanho para o pensamento vigente: chá com biscoitos, e cherovias.
Assim vai o movimento associativo pelo condomínio
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Nota do Administrador do condomínio 5 estrelas
Os que Me conhecem sabem da minha facilidade em conviver com a democracia, o contraditório e a sátira, mas já começo a perder a paciência com essa escumalha reaccionária de figurinhas imberbes; desde comunas bolcheviques, fascistas, fascizantes, e Kuercus dos sobreiros (negociantes de caca de lagartixa e traficantes de bolota). Não tarda nada e faço mais uma queixa em tribunal contra estes alarves e mais as suas espectaculares exibições de estupidez, pois, nem sugerem alternativas, nem Me aplaudem a Obra. Se estão descontentes, vão para a Guarda e levem a sede do novo pólo de turismo, porque EU já não quero mais serviços públicos no condomínio 5 estrelas.
Fique o caro basbaque sabendo, que esta gentalha de manhosos e cataventos, tem tentado boicotar o desenvolvimento de projectos de interesse estratégico no condomínio, como o Casino, as Pontes e o Pavilhão Municipal, mas principalmente, o Acelerador de Partículas & Afins.
Os gajos andam roídinhos de inveja do MEU condomínio high tech no PARKURBIS, onde tenho vindo a desenvolver uma teoria inovadora, segundo a qual a Covilhã teve início numa explosão, uma espécie de Big Bang 5 estrelas, emergindo de um estado extremamente denso e quente para um buraco sem fundo nos últimos dez anos.
- O que é que tu achas disto, ó Roças?
- Acho que sim sô Administrador.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
É preciso acreditar
Também é verdade que a candura viçosa com que o sô pinto nos brinda hoje em promessas, amanhã não passam de puro equívoco; a prová-lo, entre outras, está o logro da compra do Teatro-cine, que nunca passou de um delírio em dia de aniversário. Viva a festa.
Tanta prosápia para inverter o declínio de uma década.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Quantas perguntas
Nos livros vem o nome dos reis, mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilònia, tantas vezes destruída, quem outras tantas a reconstruiu?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde foram os seus pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os Césares?
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
O jovem Alexandre conquistou as Indias sozinho?
César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória. Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem. Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
sábado, 18 de outubro de 2008
Limpezas
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Tributos
As cidades são organismos vivos, como os frangos, que se desenvolvem por ciclos, tendo momentos de crises e prosperidades, ancorados no esforço e empenhamento colectivos do galinheiro. Mas não vamos por aí.
Temos ouvido várias estórias acerca de frangos estúpidos que gostam de atravessar as ruas. Aristóteles chegou mesmo a dizer de modo inteligente, que é da natureza do frango cruzar a estrada. Vá lá saber-se porquê.
Também em tempos houve um galinheiro no burgo, cujo nome não conseguimos recordar, onde existiu um Galo que estabeleceu um novo tipo de relações entre os Seres da Capoeira na produção da riqueza (perspectiva heideggeriana), ficando Ele, por razões óbvias no topo da hierarquia, seguindo-se os frangos, galinhas, e afins. De maneira que foi sempre o Galo a assumir o destino do galinheiro naquele condomínio avícola.
Um dia, depois de ter adquirido a consciência do esturro final, foi distribuindo milho aos pardais, exigindo cumplicidade e silêncio na hierarquia galinácea (...)
(...) Com o passar do tempo surgiu uma nova espécie consumidora de milho transgénico, que nunca chegou ao poder no galinheiro, o que foi duplamente triste, pois não houve rotação na capoeira, nem fixação de novos bicos alternativos. A estes, foi-lhes imposto como regra de conduta, dobrarem-se em vassalagem sempre que o Galo passasse ou quisesse arrotar. Foi sempre assim, porque foi assim que o Galo quis. Por isso, a frangalhada, ficou irremediavelmente condenada a morrer de reumático ou de tédio. Contudo, tem havido sempre um poleiro para os frangos basbaques, os que fogem da inteligência como a gordura do fairy; estes ficam entretidos com a instauração de processos para calar o bico ao exercício de opinião; o Galo, nunca achou por bem que a opinião de alguns pardais, fosse uma forma legítima de fazer política no galinheiro. Bico calado.
Até já
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Quando o Homem pensa
da Serra da Estrela, alegando que os estatutos foram manipulados “para perpetuar no poder quem lá está”.
Cá para nós, é mais uma arenga para isolar o condomínio covilhanense, do resto da região. Fica uma vez mais explicada, a excelsa vocação do sô Pinto para o conflito institucional; uma das suas mais conseguidas manifestações de génio, a pontos de considerar "a Quercus uma organização reaccionária e um negócio".
Sendo certo que o Homem já tinha habituado a canalha aos seus desígnios paroquiais, sem qualquer discussão pública e à revelia dos interesses da plebe. Ora, foi sobre este pano de fundo, de facetas cuidadosamente ocultadas e manipuladas, que o indígena covilhanense foi convivendo ao longo destes anos de regência PSD.
Mas como sinal de boa vontade, o Homem, já disse que vai criar uma entidade promocional do turismo 5 Estrelas, que não será com certeza, mais um reduto para alguns emissários de subserviência canina. Claro que não.
Como se não bastasse já o Parkurbis, espécie de Catedral high-tech, de sub ocupação descabida e de improvável utilidade. É pois, no décor anárquico da paisagem urbana covilhanense, sob a batuta de actividades com paladar a cherovia, que o Homem vai construindo tudo, menos uma ideia moderna e civilizada de cidade. Uma risada.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
As obras no condominio cherovia
Indiferente ao colapso do neo liberalismo, a Câmara da Covilhã continua o seu percurso faustoso, numa espécie de fanatismo pelas obras do regime; a tal ponto, que chega a expandir o condomínio por terrenos protegidos, ocupados por sobreiros; uma estória que pode continuar a ler aqui
Mas a ampliação megalómana, segue dentro de momentos na desastrosa intervenção no vale da Carpinteira; um assunto que tem sido submerso pela complacência generalizada e pelo estado de bovinidade basbaque, incapaz de mover uma palha contra a idolatria da ganância.
A Ponte sobre a Carpinteira é uma obra sem qualquer utilidade para os condóminos, mas considerada um ex libris para o sô presidente, que à pala da mobilidade, conceito que tem tanto de vulnerável como de falacioso, lá vai permitindo o maior atentado paisagístico na cidade cherovia: um condomínio cada vez mais fragmentado, sem rumo, abandonado à plutocracia edificadora.
O tempo é de míngua, mas a Câmara da Covilhã vai mantendo viva, a propagação de algumas ficções, nem que para isso tenha de inventar a treta dos “investimentos estratégicos’, com classificação de Potencial Interesse Nacional.
A tragédia continua.
Mais quatro anos disto e não vai sobrar pedra sobre pedra.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Angústia para um candidato
Agora, enquanto o senhor engenheiro anda entretido a ler as teses do 18 Congresso do PCP, a CPC do partido socialista da Covilhã vai-se transformando numa espécie de princípio de Peter com saias; quando não há mais por onde subir, resta-lhes a fuga para o abismo, como quem coloca pedras no bolso do casaco para mais depressa ir ao fundo. Uma queda sem amortecedor.
O certo é que estamos a um ano das eleições e tudo parece continuar na mesma; sem substância, enquanto a tonitruante comissão continua em lutas intestinas pela sobrevivência e lá vai entretendo o pagode. Começa a pairar no ar uma certa espiral de improbabilidade, para a qual a nomenclatura caseira, não tem obviamente arcaboiço.
Contudo, se os dislates consecutivos podem ser vistos como uma comédia de aleivosias internas, a perda de tempo começa a adquirir uma dimensão claramente trágica, para um partido que quer ser alternativa ao PSD de Carlos Pinto.
Os erros em politica, ás vezes pagam-se caros, ninguém esquece a desastrada passagem pela câmara e absoluta falta de tacto político deste PS; como se pode ver pelo disparate das escolhas do candidato à câmara. O que também parece claro, é que o enleio resulta do caciquismo interno, representado pelo histórico emissário politico, cujo nome não conseguimos recordar. Estranha ou talvez não, esta forma de encarar a política, sobretudo, porque assenta numa disputa entre pessoas com poucas ou nenhumas ideias, à laia dum espectáculo mais ou menos circense.
Quem, perante tal cenário, ainda estará disposto a ser candidato deste PS?
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Sete meses depois os ECOPONTOS.
Já não vale a pena pingar lamúrias, e insistir na cruzada para o regresso do vidrão à Rua Capitão João de Almeida.
Após 7 meses de extenuantes estudos de implantação, as ADC, cumpriram a titânica tarefa de colocar os ecopontos no sitio certo. A plebe rejubila por tão grande cometimento.
A roda
Cá pra nós, a coisa não passou de uma tentação para arranjar soluções óbvias, dentro do círculo estabelecido que conduz quase sempre a equívocos. O problema é que um terço destes cromos já andam a destruir condomínios à bué, quais esbanjadores do erário doméstico; outros, seguramente, estão dispostos por ignorância e despeito, a mutilá-los de igual modo.Também há aqueles que fizeram parte de oposições pífias, para não dizermos colaborantes, sem vocação prá empreitada, que nunca perdem a ocasião para engendrar capelinhas, cartéis de citação, clubismo ou simplesmente invejas de circunstância. No fundo, no fundo, todos eles acabam por revelar a nossa própria caricatura de condóminos basbaques, à espera por melhores dias.
sábado, 11 de outubro de 2008
A memória 5 Estrelas
Uma cidade ferida na alma. Casas que agonizam na lentidão dos dias, como fios dispersos que desenharam e coloriram o tempo e o espaço, produzindo um peculiar processo de representação da cultura de um povo. Fios esfarrapados da memória urbana da Covilhã que teimam em evitar a unidade do mundo.
Um em cada cinco prédios no centro histórico da cidade está desocupado, e a maioria devolutos, ou em estado avançado de ruínas. Seja lá o que for. Sim, que importa tudo isso perante o festival da cherovia e a comemoração de mais um aniversário da cidade 5 Estrelas.
Na imagem, a ruina do pátio dos escuteiros
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Os trolls do condominio
Dentro desta espécie, existem os que são portadores d´uma canina sensibilidade critica, a par da mais completa mediocridade política e descontrolo emocional. Mas também há outros, pretensamente eruditos, que falam de cátedra, mas andam permanentemente pendurados nas bordinhas do sistema; fazem-no com certeza, pelo receio que alguém lhes impeça a assunção dos bens públicos na cidade 5 estrelas. A ignorância destes idiotas fede a podridão; a falta de argumentos e o fel que destilam quando alguém critica a politica do condomínio, faz com que descambem amiúde para o insulto, outras vezes para a pose e o confronto; julgam-se com egos do tamanho do mundo a pontos de intimidarem tudo e todos.
A estratégia dos trolls é simples: consiste em desconstruírem objectivamente as questões relevantes, para que as coisas menores ganhem importância; a partir daí entram num efeito bola de neve, conduzem habilmente a presa para o charco, afundando-a pelo enxovalho até à desistência. Depois partem com a satisfação do dever cumprido até novas ordens.
É assim a vida de um troll.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Festival do Galho
A indisponibilidade do artista Toy para abrilhantar o evento, levou-nos a compor o ramalhete com a cantata Carmina Burana de (Carl Orff), em tempos confundido com uma senhora.
Enquanto aguardamos pelo apoio do promissor vereador da cultura, avisamos desde já os concorrentes, que apenas aceitamos galhos com diâmetros iguais, ou superiores aos da imagem aqui por baixo:
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
A Pastinaca Sativa no Jardim público
No meio da maior crise financeira do capitalismo, e da turbulência verbal na nossa caixa de comentários, aprendemos que a cherovia pertence à família das umbelíferas e que tem um nome cientifico a atirar pró parvo: Pastinaca sativa.
Foi-nos ainda comunicado, que a cherovia está “relacionada com a cenoura, embora mais pálida e com sabor mais intenso do que esta”. Fantástico
Tudo a propósito d’um festival, promovido pela Banda da Covilhã, sobre este tubérculo de aspecto fálico. Vá e prove.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Desconsiderações sobre a auto-estima
De maneira que, até há uns anos atrás não existia a auto-estima, como não existia Centro de Artes na Covilhã.
O verbo “estimar” só se utilizava no encabeçamento das cartas, como medida de cortesia para pedir dinheiro a alguém, (Estimado Sr). Se a quantidade fosse considerável, empregava-se mais a expressão (Querido amigo).
Pois de repente nasce a auto-estima e converte-se em sentimento universal, ou melhor, nasce a sua falta ou a sua escassez, já que ninguém a tem, todos a perderam, não a conheceram, ou têm-na baixa; ou seja, surge directamente em potência, porque em acto ninguém a viu, nem a mãe que a pariu.
Ora com o Centro de Artes da Covilhã, passa-se exactamente a mesma coisa. “Onde está?” pergunta aflito o basbaque, enquanto remexe nos bolsos das calças e os volta do avesso para comprovar se a auto-estima ou o Centro de Artes se encontram nas pilosidades que sempre habitam esse recanto da vestimenta.
Não, não consegue encontrar nada. Bom, então o melhor é não perder mais tempo com minudências; à falta dela, bute prá consulta.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Carta aos condóminos
Hoje dirigimo-nos a si, caro condómino, mais uma vez para o descompor.
Dizem por aí as más línguas, que o sô pinto prossegue imperturbável, e vai daí, promoveu mais um indígena ao maçador encargo de Vereador da Cultura do condomínio.
Fora ninguém ter entendido o porquê do ajuste doméstico, parece que o caro condómino também não percebeu patavina; mas depois põem-se para aí com desbocadas insinuações contra a gestão da paróquia.
E depois, se o Homem contratou mais uma luminária, com dotes de escriba, qual é o problema?
Você sabe, porventura, a razão de tamanha lisonja ao erário dos aborígenes? Pois é! Não sabe. mas se fosse para mais um enfeite citadino ou para encher de aquários a Casa dos Magistrados. o caro condómino rejubilava de felicidade.
Por acaso, já se preocupou em saber do majestoso cometimento previsto para o próximo ano no condomínio, ou da importância que se reveste mais uma cabeça pensante como esta?
Saiba que é preciso acabar de pintar a fachada do prédio: há obras que não estão acabadas, outras nem sequer começaram, nem vão ter fim. Entenda isso d’uma vez por todas senhor condómino.
Tachos ? Quais tachos ?
A sua virtude, caro vizinho, é não ter virtude alguma. Não passar de um ente rasca, delicadamente grosseiro, mas rasca; assombrado de miséria e mesquinhez, apenas preocupado com as canalizações. Não, desta vez não podemos corroborar com a sua leveza inconsciente. Você é uma vergonha, caro condómino. Só uma mente perversa como a sua, faminta de profundidade e actualidade é que se lembraria de atacar a lucidez organizativa do condomínio do sô pinto.
Em vez de andar para aí como espectador distraído da coisa pública, em inanes derivas contra o putativo desmando do inefável Patrono; devia munir-se da informação primordial, das empenhadas lides niilistas d’uma comarca 5 estrelas para o annus que se aproxima.
Más línguas é o que vocês são todos, caros condóminos. Más línguas.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Do reconhecimento da obra
Depois de uma vidinha em exercício insalubre de culto da personalidade, é lindo ver a fé luminosa brotar de tamanhas cabeças tão piedosamente mudas.
Nós não esquecemos o painel de azulejos, como a grande manifestação de arte pública na Covilhã na última década; o urinol de Duchamp foi colocado por nós, e serve apenas para lhe conferir a continuidade Kitsch
Vade retro.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
O olho clinico do PS covilhanense
Esta rocambolesca estória em torno da escolha de um candidato, assume contornos grotescos, e é reveladora da pulsão primitiva e estreiteza cognitiva que os move. Mas acima de tudo, coloca em evidência as fragilidades de um partido que não existe como organização politica no concelho da Covilhã. Começa a ser confrangedor que o PS da Covilhã com o trivial beneplácito de ilustres responsáveis se constitua como o principal obstáculo a ele próprio. Depois de instalada tanta capelinha complacente, subserviente e amiguista, qualquer putativo candidato vai acabar entronizado pelo vazio que ameaça tomar conta deste PS; mas pode ser tarde demais. Bem pode o sô pinto, iniciar a passeata triunfal pelos quatro cantos da paróquia.
Aristófanes em As Rãs refere os que observam o mundo através do olho do cu. Ora, este parece ser o olho clínico desta gente.
Não haverá melhor do que isto no PS da Covilhã?
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Quem não tem cão caça com pombo
Também é certo que os “notáveis”, quando a luta aquece, ficam ausentes em parte incerta; e só ao longe os ouvimos rosnar, com uma espécie de boçalidade sofisticada.
Um dia destes, ainda os apanhamos a dar milho ao pombo.