.jpg)
Não carece o indígena de grande esforço hermenêutico para descortinar o destinatário desta croniqueta do dr morgado. Sabia da vocação do escriba para a um genero de literatura sem densidade, sem ritmo e fôlego narrativo. Mas desconhecia-lhe tais virtudes oraculares.
Vamos ao que interessa.
Em primeiro lugar, nenhum presidente de cambra sairá em gloria ou terá «reservado o seu lugar na história» por deixar o terreno preparado seja para quem for. É mais um equivoco do dr morgado. Mesmo ficando claro que este recado do cronista se dirige a um D. sebastião com espaço na estória, não por qualquer heroísmo de pacotilha, mas por ter feito sempre o que quis e o que entendeu, iludindo os incautos, sorrindo aos tolos e alimentando um bando de egos subservientes, que conduziram a democracia do condomínio a um estado quase patológico. Depois, a basbacagem continua a ser sensível a duas questões que, incontornavelmente lhes circulam nas entranhas: o quixotismo e o sebastianismo, que estão a milhas de qualquer psicologismo estrategico. Qual «Imagem salvaguardada?» Atão o sõ professor, não sabe que para se ser lembrado e ficar com a imagem a salvo, basta explorar as virtualidades mediáticas paroquiais, onde os romões vieiras desta vida se encarregam mui respeitosamente de elevar a Obra e o Homem à categoria de Mito? Muito me conta o dr morgado. Quer dizer que sair em beleza é preparar o terreno para os vindouros, promovendo os cromos de confiança? Não se iluda caro escriba. «Sair a bem? Ou empurrado?» Ó homem, mas isso é justamente o modus faciendi, típico da espuma partidária e do costumeiro caciquismo estrutural. Eu pergunto: para quê essa necessidade de um presedeinte de câmbra «jogar em vários tabuleiros» quando neste caso, ele acaba por ser uma circunstância feliz, sobretudo para si próprio; bastando para tal anular a oposição e secar praticamente tudo à sua volta. Em última análise, esses heróis que o cronista quer inscrever na história, sabem sempre o que os espera – uma reforma dourada numa empresa paga com o dinheiro dos contribuintes. Nós também sabemos o que nos espera – ficar por cá para pagar as despesas que eles fizeram, apanhar os cacos da desgovernança e a ler as tangas do dr morgado . É a vida.
A propósito da paternidade e importância do Datacenter para a Covilhã, o sô presedeinte da Cambra teve um assomo de inusitada humildade e saiu-se com esta:
“A realização desta obra é consequência do sonho e do trabalho de gerações de homens e mulheres que decidiram lutar contra o facto de que uma das maiores injustiças que pode condicionar o acesso ao progresso e autodeterminação pessoal serem os condicionalismos do lugar onde se nasceu” dixit
Desalinhado, mas profundameinte comoveinte senão meismo brechetiano. Uma declaração que é todo um programa.Teimos HOMEM
Apesar de ainda faltar um ano, as movimentações para o cargo no Convento de St. Antonio já começaram. Santos Silva prepara o regresso. António Fidalgo em mais uma tentativa. João Queirós aguarda uma transição tranquila.
... é assim meismo com este rigor cientifico, que a cambra garante a inauguração do Datacenter da Pei tei no fim do ano. Compreeinde-se, teindo em conta que a festa não podia aconteceir depois do sô presedeinte dar de frosques. É só rir com eistes amanueinses da CeiMCei. Entretanto, o inicio das obras - prometidas em janeiro de 2012 - arrancam esta semana. 
